Max Verstappen protagonizou uma das maiores vitórias de sua carreira neste domingo ao vencer o Grande Prêmio de São Paulo partindo da 17ª posição no grid. Foi a 62ª vitória do holandês, a primeira desde junho, e a oitava da temporada para a Red Bull.
O destaque da corrida não ficou apenas na recuperação impressionante do tricampeão, mas também nas escolhas estratégicas ditadas pelas condições climáticas variáveis. Ao longo das 69 voltas – reduzidas em duas após largadas abortadas – os pneus intermediários foram os protagonistas. Dos 33 pit-stops registrados, apenas cinco jogos de pneus de chuva extrema (faixa azul) chegaram a ser utilizados, quando a intensidade da água na pista levou à bandeira vermelha.
O reinício confirmou a superioridade dos intermediários, que permaneceram como a melhor opção até a bandeirada. Entre os pilotos que completaram a prova, apenas quatro – incluindo Verstappen, Ocon e Gasly, o trio do pódio, além de Bottas – utilizaram dois jogos de pneus intermediários.
A Alpine também foi beneficiada pela estratégia, garantindo um pódio duplo histórico, com Esteban Ocon em segundo e Pierre Gasly em terceiro. Foi a primeira vez desde o GP da Espanha de 1997 que dois franceses dividiram o pódio.
Segundo Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli, o fim de semana foi um desafio logístico e técnico: “O que posso dizer? Foi um domingo realmente movimentado! É verdade que já aconteceu antes, com a classificação e a corrida no mesmo dia, mesmo neste período em que a Pirelli se tornou a Fornecedora Global de Pneus da Fórmula 1. Mas nunca antes isso aconteceu tão cedo e em um formato de tempo tão comprimido, com muitos membros da família da Fórmula 1 ouvindo seus despertadores dispararem bem antes do amanhecer!”
“Sinto que devemos aplaudir todos aqueles que tornaram possível garantir que toda a programação do fim de semana fosse concluída, apesar do clima ter complicado as coisas desde a tarde de ontem. Havia uma multidão extraordinária de quase trezentos mil espectadores em Interlagos e tenho certeza de que eles e todos os que assistiram pela televisão e pelas diversas plataformas sociais foram recompensados com um espetáculo muito emocionante, tanto na classificação quanto na corrida. Eles teriam experimentado uma série de emoções, o que costuma acontecer quando a chuva chega para diminuir a aderência e, ao mesmo tempo, destacar as habilidades dos pilotos”.
“Do ponto de vista técnico, saímos de Interlagos tendo adquirido muitas informações úteis. Na classificação de hoje, vimos tanto o extremo pneus de chuva e intermediários em ação e, portanto, pudemos verificar claramente suas janelas de operação. Na corrida, houve um momento em que seria possível fazer uma comparação direta entre os dois tipos de pneus em um longo trecho, mas, na verdade, a neutralização causada quando a visibilidade foi considerada muito ruim significou que só vimos isso por algumas voltas. Também é preciso ter em mente que a chuva variou de intensidade várias vezes e, em uma superfície de pista totalmente nova, os níveis de aderência no molhado foram muito limitados, em parte devido à camada oleosa que ela criou. Considerando tudo isso, acredito que ambos os pneus provaram estar à altura da tarefa em questão.”
Com quase 300 mil torcedores presentes no autódromo, o GP de São Paulo entregou espetáculo tanto dentro quanto fora da pista, coroando um domingo em que a estratégia foi tão determinante quanto a habilidade dos pilotos.
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