A decisão do título acontecerá em Abu Dhabi, pois um erro estratégico da McLaren, enquanto a Red Bull trabalhou perfeitamente, custou uma vitória para o time de Woking. Max Verstappen deixou o GP do Catar, alcançando a sua 70ª vitória, enquanto emplacou a 7ª vitória da temporada 2025.
Lando Norris chegou ao Catar com grandes chances de conquistar o seu primeiro título na Fórmula 1, obtendo tal resultado com uma etapa de antecedência antes da finalização do campeonato. No entanto, o competidor cruzou a linha de chegada na quarta colocação, logo após uma desclassificação em Las Vegas.
Tudo começou ainda no sábado, quando o último evento Sprint da temporada foi disputado. Oscar Piastri faturou a vitória, enquanto Lando Norris foi o 3° colocado e Verstappen o 4°. Para o domingo, Piastri saiu da pole, com Lando logo atrás, mas nos primeiros metros do circuito, o piloto da McLaren foi superado pelo neerlandês.
Max continuou mantendo proximidade com Piastri até a entrada do Safety Car, ocasionado por um toque entre Nico Hülkenberg e Pierre Gasly – onde o piloto alemão ficou parado na pista e com ele surgiu o Safety Car.
Enquanto a McLaren decidiu não parar os seus pilotos, Verstappen foi chamado aos boxes. Aqueles que fizeram a troca de pneus, ganharam uma parada “gratuita” pelo tempo de neutralização da corrida. A prova do GP do Catar seria baseada em duas paradas obrigatórias, por conta do limite de 25 voltas de uso definida para cada pneu. Com essa parada, Verstappen retornou em terceiro e manteve próximo aos adversários.
A McLaren optou por realizar as suas trocas apenas na volta 24 – com Piastri – e na 25 – com Norris, alguns giros antes dos demais competidores iniciarem a nova rodada de troca de pneus – na volta 32. No entanto, foi apenas quando a dupla da McLaren parou pela segunda vez – nos giros 42 e 44 – é que Max Verstappen encontrou o caminho livre para buscar a vitória e aumentar a pressão sobre Norris em Abu Dhabi.
O britânico perdeu ainda mais terreno na pista com as escolhas estratégicas da equipe. Nos últimos giros Norris travou uma busca em cima de Andrea Kimi Antonelli, para recuperar ao menos o 4° lugar, mas não foi capaz de superar Carlos Sainz, com a Williams.
O feito do piloto espanhol se tornou memorável em todo esse clima de tensão, pois ele faturou o seu segundo pódio na temporada 2025, com a equipe de Grove – que segue em fase de reconstrução. Sainz iniciou a sua jornada até o pódio, com uma 7° colocação na largada.
Sainz fez uma excelente largada, superando Isack Hadjar e George Russell na volta inicial, para se tornar o 5° colocado. O competidor foi atrás de Kimi Antonelli, fazendo a ultrapassagem antes da primeira parada de box. Em seguida, ele conseguiu reduzir a diferença para o piloto da Mercedes, que vinha logo atrás e aproveitou a estratégia alternativa da Mercedes, para superar Norris e materializar o pódio.
A McLaren sabe o preço que pagou, por não marcar o maior adversário deles em pista e fazer aquelas escolhas básicas, bem feijão com arroz. Porém, esse erro estratégico fica muito atrelado a escolha que o time fez de não ter um favorito e permitir que os dois disputassem o título do ano.
Para o último evento do ano, Norris tem apenas 12 pontos de vantagem sobre Verstappen, com Piastri quatro atrás do neerlandês.
Saiba como foi o GP do Catar
Quando as luzes se apagaram, Oscar Piastri manteve a liderança com autoridade, mas Lando Norris viveu uma de suas piores largadas do ano. O britânico perdeu tração e foi superado por Verstappen ainda antes da Curva 1, colocando o piloto da Red Bull atrás apenas do líder da McLaren.
Logo na primeira volta, Piastri abriu mais de 1 segundo para evitar o DRS, enquanto o ritmo forte dos McLaren começava a ditar o tom da corrida.
No meio do pelotão, George Russell perdeu três posições ao sair da pista na curva 2, sendo ultrapassado por Andrea Kimi Antonelli, Carlos Sainz e Fernando Alonso. Pierre Gasly também errou, danificando a parte inferior do Alpine após passar pela zebra e pela brita — o que contribuiu para um incidente com Nico Hülkenberg na sequência. O toque entre os dois não gerou punições, mas levou Hülkenberg para a brita e provocou a entrada do Safety Car na sétima volta.
A intervenção aconteceu antes do limite necessário para completar as 50 voltas restantes com apenas mais uma parada, o que colocou a estratégia de pneus no centro da corrida. Com a regra da Pirelli impondo no máximo 25 voltas por jogo, todos teriam de fazer ao menos duas paradas.
McLaren optou por manter Piastri e Norris na pista, enquanto Verstappen parou e retornou à prova em P3, com um jogo novo de pneus médios — com uma parada “gratuita” em relação aos líderes. Ocon, que também permaneceu na pista, tomou punição de cinco segundos por largada falsa e despencou para o fim do grid.
A relargada aconteceu na volta 11, com Piastri seguido por Norris, Verstappen, Sainz e Antonelli. E foi aí que o ritmo dos McLaren impressionou: mais de um segundo por volta mais rápidos que o restante do pelotão, obrigando sua primeira parada por volta 25.
Piastri parou primeiro, emergindo em pista limpa. Norris voltou logo em seguida, mas caiu próximo de Alonso. Com as estratégias alternadas, Verstappen assumiu a liderança provisória e conseguiu manter a distância sob controle.
Na volta 30, Piastri ultrapassou Antonelli com precisão na Curva 1. Norris tentou repetir a manobra, mas o italiano da Mercedes resistiu bem. As posições só foram se realinhando quando as equipes fizeram sua segunda rodada de pit stops na volta 32.
A partir daí, o duelo psicológico tomou conta da corrida.
Norris escapou na Curva 14 em alta velocidade, passando sobre a zebra e quase rodando — o que permitiu a aproximação de Verstappen. Pouco depois, Piastri também errou na mesma curva, deixando claro que o desgaste estava no limite.
Quando Piastri fez sua parada final na volta 42, retornou 17 segundos atrás de Verstappen. Norris parou duas voltas depois e voltou atrás de Sainz e Antonelli, ficando preso até a penúltima volta.
Só então, com um erro de Antonelli na saída da Curva 10, Norris conseguiu finalmente abrir caminho.
Max Verstappen controlou a reta final da prova com ritmo forte e venceu com oito segundos de vantagem — sua sétima vitória da temporada. A McLaren, apesar de dominante até aqui no Catar, viu a vantagem diminuir de forma perigosa.
Sainz garantiu um sólido pódio em terceiro, seguido por Norris e Antonelli. Russell, que sofreu um furo perto do fim, ainda salvou pontos ao ser superado por Hadjar, que terminou em sexto.
Fernando Alonso conseguiu completar a prova após um 360° impressionante que o atrasou, e Leclerc, Lawson e Tsunoda completaram o top-10.
Hamilton, Bortoleto, Colapinto, Ocon e Gasly ficaram fora da zona de pontos. Stroll, Bearman, Hülkenberg e Hadjar — em abandono tardio — aparecem como desistentes oficiais.
Com o resultado, Norris chega a Abu Dhabi com apenas 12 pontos de vantagem para Verstappen — e 16 sobre Piastri — deixando o título absolutamente em aberto para a última corrida do ano.
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