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Estratégias mudam após diversas interrupções que aconteceram durante GP da Arábia Saudita

Lewis Hamilton venceu uma corrida difícil neste domingo, as intervenções provocadas pelas bandeiras vermelhas e até mesmo a ativação constante do Safety Car Virtual, deram margem para uma prova bem caótica. É claro que nesta conta entra Max Verstappen, estas mudanças também provocaram a inversão do líder da prova.

Antes mesmo do primeiro carro começar a rodar no asfalto de Jeddah, já era possível imaginar que o Safety Car marcaria a prova de alguma maneira. Em circuitos de rua, a paralisação de uma prova para a reconstrução das barreiras de contenção, também são consideradas aparições comuns.

Vamos as estratégias do fim de semana

Por ser um asfalto que não se mostrava tão abrasivo, desde o início das atividades do fim de semana, os times estavam voltando os seus testes para a verificação dos pneus mais duros da gama. Médios e duros eram a escolha perfeita para realizar uma corrida de apenas uma parada.

Portanto, na classificação realizada no sábado, os times que conseguiram avançar para o Q3, deram preferência no Q2 para trabalhar com os compostos médios. O que chamava a atenção era a permanência na pista com o pneu que estava instalado, mas também a possibilidade de melhorar os tempos conforme outros giros eram dados na pista.

A corrida sofreu uma interferência pela primeira vez quando Mick Schumacher bateu, desta forma alguns pilotos como Lewis Hamilton e Valtteri Bottas entraram nos boxes com a ativação do Safety Car. O finlandês da Mercedes também fez a manobra de tentar segurar o piloto da Red Bull, para dificultar a sua entrada nos boxes. O time austríaco optou por não parar Verstappen, desta forma o holandês assumiu a liderança da prova, enquanto Sergio Pérez foi chamado para os boxes.

A direção de prova levou cerca de quatro voltas para interromper a corrida – quando a bandeira vermelha foi ativada, os pilotos pararam no pit-lane e aqueles que não trocaram os seus pneus, concluíram a parada obrigatória. Verstappen não teve que lidar com a perda de tempo gerada por um pit-stop feito nos moldes convencionais. Esta primeira paralisação comprometeu a corrida de Lando Norris, o piloto da McLaren despencou para a décima quarta posição, comprometendo a sua corrida.

A outra interrupção da prova ocorreu duas voltas após a relargada, neste instante Verstappen optou por abandonar os pneus duros para ter mais aderência na segunda relargada. Ocorreu uma barganha entre a FIA, Red Bull e Mercedes, pois o holandês deveria devolver a posição para Hamilton e, pois, tinha usado a área de escape para ter uma vantagem duradoura, entretanto, Esteban Ocon tinha surgido em segundo lugar.

Alguns pilotos tiveram as suas estratégias modificadas com a segunda paralisação, podendo mudar para um pneu que eles tinham a possibilidade de ter um desempenho melhor, dentro do que foi avaliado com cada competidor e carro.

Estratégias usadas em Jeddah pelas equipes de Fórmula 1 – Foto: reprodução Pirelli

Os pneus da rodada

C2 (duros – faixa branca): foi o pneu ideal para muitos pilotos, o baixo nível de degradação, mas a sua eficiência, mostraram que ele forneceria um desempenho melhor para aqueles que apostavam em fazer um stint longo, após o primeiro Safety Car/bandeira vermelha. Como ninguém sabia que a prova seguiria sem outra intervenção, ficou nítido que os compostos macios não resistiriam até o final da corrida – mas ao iniciar a corrida com os pneus médios, a escolha mais eficiente era usar os pneus duros para completar a prova.

Lewis Hamilton venceu e ainda conquistou a volta mais rápida usando os pneus duros. O inglês instalou o C2 na volta 11, seguindo com eles até o final da prova. Quatro pilotos fizeram a mesma estratégia de Hamilton (médios + duros).

Daniel Ricciardo, Carlos Sainz e Sebastian Vettel apostaram em uma estratégia diferente, começaram com os pneus duros, acreditando que se a corrida não tivesse a intervenção do Safety Car, eles poderiam fazer um stint mais longo e depois contar com os médios para o trecho final da corrida. O australiano e o piloto espanhol foram da volta 14 até 50 trabalhando com os pneus médios.

C3 (Médios – Faixa Amarela): foi o pneu que grande parte do grid escolheu para fazer a largada, contando com um pouco mais de durabilidade. Entretanto, para aqueles que optaram em fazer o trecho final da corrida com eles, precisaram lidar com a degradação. Max Verstappen informou após a corrida que foi uma boa escolha ter optado por eles na segunda relargada, mas que ficou sem goma para o final da corrida.

C4 (Macio – Faixa Vermelha): apenas Lando Norris os usou pneus para a largada, foi uma das formas que a McLaren encontrou para levar ao menos um dos carros para o Q3. Esse composto necessitava de uma atenção maior por parte dos pilotos, portanto não se mostrou adequado para estratégias em que os times gostariam de fazer um stint mais longo. Alonso foi o único piloto que usou esse pneu no trecho final da corrida.

As melhores voltas completadas por cada pneu durante o GP da Arábia Saudita – Foto: reprodução Pirelli

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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