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Preview GP da Bélgica de 2018 da Fórmula 1 – Spa, a mais queridinha entre os pilotos de verdade

O GP da Bélgica é um dos mais queridos pelos cabeças de gasolina e algumas piadas como essa e a “minha spa e esse é o seu spa” vira e mexe vão sendo compartilhadas nos grupos de automobilismo. Assim como alguns países da Europa, a Bélgica também fazia parte do campeonato de automobilismo europeu e algumas provas foram disputadas no seu território desde 1925. Spa-Francorchamps teve dois traçados diferentes até chegar ao que conhecemos hoje, suas alterações giravam em torno de mais velocidade e depois em segurança e adaptações que foram necessárias para que o circuito pudesse receber a Fórmula 1, mas a competição ainda foi executada em dois outros lugares, em Nivelles em 1972 e 1974, e também em Zolder 1973 e 1975 à 1982 e novamente em 1984.

A Fórmula 1 colocou a Bélgica no calendário em 1950, mais em 1957 a competição não teve como ser executada devido aos preços altos dos combustíveis nos Países Baixos por causa da crise de Suez. Para o ano seguinte o circuito ganhou uma reforma onde a pista foi recapeada e os boxes ampliados.

O GP da Bélgica voltou a não acontecer em 1969, logo depois de Jackie Stewart visitar o circuito pela GPDA (Grand Prix Drivers’ Association) e verificar que a pista e o circuito precisavam de algumas adaptações. A sensação de passar por um desafio e sobreviver a ele entre os pilotos começava a diminuir e eles queriam mais segurança para que as provas pudessem ser disputadas. Spa era a pista mais veloz da Europa e a mais perigosa. Quando os proprietários da pista se negaram a fazer as mudanças necessárias nos muros de contensão entre outras coisas as equipes francesas, italianas e britânicas simplesmente se retiraram do evento e ele acabou sendo cancelado em abril.

Em 1970 uma prova ainda foi realizada, Colocaram umas barreiras na chicane, mas ela não foi suficiente para conter a velocidade dos carros e em 1971 a prova precisou ser mudada de lugar.

lll Duas outras pistas e a chance de haver corrida no país novamente

Depois do veredito final sobre as condições de Spa, o país que não queria deixar as competições automobilísticas tinha ainda outras duas opções: Nivelles e Zolder. Na competição de 1972 que foi vencida por Emerson Fittipaldi e no ano seguinte por Jackie Stewart.

A Fórmula 1 acabou voltando ainda em 1974 para Nivelles e novamente o brasileiro venceu, porém manter a pista no calendário foi outra história, ela não agradava aos pilotos e acabou sendo a mais impopular e por fim, foi riscada da competição de vez. Zolder ainda sediou o Grande Prêmio da Bélgica por mais 9 vezes, mas em 1981 ele também entrou para a lista negra de pistas para receber uma corrida, logo após o acidente que levou a morte o mecânico de Osella (Giovanni Amadeo), ao ser atropelado por Carlos Reutemann devido ao Pit-lane muito estreito. Mais coisas ainda aconteceriam na corrida de 81: logo na largada, após Riccardo Patrese ficar parado com o seu Arrows, David Luchett que era o seu mecânico foi à pista para tentar ligar o carro do piloto, o grande problema foi que Siegfried Stohr bateu na traseira do carro de Patrese e o mecânico ficou estirado no chão com as duas pernas quebradas. A corrida seguia, mas ao perceberem o que estava acontecendo os pilotos pararam para forçar a paralização da prova até que Luchett fosse removido da pista.

Zolder também ficou conhecida pela morte de Gilles Villeneuve no ano seguinte, após uma colisão com Jochen Mass, seu carro girou várias vezes, ficando completamente destruído e arremessando-o a metros de distância. Gilles morreu à noite no hospital por não conseguir resistir aos graves ferimentos.

lll Spa está de volta

Spa acabou passando por diversas mudanças no traçado, a pista ficou um pouco mais curta e todas as alterações que foram feitas fizeram o público voltar a se apaixonar e os pilotos passaram a amar a pista também. Em 1985 ele ainda ganhou um asfalto novo por causa das chuvas que acabavam ocorrendo no local, para que uma melhor drenagem fosse feita. Em 1995 o circuito perdeu uma chicane depois do acidente em Imola de 1994.

