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Patrick Depailler o francês que nunca se abateu!

Sedução francesa era pré requisito para um piloto de Fórmula nos anos 70s Fonte: @Badoo

Há 73 anos nascia em Clermont Ferrand na França, Patrick Andre Eugene Joseph Depailler, para os cabeças de gasolina simplesmente Patrick Depailler. Iniciou a carreira aos 20 anos, migrou para o motociclismo e voltou para o automobilismo dois anos mais tarde. Disputou o volante Shell, que oferecia como prêmio um milhão de francos a serem investidos na carreira do vencedor. Depailler foi derrotado por outro piloto francês o qual estaria intimamente ligado ao restante de sua carreira, François Cevert.

Patrick Depailler em sua curta passagem pela motovelocidade. Fonte: @Instagram

Estreou na Fórmula 1 em 1972 por influência da Elf que era parceira da Tyrrell pilotando o terceiro carro da equipe em sua terra natal, Clermont Ferrand no GP da França, largou em 16º terminou em 20º. Guiou para Ken Tyrrell novamente em Watkins Glen largando em 11ª e quase pontuando com a 7ª colocação. Continuou a carreira na Formula 2 sempre com apoio da Elf. No final de 1973 tinha tudo para pilotar para a Tyrrell novamente nas provas finais em Mosport e Watkins Glen, mas um acidente de motocross onde quebrou uma perna perdendo a vaga para Chris Amon.

Tyrrell 007 – 1974. Fonte: @Tumblr

Depailler continuaria na Formula 2 em 1974, porém o acidente fatal de François Cevert em Watkins Glen, o mesmo que o havia derrotado no troféu Shell alguns anos antes abriu a chance para o piloto ser contratado como piloto titular da Tyrrell. Com o apoio da Elf a contratação se efetivou. O começo não foi animador, guiando o vencedor, porém já defasado Tyrrell 006 Depailler e seu companheiro Jody Scheckter pouco fizeram. Quando o time colocou o novo modelo 007 em ação os resultados começaram a aparecer, Patrick marcou sua primeira pole em Anderstorp na Suécia, chegando em segundo lugar. Fechou o campeonato em 9º lugar com 14 pontos, Jody Scheckter disputou o título até o final com Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni. No mesmo ano Depailler venceu o campeonato da Formula 2 tendo como principais adversários Jacques Laffite e Hans Joachim Stuck, disputar a Fórmula 1 e Fórmula 2 no mesmo ano seria impossível atualmente.

Tyrrell 007 – 1975 Fonte: @Tumblr

O Tyrrell 007 não evoluiu como se esperava em 1975 e o francês subiu apenas uma vez no podium com a terceira posição em Kyalami. A grande esperança para 1976 estava no revolucionário modelo P34, o famoso F1 de 6 rodas. O novo modelo entrou em ação na 5ª etapa em Zolder e na prova seguinte em Mônaco já levou os dois pilotos ao podium nas posições 2 e 3, na terceira prova o P34 já emplacou uma dobradinha Scheckter / Depailler. Chegou novamente em segundo na França, no Canada e no Japão. Foi a melhor classificação em campeonato de Patrick Depailler que fechou o ano em 4º lugar com 39 pontos.

Tyrrell P34 – 1976. Fonte: @Tumblr

Em 1977 Scheckter foi para a Wolf e para seu lugar a Tyrrell trouxe Ronnie Peterson. A equipe passava a contar com o patrocínio do First National Bank, tal fato somado a boa performance do P34 no ano anterior faziam crer que 77 poderia ser o ano da Tyrrell. Mas o modelo de seis rodas perdeu competitividade diante dos bólidos das equipes rivais. Resultado, nenhuma vitória e apenas e podiuns, um de Peterson e dois de Depailler.

Tyrrell P34 – 1977. Fonte: @Tumblr

O modelo de seis rodas foi abandonado em 1978, Ronnie Peterson foi para a Lotus e a Tyrrell teve uma dupla francesa este ano, promovendo a estreia de Didier Pironi. Em Mônaco após 68 GPs disputados, finalmente Patrick Depailler conquista sua primeira vitória na F1. Mais 4 podiuns garantiram a quinta posição no campeonato com 34 pontos. No final deste ano a Elf e o First National Bank deixaram de patrocinar o time e Depailler mudou-se para a francesa Ligier, tendo como companheiro Jacques Laffite.

Tyrrell 008 – 1978 – Fonte: @Tumblr

A Ligier começou 1979 com tudo, vitorias de Laffite nas etapas iniciais na Argentina e no Brasil, sendo que em Interlagos conquistaram a primeira dobradinha da equipe, fizeram crer que aquele poderia ser o primeiro ano que um francês seria campeão da F1. Depailler conquistaria sua segunda e última vitória em Jarama na Espanha. Em sua última prova pela nova equipe marcou o 5º lugar em Mônaco. As vésperas do GP da França o francês sofre um grave acidente quando voava de asa delta, resultado: fraturas em ambas as pernas. Guy Ligier o demitiu sumariamente trazendo para seu lugar um decadente, pelo menos na F1, Jacky Ickx. A Ligier não manteve o ritmo na segunda parte do campeonato em um ano que marcou a ascensão de uma nova força, a Williams. Enquanto esteve na disputa Depailler dividia a 3ª colocação no campeonato com Carlos Reutemann da Lotus e Gilles Villeneuve da Ferrari, cada piloto contava com 20 pontos. Depailler estava atrás apenas de seu companheiro Jacques Laffite com 24 pontos e do líder Jody Scheckter da Ferrari com 30 pontos.

Ligier JS11 – 1979. Fonte: @Tumblr

Em 1980 a Alfa Romeo resolveu dar uma chance a Depailler, a marca italiana havia retornado à categoria no ano anterior. Ainda não plenamente recuperado Patrick andava de muletas no paddock. Na abertura do campeonato na Argentina largou em 23º, em uma incrível prova de recuperação chegou a estar em 7º, mas a Alfa não aguentou. Em Interlagos novo abandono após partir da 21ª posição. Em Kyalami já colocou a Alfa na 7ª posição do grid de largada, nova quebra. Na etapa seguinte em Long Beach a persistência de Depailler começou a render frutos. Largou em uma excelente 3ª posição, pulou para segundo no início atrás apenas da Brabham de Nelson Piquet. Esteve entre os três primeiros até a volta 28, e um problema na suspensão o fez abandonar na volta 41. A confiabilidade era o calcanhar de aquiles do carro da Alfa Romeo e o francês trabalhava incansavelmente para tentar sanar tal problema.

Alfa Romeo 179 – 1980. Fonte: @Tumblr

Na semana anterior ao GP da Alemanha a equipe Alfa realizava testes privados em Hockenheim, quando infelizmente o piloto perdeu o controle do carro na Ostkurwe, o violentíssimo choque contra os guard-rails a cerca de 250 km/h foi fatal. Patrick Depailler nos deixava quando estava prestes a completar 36 anos. Na F1 disputou 95 GPs onde teve 2 vitorias, 1 pole, 4 voltas mais rápidas subindo 19 vezes ao podium.

Capacete usado por Patrick Depailler Fonte: @Tumblr



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Cristiano Seixas

Wikipédia da Fórmula 1, um dos maiores intelectuais do automobilismo, Cristiano Seixas é um dos mais antigos apoiadores dos produtores de conteúdo e deixa aqui no BP uma pequena porção do seu conhecimento para as futuras gerações!

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