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Devaneios sobre o Grande Prêmio da Austrália

Este é aquele texto compilado de ideias, sobre a primeira corrida do ano. Desta forma dou início falando da vitória de Valtteri Bottas. O finlandês começou a chamar a atenção ainda na classificação quando ”mostrava’’ para a Mercedes que se eles precisassem dele, ele tinha como mostrar o seu potencial.

Cortando para domingo, Bottas não mediu esforço nenhum e se posicionou na frente de Lewis Hamilton, para logo depois ampliar a vantagem para o companheiro de equipe. Sozinho de cara para o vento, colocou a equipe para trabalhar ao seu favor e foi por conta disso que pararam primeiro Hamilton como reação ao pit-stop da Ferrari.

Bottas fez a sua parada, seguiu a sua corrida, virando muito bem, sem ser ameaçado. Não precisava cravar a melhor volta da prova, mas sabia que ela dava o direito a um ponto extra e desta forma se tornou o primeiro piloto desta nova era a conquistar 26 pontos em um Grande Prêmio.

Como muitos já devem ter conhecimento, o rádio de Bottas pós prova mostrava que ele não queria mais abaixar a cabeça, para quem quer que seja. Talvez seja um retorno da sua melhor performance, lembram do finlandês em 2017?

Também pode ser o retorno daquela época em que a Mercedes deixava os seus pilotos brigarem e não sacrificavam um como escudeiro. Mas essa foi a primeira corrida do ano e tem muita água para rolar.

Ordem de equipe

Ainda falando sobre conflitos internos, é impossível passar por cima do que ocorreu na Ferrari. Charles Leclerc recebeu ordens da equipe para se manter atrás de Sebastian Vettel, quando estava virando mais rápido que o alemão. De fato podemos relembrar que a equipe já havia afirmado trabalhar para que Vettel tivesse chances de conquistar um título pela equipe.

Leclerc e Vettel trabalham para alinhar os seus trabalhos, mais era de se esperar que a equipe italiana de fato, trabalhasse mais uma vez com o ”segundo piloto’’. A ida do monegasco para a escuderia se deu de forma precoce, era uma opinião que de fato dividia o time. Onde de um lado eles tinham pilotos que já se conheciam e trabalhavam bem juntos e do outro um piloto estreante que mostrava muito talento na subsidiária, mas que passaria a disputar espaço ao lado de um tetracampeão.

Para evitar o conflito na pista, a equipe decidiu não arriscar e manteve Leclerc atrás de Vettel, no nosso ponto de vista era melhor não arriscar perder os dois carros, caso ocorresse um enrosco entre eles. Qualquer ponto faz diferença no final da temporada e Mercedes já somou 44, contra 22 da escuderia italiana.

Sugestão: BPCast20

Mattia Binotto se explicou dizendo que era mais sensato não arriscar e conservar os pneus: Depois do pit stop, o carro de Seb não encontrou aderência nos pneus médios e por isso não conseguiu atacar os que estavam à frente. Quando ele não pôde mais se defender de Verstappen, decidimos que o mais importante era ir até o fim e controlar os pneus. Quando Charles o alcançou, pareceu mais sensato não se arriscar. Estamos deixando a Austrália com muitos dados para analisar e vamos usá-los para determinar como retornar ao nosso nível de competitividade em duas semanas no Barein.

Onde estava a Ferrari?

Favorita para o Grande Prêmio da Austrália, a equipe italiana levou um balde de água fria ao não render como o esperado e se ver bem distante da Mercedes. Com o encerramento da prova de domingo um dado muito importante como o Speed Trap e que muitas vezes é esquecido, mostrou que a Ferrari não estava em sua plena forma, ou melhor dizendo, que nenhuma equipe que utiliza a sua unidade motriz foi tão veloz na pista.

Sebastian Vettel no ponto de detecção de velocidade, registrou a sua melhor marca com 303,7 km/h, ocupando desta forma o décimo sétimo lugar, apenas à frente de Antonio Giovinazzi, com a Alfa Romeo, Charles Leclerc (Ferrari) e Kavin Magnussen (Haas), todos estes pilotos que carregam o motor Ferrari nos chassis dos seus carros.

As mudanças dos testes da Pré-Temporada para a Austrália, também estão ligados a temperatura da pista. Em Barcelona ainda era inverno quando os carros deram as suas primeiras voltas, mas o circuito de Melbourne já que um local bem atípico, pois até o próprio pólen acaba prejudicando na refrigeração dos motores.

Preservar a unidade motriz é uma hipótese, mas todos os times com o mesmo conjunto deveriam fazer o mesmo. Cada motor precisa aguentar 7 corrida no ano, para que não seja passível de punições.

O conjunto, chassis e motor, podem ser mais uma questão, no entanto a Ferrari trabalha com um projeto aerodinâmico, distinto da Alfa Romeo e da própria Haas que recebe peças de outros fabricantes. A equipe de Maranello já vinha se queixando desde o primeiro treino livre.

A Alfa Romeo no Speed Trap, ficou em sétimo lugar com Kimi Raikkonen, a má performance com Antonio Giovinazzi, teve uma versão um pouco diferente, pois o piloto encontrou detritos na pista o que fez com que o seu carro ficasse completamente desalinhado e difícil de guiar.

A Ferrari pode ter terminado em quarto e quinto, a Austrália é um cenário inconclusivo, mas com todos os dados coletados ele já sabem ondem erram e precisam mudar para o resto da temporada. Para os outros times como Haas e Alfa Romeo é nítido o crescimento de ambas, certamente vão dar trabalho para o meio do pelotão.

Supresa?

A situação da Ferrari, pode ter ficado um pouco mais feia, depois de ver a Red Bull andando melhor com os seus motores Honda e os mais bem posicionados no Speed Trap.

A RBR assim como a Toro Rosso, mostraram avanço com o motor, certamente um ano de anulação e sacrifício, além de toda a bagagem com a McLaren, estão trazendo resultado. É inevitável não tocar nos testes de pré-temporada, por mais que eles não revelem muita coisa, o atestado de confiabilidade da unidade motriz foi dada ali.

A aerodinâmica é um caso a parte, porque principalmente a RBR não poupa recursos para trazer soluções e principalmente a equipe austríaca que trouxe um novo pacote aerodinâmico para a primeira corrida do ano; como a asa dianteira, o bardebord revisado (para coleta de dados), tudo para melhorar o comportamento do ar nos chassis, criando um fluxo.

Sim, é a primeira prova, mas neste ano a Red Bull pode ser aquela que vai colocar os ponteiros para suar, pois certamente tem carro para retirar mais pontos das outras equipes ao logo do ano.

Para mais comentários sobre a corrida, não deixem de escutar o BPCast 20.

BPCast § 20 | Review do GP da Austrália de 2019 – #OPODCASTÉDELAS

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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