Lucas Di Grassi permanece na Fórmula E, agora de casa nova pois disputará a 8ª temporada com a Venturi. O brasileiro está no campeonato elétrico desde a sua primeira edição, onde foi campeão em 2016/17.
Na temporada 2020/21 Edoardo Mortara esteve na vice-liderança do campeonato, somando 92 pontos. Embora ainda esteja no campeonato elétrico, Di Grassi tem um novo desafio pela frente, um novo time, assim como um novo companheiro de equipe.
Em entrevista, Di Grassi falou um pouco sobre está nova fase na sua carreira, pois trabalhou durante sete temporadas com a Audi. “Quando você é o novo membro de uma equipe, seja no automobilismo, seja em qualquer atividade, a primeira coisa é aprender o método de trabalho de seu novo grupo. Pode parecer que o trabalho de um piloto é só chegar lá e acelerar, mas é bem longe disso. Então minha primeira meta é me integrar completamente ao time.”
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Di Grassi assinou o contrato com a Venturi em setembro de 2021, desde então já está trabalhando junto com a equipe, fazendo os preparativos que são necessários sempre antes do início de uma nova temporada.
“Conseguimos trabalhar firme desde o começo e nos testes de Valência, no final de novembro, estivemos entre as melhores equipes. Então, temos motivos para sermos otimistas. Mas eu cheguei em um momento de grandes mudanças na equipe. A Susie (Wolff) foi promovida a CEO e o Jérôme D’Ambrosio, ex-piloto da F-E, subiu para o cargo equivalente a chefe de equipe. Além disso, também houve troca de comando na direção da engenharia. São mudanças que não aconteceram de uma hora para a outra, foram planejadas com antecipação. Então, há muita coisa nova acontecendo na Venturi, por que eles querem o título de pilotos em 2022. E isso tem sido bom para todos.”
Obviamente após o resultado positivo da Venturi em 2021, o brasileiro já está traçando as suas metas para o campeonato. “Minha meta é subir ao pódio sempre que puder, levando a bandeira do Brasil – brigar ou não pelo título é consequência do que fizermos em cada corrida individualmente. Na Fórmula E é uma ingenuidade você fazer previsões sobre o título. Eu sei que temos potencial de brigar por pódios e até vitórias. Então vou apostar nisso. E é uma sensação incrível quando posso estar lá com a nossa bandeira. Difícil até explicar. É a sensação de uma grande realização pessoal. Acho que todo mundo que já lutou muito por um objetivo na vida, seja no esporte, seja no trabalho, entende como é.”
Na Audi, Di Grassi fazia o papel de piloto mais experiente dentro do time, afinal, estava ligado ao projeto inicial. Agora ele está chegando na Venturi, onde Edoardo Mortara, que é o atual vice-campeão mundial, está com a equipe há quatro anos. A primeira disputa de um piloto, sempre acontece internamente, com o seu companheiro de equipe, onde os resultados são comparados.
“Certamente vai ser competitivo. Ninguém ganha o apelido de “Mister Macau” à toa. Macau é a pista mais difícil do mundo na visão de muita gente, e isso diz muito sobre o Edo. Então, eu tenho um companheiro bem forte, o que é exatamente o mundo ideal, por que isso me força a trabalhar e focar cada vez mais na competição. Nós fomos companheiros de Audi por alguns anos, cada um na sua categoria, já nos conhecemos e sei que vamos formar uma dupla muito forte. Acho que vamos nos ajudar muito ao longo do ano.”
Lucas Di Grassi está chegando à Venturi no último ano onde o Gen 2 será utilizado, portanto, simultaneamente com a competição que acontecerá nas pistas, os times começam a pensar na introdução do Gen 3. O trabalho interno acaba ficando ainda mais intenso.
“Todas as equipes terão a missão dupla de, ao mesmo tempo em que competem com o atual carro, desenvolver o que for possível para ser usado no ano que vem. Na Venturi nós teremos duas operações em paralelo, uma liderada pelo Jérôme (D’Ambrosio), com o carro usado em 2022, e outra dirigida pela Susie (Wolff), com foco no Fórmula E do ano que vem. Os pilotos têm que dar atenção aos dois projetos. Sinceramente, para mim isso é diversão pura, porque todo mundo sabe que gosto de tecnologia e desenvolvimento. Então, estou bem feliz com isso.”
A primeira prova na Arábia Saudita, ocorre neste final de semana, entre 28 e 29 de janeiro.
“Por ter uma etapa no sábado e outra no domingo, é um fim de semana bastante importante e, se conseguirmos nos sair bem, nos dará a tranquilidade de que acertamos o caminho inicial. Para mim em especial, por ser uma novidade na equipe, é um momento importante. Vai ser a primeira vez trabalhando pra valer com os engenheiros e mecânicos da Venturi. A gente ainda não tem essa experiência como grupo e começar bem pode nos dar uma dose extra de confiança mútua. Eu os respeito muito e sei que eles me respeitam também. Sentimos isso no trabalho diário na oficina e também lá na pista de Valência, nos testes oficiais. Na soma de tudo e ponderando cada detalhe, sei que estamos prontos. Eu acredito que será um bom ano.”