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É no Pit Wall que gostaríamos de ficar durante a corrida…

O automobilismo envolve toda a parte sensorial, sentir, ver, ouvir… O Pit Wall é o contato mais direito que as equipes têm com os carros na pista, assim que as luzes se apagam.

Esta proximidade com a pista, ocorria pela falta de equipamentos de comunicação com os pilotos, mas era um dos passos extremamente importantes para o desenvolvimento da prova, o contato visual com o carro sempre importou e mesmo com os avanços tecnológicos, este espaço não se perdeu.

A equipe que fica sentada naquelas cabines pode ser de um número reduzido de quatro pessoas, chegando até sete membros na Fórmula 1, divididos entre fixos ou rotativos. Naquele lugar eles traçam estratégias, observam a pista e podem ter um contato mais próximo com o mecânico chefe, responsável pelo carro que está na pista.

Foto: Ferrari Media

Mesmo com todos os aparatos tecnológicos, a presença humana se faz necessária, pois nada mais eficiente do que a percepção daqueles que estão envolvidos na competição, a leitura corporal, as movimentações, as mudanças climáticas que ocorrem apenas em uma parte da pista, todos estes acontecimentos ajudam no momento de tomar uma decisão.

Se estas pessoas ficassem isoladas certamente a única leitura que eles teriam da pista, seria através de números e apesar de eles serem importantes na competição, o automobilismo não pode ser reduzido a eles.

Você tem que estar lá fora para ver e ouvir, sentir o cheiro e viver a realidade

disse Laurent Mekies, diretor esportivo da Ferrari.

Logo atrás daqueles que estão no Pit Wall, tem toda a equipe, a movimentação que ocorre durante a preparação dos carros, as conversas importantes sobre os acertos, mas por estarem colados a pista, eles se tornam os olhos da equipe quando o carro deixa o pit-lane.

“A proximidade com o carro é importante”, diz Mekies. “Os engenheiros de corrida precisam ver se as alterações e configuração solicitadas estão sendo feitas, devem ter contato visual com o mecânico chefe e o piloto. Para a corrida, eles se juntam a nós no muro. Penso que de outra forma eles se sentiriam sozinhos na garagem sem o carro lá!”

Ninguém trabalha sozinho no automobilismo e mesmo com a proximidade entre eles, as discussões acabam se estendo para as pessoas que estão nos boxes ou até mesmo em contato direto com a fábrica. O Pit Wall é o espaço que reúne pessoas que trabalham juntas e naquele espaço nasce as mais variadas comunicações, com palavras, gestou ou expressões faciais.

Cada equipe escolhe a forma como vai distribuir o número de funcionários e definir os seus cargos, por conta de cada time trabalhar com um número específico de funcionários operacionais. As funções que cada cargo executa nem sempre são as mesmas em todas as equipes por conta deste número de pessoas, mas em geral aqueles que estão no Pit Wall representam cada uma das principais áreas de operação do time.

Foto: Ferrari Media

Eles também têm acesso a transmissão global e podem acompanhar o desenvolvimento da corrida, mas existe um atraso na transmissão, estar no Pit Wall é muitas vezes escutar o barulho da torcida e correr os olhos para a televisão, esperando entender o que está acontecendo.

“É sempre interessante quando você está do lado de fora, imerso naquela atmosfera”, disse Mekies. “Você ouve o estrondo da multidão quando algo acontece, antes de ver a imagem, e todo o comprimento do Pit Wall fica tenso enquanto eles esperam que as imagens o alcancem, porque a corrida pode mudar nesse segundo. É um pouco mais real estar lá fora e vivenciar isso.”

É claro que este espaço não é restrito as equipes de Fórmula 1, as competições pelo mundo fazem uso do Pit Wall para manter o contato, se aproximar do automobilismo, instalar medidores climáticos e por ai vai, pois nem todos dispõem dos mesmos recursos da categoria.

Mas está frase resume este espaço: “Há carros passando na reta e atrás de você no pit lane. O barulho da multidão nas arquibancadas é ensurdecedor, as equipes estão trocando pneus, e você está no meio de tudo isso. Onde mais você gostaria de estar?”

Inspirado no texto da Fórmula 1: The insider’s guide to… The Pit Wall

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.
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