A Fórmula 1 disputará neste fim de semana o icônico GP de Mônaco. Uma das etapas que mais diverge entre os fãs, muitos entendem a importância do evento, enquanto outros não gostam muito da corrida, pela dificuldade de ultrapassar.
A prova no Principado é uma das corridas mais antigas do automobilismo, além de fazer parte da história da categoria disputado desde 1950.
Pensando justamente na dificuldade para ultrapassar e nas últimas corridas que as equipes conseguiram concluir sem muito esforço – fazendo apenas uma parada – foi implementado duas novidades importantes para o evento.
A classificação em Mônaco se torna uma das coisas mais importantes no evento, desempenhar uma boa performance, pode definir se o piloto estará ou não nos pontos. No entanto, para este ano, para movimentar a prova artificialmente, foi definido que todos os pilotos precisarão realizar duas paradas. Além disso, os competidores precisão usar os três compostos disponíveis para o fim de semana.
Nesse quesito vem a segunda novidade do fim de semana, a Pirelli mudou a gama de pneus que será trabalhada neste evento. Originalmente já é ofertado para os times a gama macia de pneus, mas neste ano os pilotos vão trabalhar com uma escolha que é mais macia do que a do ano passado, formada pelos pneus C4 (duro – faixa branca), C5 (médio – faixa amarela) e C6 (macio – faixa vermelha).
Essa é a mesma combinação trabalhada em Ímola, capaz de oferecer mais aderência para os competidores ao longo das voltas no circuito de rua.
As duas trocas de pneus prometem embaralhar o grid, pois as equipes precisam se planejar para o momento que vão apostar nas suas trocas de pneus. Essa é uma corrida que também pode acontecer não apenas a entrada do Safety Car, como uma paralisação por bandeira vermelha.
Como parte dessa obrigatoriedade de realizar duas paradas, ainda foi reforçado que se esse for um evento com chuva, as equipes também precisam realizar duas paradas. Cada um dos competidores receberá um conjunto adicional dos pneus de chuva extrema – ao invés dos dois habituais – para que as equipes cumpram com essa obrigatoriedade.
O regulamento esportivo foi modificado para exigir duas paradas obrigatórias nos boxes para esta corrida. A regra específica é o Artigo 30.5, parágrafo m, que diz: “Para a corrida de Mônaco, cada piloto deve usar pelo menos três tipos diferentes de pneus (seco ou molhado). Se um piloto não usar pneus intermediários ou de chuva na corrida, ele deve usar pelo menos dois compostos diferentes para pneus slick, dos quais um deve ser um dos compostos secos obrigatórios (Duro ou Médio). A menos que a corrida seja suspensa e não possa ser reiniciada, o não cumprimento desses requisitos resultará na desclassificação do piloto em questão dos resultados da corrida. Neste caso, trinta segundos serão adicionados ao tempo decorrido de qualquer piloto que não tenha, quando necessário, usado pelo menos duas especificações de pneus para tempo seco durante a corrida, ou que não tenha usado pelo menos três jogos de pneus de qualquer especificação durante a corrida. Além disso, trinta segundos adicionais serão adicionados ao tempo decorrido de qualquer piloto que tenha usado apenas um jogo de pneus de qualquer especificação durante a corrida.”
Sem janelas claras de pit-stop, os pilotos que largarem um pouco mais atrás, podem sonhar com alguns pontos na etapa, ficando parecido com o que aconteceu em Ímola neste ano – dado a presença do Virtual Safety Car e Safety Car que impulsionaram as paradas adicionais. As equipes também precisam ficar atentas em como vão separar os pneus para os pilotos usarem na corrida.
O circuito de Mônaco é conhecido por suas características únicas: trata-se de uma pista estreita, sinuosa e repleta de mudanças de elevação, exigindo alto nível técnico dos pilotos. Com média de velocidade mais baixa da temporada, o traçado de 3.337 km exige que os competidores andem próximos aos muros para buscar os melhores tempos, o que aumenta significativamente o risco de toques. Um simples contato pode danificar a suspensão ou até provocar um furo de pneu, comprometendo toda a estratégia de corrida. Algumas curvas são feitas a menos de 50 km/h, e os carros atingem sua velocidade máxima em apenas cerca de 30% da volta.
Para 2025 – metade da pista foi recapeada, do trecho que fica da curva 12 até a 3, essa sessão agora está mais lisa que o restante do circuito e também deve interferir na operação dos pneus.
Quando a pista passa por esse processo, a aderência fica comprometida, dessa forma ela afeta os pneus podendo gerar granulação. Os treinos livres são importantes para que os carros depositem borracha e com isso, o circuito vai evoluindo e reflete nos tempos obtidos.
Atenção: para não atrapalhar os moradores do local, o tráfego é liberado ao final de cada dia de atividade e isso colabora para tirar parte do emborrachamento construído ao logo das sessões.
A estratégia de pneus costuma ser limitada no circuito de Mônaco, onde as ultrapassagens são raras e o posicionamento na pista é crucial. Em 2024, a corrida acabou sendo marcada por uma intervenção precoce da direção de prova: uma bandeira vermelha na primeira volta permitiu que os pilotos fizessem trocas de compostos nos boxes ainda antes da relargada. Com isso, a maioria dos competidores atendeu à regra obrigatória de uso de dois tipos de pneus logo no início, o que eliminou a necessidade de paradas estratégicas ao longo da prova. O resultado foi uma corrida sem grandes variações, praticamente decidida nas primeiras curvas, com os dez primeiros mantendo suas posições originais até a bandeirada final.
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