O local ainda seria palco de um grande acidente em 1998, quando 13 dos 20 carros que disputavam a corrida acabaram batendo por causa da chuva torrencial na corrida, tudo começou pela baixa visibilidade e pela pancada de Michael Schumacher na parte traseira do carro de David Coulthard, mas ao final da corrida o alemão acabou admitindo a culpa.

A Bélgica ainda foi excluída do calendário em 2003 por problemas políticos e sociais, já que na época a União Europeia criou uma proibição onde vetava a associação dos esportes com a venda de tabaco. Novamente em 2006 não tivemos corrida, mas dessa vez a pista passava por mudanças para que pudesse comportar a Fórmula 1 de forma melhor e depois disso ela nunca mais ficou de fora da competição.

lll Pneus

Diferente da temporada passada, em que o circuito de Spa-Francorchamps utilizou a primeira vez pneus ultramacios, nesta temporada as equipes retornaram à configuração que já fora usada outras vezes, optando pela escolha dos pneus médios (faixa branca), macios (faixa amarela) e supermacios (faixa vermelha).

lll Corrida de 2017

Hamilton não poderia ter terminado de melhor forma o Grande Prêmio de número 200 da carreira, acabou somando mais uma vitória a sua jornada na Fórmula 1 e conseguindo diminuir a diferença para Vettel na disputa pelo campeonato para apenas 7 pontos. O alemão, no entanto, seguia como líder.

boletimdopaddock.com.br/hamilton-vence-diferenca-de-pontos-e-reduzida-e-perez-e-ocon-se-estranham-na-pista-novamante/10751

Vettel não se intimidou com a Mercedes e tentou de todas as formas chegar no inglês e fazer a ultrapassagem. Na largada o alemão aproveitou o vaco do carro do adversário para tentar conquistar a primeira posição, mas o motor Mercedes acabou falando mais alto e não foi possível tomar a liderança.

Na relargada pós incidente entre Pérez e Ocon, Hamilton tentou aproximar os carros e atrapalhar Vettel. O alemão manteve uma distância segura para o inglês, mas ainda tentava mostrar que estava ali. Sem a ajuda da asa móvel na primeira volta, Vettel até conseguiu colocar o carro do lado de Hamilton, fazendo a mesma manobra de aproveitar o vácuo do carro do inglês, porém a ultrapassagem não veio. Ele tentou volta a volta, das 11 restantes diminuir a distância entre eles.

Vettel usou o composto ultramacio para dar mais força a essa tentativa, mas os esforços não surtiram efeito. Após a saída do Safety-Car, só conseguiu ficar abaixo ou próximo do 1 segundo nas áreas que não eram de detecção do DRS e essa ajuda extra não foi obtida.

Foi uma bela vitória de Lewis Hamilton dando a entender que o restante do campeonato ainda tinha muita lenha para queimar entre as duas grandes forças (Mercedes e Ferrari).

Outros beneficiados pela saída do carro de segurança da pista foram Ricciardo e Raikkonen, que deram o bote em Valtteri Bottas e ficaram com o terceiro lugar do finlandês da Mercedes. O piloto da Red Bull acabou garantindo o pódio improvável para a equipe. Verstappen teve problemas e, pela sexta vez no ano, não concluía uma corrida naquela temporada.

Com o incidente entre Pérez e Ocon ficou claro que os dois não tinham como se encontrar na pista já que o risco de sair faísca entre eles era alto e o grande interesse de ambos não era o término da corrida para a equipe, demostrando estar mais focados na disputa interna. O mexicano havia conseguido realizar uma ultrapassagem em Ocon, mas o francês não tirou o pé e na descida da Eau-Rouge, com mais de meio carro à frente, Pérez acabou fechando o companheiro de equipe no muro de contenção da pista. Ocon acabou com a asa dianteira do carro danificada e Pérez com um pneu furado.

Hulkenberg conseguiu o sexto lugar, seguido por Grosjean e Felipe Massa que não havia tido um final de semana nada promissor, o oitavo lugar depois desse fatídico GP da Bélgica para a Williams, com certeza foi o melhor resultado que o brasileiro podia trazer para a equipe. Ocon, após a briga com o companheiro de equipe na pista, ficou com o nono lugar e Carlos Sainz veio para completar o top-10.

Hamilton passou aos seus 213 pontos, contra os 220 de Vettel.

Fonte: globoesporte.globo.com
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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