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Engenheiro-chefe do GP Brasil explica novidades do Autódromo de Interlagos

No último sábado (27), foi realizada no Autódromo José Carlos Pace a simulação de resgate para o Grande Prêmio do Brasil que ocorre nos dias 9, 10 e 11 de novembro. Neste mesmo dia, foram apresentadas por Luis Ernesto Morales, engenheiro-chefe do GP Brasil e parte da comissão de circuitos da FIA, algumas mudanças que ocorreram na pista para melhor atender a corrida, pois a localização do circuito apresenta um ambiente adverso e o clima é bem instável.

Dos Grooves

Eis um item de segurança que já temos em Interlagos e que foi migrado das pistas dos aeroportos, em especial do Aeroporto de Congonhas, que também está localizado na Zona Sul de São Paulo e sofre tanto quanto Interlagos com o clima da região sul da capital Paulista.

Os Grooves são as ranhuras feitas no asfalto para escoar a água que possa vir a acumular na pista, em Interlagos a reta principal é o trecho com maior número feito, uma vez que a quantidade de spray levantada em dia de chuva é muito grande e prejudica a visibilidade dos pilotos. O local foi escolhido com base no acidente com a Ferrari de Kimi Räikkönen, no GP Brasil de 2016.

Em outros pontos da pista como na reta-oposta, na subida da laranjinha e na curva do café os grooves também foram instalados. Eles estão presentes na parte onde se encontram desníveis na pista e se formam os famosos ”rios”, que são os acúmulos de água, e em uma passagem rápida com mudança de aceleração acaba intensificando a batida e a saída de pista de um piloto.

Mais uma das mudanças implementadas é a faixa amarelo-limão utilizada dos dois lados da reta de chegada. Essa uma medida sugerida pelo departamento de engenharia do Grande Prêmio do Brasil: ”Essa cor é a que permite a melhor visão de profundidade em caso de neblina ou chuva. Já é utilizada em rodovias e aeroportos”, diz Morales. Tendo sua eficiência comprovada, a FIA poderá recomendá-la a outros autódromos, assim como as ranhuras.

Durante a noite ou com pouca visibilidade Morales explica: “você enxerga o verde limão e já não enxerga mais o verde escuro. A gente precisa de no mínimo 200m, porque nessa velocidade a 300km/h você tem pelo menos um segundo de reação”. Sendo esse o tempo preciso para o piloto evitar uma fatalidade.

Até um final de semana antes da corrida, as máquinas que aumentam o grip com uma limpeza profunda no asfalto, através de jato de água sob pressão, semelhante ao trabalho executado por uma máquina vap, mas com muito mais potência. Ela busca deixar a pista mais verde e no decorrer dos dias até a prova, o emborrachamento vai sendo feito. Se for usada durante o período da corrida ela acaba afetando no acerto das equipes, pois altera a pista.

A outra máquina, também trazida como ideia do aeroporto, recolhe todo tipo de metal da pista, preparando o traçado para a corrida.

Para uma melhor compreensão, também recomendamos o vídeo do canal Boteco F1 onde o Luis Ernesto Morales engenheiro-chefe do GP Brasil explica outros itens de segurança do Autódromo de Interlagos:

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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