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O canto do cisne da Lotus

Dia 31 de 365 dias dos mais importantes da história do Automobilismo - 21 de Junho de 1987 - O canto do cisne da Lotus

O GP de Detroit marcava a 5ª etapa do campeonato de 1987. Até ali Alain Prost havia vencido no Brasil, Nigel Mansell em Imola, Prost em Spa e Ayrton Senna em Mônaco. Apesar do favoritismo da Williams a McLaren vinha comendo pelas beiradas tal qual havia feito em 1986. Uma das novidades daquele ano era a Lotus que agora era equipada com o melhor motor da época, o Honda. A equipe também tinha novo patrocínio, passando a estampar o amarelo dos cigarros Camel no lugar do já tradicional preto da John Player Special, como parte do acordo para ter os propulsores nipônicos, um japonês ao volante, o simpático e alegre Satoru Nakajima.

Já na largada Ayrton Senna segue de perto o pole Nigel Mansell. Fonte: @Pinterest

Na classificação Nigel Mansell cravou a pole com 1’39″264, o leão colocou nada menos que 1.343 sobre o segundo colocado Ayrton Senna e incríveis, mas de nenhuma maneira inesperados 14.380 sobre o 26º e último do grid, a AGS de Pascal Fabre. Nelson Piquet (Williams), Thierry Boutsen (Benetton), Alain Prost (McLaren) e Eddie Cheever (Arrows) completavam os seis primeiros no grid. Mesmo não tendo conquistado a pole Senna era um dos favoritos, pois os chassis da Lotus se dava melhor que as Williams em circuitos travados. Em um domingo nublado, a prova começou com Mansell e Senna se mandando na frente e Piquet sendo seguido por Cheever que fizera uma bela largada. Satoru Nakajima conseguiu a proeza de ainda na primeira volta bater na traseira da March de Ivan Capelli e tocar-se com a Minardi de Adrian Campos.

Ainda na segunda volta Piquet teve um pneu furado o que o obrigou a uma parada prematura para troca de pneus, voltando em 21º lugar iniciou uma sensacional recuperação. Formou-se então um trenzinho com Eddie Cheever (Arrows), Teo Fabi (Benetton), Michele Alboreto (Ferrari), Alain Prost (McLaren), Thierry Boutsen (Benetton), Gerhard Berger (Ferrari), Derek Warwick (Arrows) e Stefan Johansson (McLaren).

Na volta 6, Teo Fabi tentar superar Cheever, tocando na roda traseira direita do americano, o italiano ficou sem o bico e ambos caíram para o final do pelotão.

Fonte: @Pinterest

A partir de então a prova transcorreu sem grandes novidades, destaques para Alain Prost que superou Michele Alboreto na saída do túnel sendo acompanhando na manobra por Berger e para Nelson Piquet que de 21º no início já era o 6º na volta 26 a menos de10 segundos do 6º colocado Boutsen. A esta altura os tempos de volta tanto de Mansell quanto de Senna aumentaram muito devido ao desgaste dos pneus. Volta 34, Mansell vai aos boxes para trocar os pneus e a Williams para variar fez um péssimo trabalho devolvendo o leão a pista na terceira posição. Senna arriscou não parar e se deu muito bem, liderando até a bandeirada com 33 segundos de vantagem sobre o segundo colocado, Mansell perdeu ritmo e chegou em um apagado 5º lugar, Piquet em uma corrida de recuperação impressionante chegou em 2º e Prost em mais uma prova de cabeça completou o podium. Ayrton Senna saiu de Detroit líder do campeonato com 24 pontos, seguido por Prost 22, Piquet 18, Johansson 13 e Mansell 12. Nos construtores McLaren com 35 pontos, Williams 30, Lotus 27 e Ferrari 17.

Ayrton Senna recebe a bandeirada na última vitória da equipe Lotus na Fórmula 1. Fonte: @Pinterest

Aquela era a 79ª vitória da Lotus, o que não imaginávamos era que aquela seria a última vitória da equipe fundada por Collin Chapman, que já naquele 1987 começava sua fase de declínio perdendo Ayrton Senna para a McLaren, o motor Honda no final de 1988, Nelson Piquet no final de 1989, o patrocínio da Camel no final de 1990, até fechar as portas definitivamente no final de 1994. Para se ter uma ideia da grandeza da equipe naquele momento, apenas a Ferrari possuía mais vitorias (91) que o time britânico, e 30 anos depois apenas Williams e McLaren superaram a Lotus. O criticado traçado de rua de Detroit foi palco para a última vitória da Tyrrell em 1983, já retratado no BP 365 por Debora Almeida, e da Lotus 4 anos mais tarde, 2 times que dominaram a F1 no início dos anos 70 despediram-se do panteão dos vencedores na então capital do automóvel. A cidade também foi eternizada na fantástica música do Kiss, Detroit Rock City.

Senna em primeiro e Piquet em segundo! Fonte: @Pinterest
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Cristiano Seixas

Wikipédia da Fórmula 1, um dos maiores intelectuais do automobilismo, Cristiano Seixas é um dos mais antigos apoiadores dos produtores de conteúdo e deixa aqui no BP uma pequena porção do seu conhecimento para as futuras gerações!

2 Comentários

  1. Olha como as viúvas enxergam as coisas diferente… o Piquet caiu para 21o. e chegou em 2o. !!!! mas claro, o mérito toda da corrida é do senna que largou em 2o.e chegou em 1o. VSF!!!

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