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Em corrida estratégica, Oscar Piastri fatura a sua primeira vitória na Hungria

Mesmo com o erro da McLaren, Lando Norris optou por deixar Oscar Piastri faturar a sua primeira vitória, não conseguindo converter a pole do sábado na primeira posição. Porém, McLaren inicia segunda fase do campeonato com dobradinha

A Fórmula 1 encerrou a sua passagem pela Hungria com vitória de Oscar Piastri, a sua primeira conquistada em uma corrida principal da categoria. A prova foi novamente sustentada na base da estratégia, por conta da dificuldade de ultrapassar no circuito e o desgaste elevado dos pneus.

Ao longo do fim de semana as equipes foram verificando os pneus que estavam disponíveis para a etapa. Mais uma vez a Pirelli optou por fornecer a gama macia de pneus, para dar uma movimentada na corrida no campo estratégico.

No entanto, já era de conhecimento das equipes que os pneus macios praticamente não seriam usados para a corrida, por conta da degradação excessiva e a chance das altas temperaturas. Se tivessem que ser trabalhado, seria por apenas algumas voltas, o que não era muito ideal, por ser necessário prolongar os outros stints. Conforme os treinos livres foram passando, a ideia era levar dois jogos de pneus médios para a corrida e um jogo novo de pneus duros novos, como aconteceu no ano passado.

McLaren, Ferrari e Red Bull optaram por deixar dois pneus médios para a corrida e um composto duro. A Mercedes partiu para uma tática diferente, conservando dois pneus duros novos e apenas um jogo de compostos médios, assumindo que a sua estratégia de duas paradas seria baseada na utilização dos pneus duros em dois stints.

A Aston Martin acabou consumindo vários pneus ao longo do fim de semana, deixando apenas um jogo de pneus duros e médios para Fernando Alonso e Lance Stroll, além dos competidores, contarem com alguns jogos de pneus macios – todos os compostos tendo passado pela fase de “cozimento”. No caso deles, para cumprir o plano de duas paradas, seria necessário passar por todos os pneus reservados para o fim de semana para concluir a corrida.

Situação de cada uma das equipes para enfrentar o GP da Hungria – Foto: reprodução Pirelli

Nesta época do ano a Hungria acaba lidando com as altas temperaturas, por conta do verão europeu. Porém, essa também é uma região com muita instabilidade e podemos ver dias como o sábado, onde a ameaça de chuva pairou durante toda a classificação.

Como algumas equipes levaram atualizações para a Hungria, o ideal era aproveitar a pista para coletar o máximo possível de dados, então os times realmente aproveitaram a sexta-feira para isso.

Alguns dados sobre a prova

  • Como esperado o composto médio foi o preferido para a largada, 13 pilotos optaram por este composto para fazer a primeira fase da corrida. Desses treze, apenas Valtteri Bottas e Zhou Guanyu optaram por usar os pneus médios usados no primeiro trecho da prova;
  • Quatro pilotos usaram os pneus macios para a largada, foram a dupla da Aston Martin, com pneus já usados, enquanto Alexander Albon e Kevin Magnussen usaram os pneus macios novos. Os competidores tiveram uma boa reação na largada, mas precisaram parar cedo para substituir os pneus e cumprir a parada obrigatória.
  • A Aston Martin quando parou foi para os pneus médios, Fernando Alonso ficou vulnerável por realizar a sua primeira substituição de pneus na sétima volta. Consumiu os compostos médios dentro do planejado, mas precisou parar mais cedo para instalar os pneus duros. Isso foi suficiente para Lance Stroll ultrapassar o companheiro de equipe e optar por não devolver a posição. Stroll levou um ponto para casa com uma estratégia que teve cerca de sete voltas de gap para Alonso;
  • Apenas três pilotos começaram a corrida com os pneus duros: Sergio Pérez por ter batido no Q1 e começar a prova do final do pelotão, além de George Russell que não fez uma boa classificação e Pierre Gasly que iniciou a prova dos boxes. Com essa escolha os competidores conseguiram parar lá na frente, por volta do giro 28.
  • O pneu duro foi a escolha de grande parte das equipes para o segundo stint que precisaram realizar, mas ele também foi usado por vários competidores para encerrar a corrida. A Mercedes não foi a única a preservar jogos de pneus duros para lidar com as altas temperaturas na Hungria;
  • Logan Sargeant e Esteban Ocon fizeram uma estratégia de três paradas e isso não trouxe nenhum benefício para os competidores, ambos terminaram fora da zona de pontuação, ocupando a décima sétima e décima oitava posições, respectivamente;
  • Yuki Tsunoda fez uma boa gestão dos pneus, o piloto que teve o carro destruído no Q3 por um erro, conseguiu realizar uma boa prova na Hungria. Prolongou o primeiro stint até a volta 29, instalando os pneus duros para realizar o final da corrida e não parar mais. O piloto da Racing Bulls precisou usar por 41 voltas o composto duro.
Estratégias trabalhadas ao longo do GP da Hungria – Foto: reprodução Pirelli

O GP da Hungria é uma prova estratégica, independente da ação do Safety Car. O undercut é bem efetivo nessa pista e a McLaren acabou se colocando em uma saia justa sem necessidade.

No último trecho da corrida, o time britânico optou por realizar a parada de Norris antes do que a programada para o líder da corrida. Norris parou na volta 45, enquanto Piastri substituiu os seus pneus duros por um último jogo de pneus médios no giro 47.

O australiano foi devolvido atrás do companheiro de equipe, separado por cerca de três segundos. As próximas voltas foram acompanhadas de várias negociações dos boxes, tentando convencer o britânico há devolver a posição para o companheiro de equipe.

Performance dos pneus usados durante o GP da Hungria – Foto: reprodução Pirelli

Piastri fez uma excelente largada, mesmo com Norris tentando atrapalhar o competidor. O australiano liderou boa parte da corrida e merecia vencê-la pelo controle inicial. No entanto, a McLaren errou quando não priorizou Piastri, além disso, ele acabou cometendo alguns erros na última troca de pneus e ampliou a diferença entre ele e Norris.

O britânico foi orientado para reduzir o gap e deixar Piastri passar, o australiano só recuperou a ponta da corrida nas últimas três voltas, quando Norris enfim cedeu, apesar da diferença entre eles. Porém, qualquer coisa relacionada ao desfecho dessa prova gerou algumas porções de discussão, já que Norris também está tentando reduzir a diferença para Verstappen, se aproveitando de um momento que a Red Bull não tem sido a favorita nas etapas.

A McLaren fez uma boa escolha, preservando pneus médios para o final da prova, composto que tem ajudado o time a performar melhor no último trecho da prova, não compensando fazer o mesmo que a Mercedes tinha escolhido para os seus pilotos. Porém, a equipe ainda precisa desenvolver melhor a sua leitura de corrida, pois a real preocupação de Hamilton era Max Verstappen e não buscar a dupla da McLaren quando a corrida seguiu para a segunda troca de pneus.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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