O início de uma nova temporada da Fórmula 1 gera muitas expectativas, principalmente após a realização da primeira batalha.
Com a conclusão do GP do Bahrein, fica claro que a Red Bull tem um carro muito forte para enfrentar as etapas de 2024. Embora Max Verstappen repita a ‘mecânica’ de 2023 de reclamar constantemente dos carros nos treinos livres, o piloto consegue extrair o máximo do equipamento na corrida.
Foi uma excelente corrida para os austríacos e eles se mostraram satisfeitos após o término da etapa com o resultado obtido, afinal, conquistaram uma dobradinha no Bahrein.
Sergio Pérez que tinha faturado a quinta posição na classificação, realizou a ultrapassagem em Carlos Sainz no início da prova, depois buscou Charles Leclerc e George Russell, chegando ao segundo lugar. Ao final da prova Sainz tentou perseguir o mexicano, mas com um desempenho confortável evitou o confronto.
Ao longo da prova Pérez acredita que poderia ter feito mais, se não fosse o problema no câmbio por conta da redução das marchas.
A posição de Pérez na equipe é bem questionada, para muitos é certo que o piloto não terá uma renovação do contrato. O mexicano é a peça-chave para a batalha da Red Bull e se o time vai conseguir maximizar a conquista de pontos neste ano, pois Pérez cometeu alguns deslizes em 2023, que quase custaram a sua posição de vice-campeão.
De qualquer forma, a performance da RBR neste fim de semana, é como se eles ainda tivessem mais para mostrar, não liberaram todo o seu potencial.
McLaren um início melhor
O início das últimas duas temporadas da McLaren revelou um começo terrível, mas ver o time melhor em 2024 foi uma grata surpresa. É interessante pensar que talvez eles sejam capazes de travar uma disputa com Ferrari e Mercedes ao longo da temporada, principalmente se Lando Norris e Oscar Piastri mantiverem um ritmo próximo.
Os pilotos e a equipe como um todo já estão pensando em melhorias para o carro e o que podem extrair deste novo equipamento. Ainda é apenas a primeira corrida do ano.
Tem um fato interessante no Bahrein, pois Mercedes e Williams sofreram com o superaquecimento dos motores, isso atrapalhou um pouco da performance dessas equipes ao longo da prova. A McLaren e a Aston Martin passaram ilesas por essa questão, podendo ser apenas uma configuração que as outras duas equipes usaram e não um real problema com as unidades de potência.
Embora a questão precise ser observada de perto, já que Norris passou pela troca da central eletrônica e bateria para disputar o GP do Bahrein.
Também é necessário lembrar que o Bahrein nunca foi uma pista muito forte para a McLaren.
Alpine no fundo do pelotão
Como mencionado no relato da classificação, a Alpine tem colhido aquilo que plantou, toda a desorganização da equipe é um reflexo direto nos equipamentos que os pilotos estão tendo acesso em 2024.
Donos do fina do pelotão, tanto na classificação como na corrida não foi possível obter um bom resultado. O time termina a etapa com os dois pilotos zerados. A prova no Bahrein foi usada para a coleta de dados, na busca de compreender o equipamento e extrair um resultado melhor em outras etapas, mas tudo indica que será bem difícil.
A Alpine vai perder mais funcionários nos próximos meses, que optaram por deixar a equipe, inclusive será realizada a saída de membros que estavam envolvidos com o desenvolvimento do carro de 2024.
Ferrari e Mercedes mais um capítulo do embate
Bom, de certa forma Ferrari e Mercedes estão emboladas. Os dois times enfrentaram problemas nesta prova, algo que equilibrou as coisas.
Obviamente a Mercedes ainda está em um momento em que eles estão se entendo com o carro. O time alemão resolveu seguir o padrão do restante do pelotão para desenvolver o carro de 2024. No entanto, alguns problemas ainda vão surgir e eles estão passando por um processo de experimentação até se ajudar a esse novo conceito.
Carlos Sainz merece o destaque pela prova deste fim de semana, o piloto espanhol foi extremamente aguerrido e brigou pelo pódio. Mesmo com problemas no carro – lidando com vibrações no freio – para entregar um bom desempenho com o SF-24. O piloto vai deixar a Ferrari ao final de 2024 e demonstrar um bom trabalho será importante para negociar uma boa vaga no grid.
Infelizmente Charles Leclerc não conseguiu extrair o mesmo que Sainz do carro. O monegasco largou da segunda posição, mas com problemas no carro, passou parte da prova cometendo uma sequência de erros. Leclerc conseguiu salvar o quarto lugar, se aproveitando do superaquecimento sofrido na Mercedes.
O monegasco tentou se defender mais dos ataques de Sainz, do que dos outros duelos que esteve envolvido, aqui até cabia uma ordem de equipe, pois estava valendo um pódio.
Racing Bull um confronto interno sem pontos
Apesar de Daniel Ricciardo ter liderado o TL1 e os pilotos estarem otimistas com a pré-temporada, o início do campeonato foi um banho de água fria.
Yuki Tsunoda fez uma classificação melhor que Ricciardo, obtendo a 11ª posição para a largada, enquanto o companheiro de equipe foi o 14º. Ao longo da prova Tsunoda tentou batalhar para faturar alguns pontos, mas com as estratégias escolhidas, perdeu terreno.
Ao final da corrida, disputando a 12ª posição com Kevin Magnussen, Tsunoda e Ricciardo estavam em estratégias diferentes. O japonês usava um segundo jogo de pneus duros, enquanto no carro do australiano foram instalados compostos macios.
Em um dado momento, a RB solicitou à Tsunoda para dar passagem à Ricciardo, quando ele estava em batalha intensa com Magnussen. O piloto reclamou da ordem de equipe, mas deu passagem pouco tempo depois.
O objetivo era superar Magnussen, mas a tentativa não ocorreu. A briga e mesmo a inversão de posição pareceu uma grande besteira, quando não existia a possibilidade de brigar por pontos.
Disputa no grid?
O GP do Bahrein foi um tanto parado. Pode ser por essa ser uma corrida com uma estratégia ‘bem estabelecida’, baseada no uso dos pneus macios e duros, ou pelo fato da pré-temporada ser realizada no mesmo traçado que eles disputaram a primeira prova do ano.
Embora tenha acontecido uma busca por Carlos Sainz perseguindo a terceira posição, a maior reclamação foi a falta de ação na pista.
Vamos lá, Sainz precisou passar duas vezes por Charles Leclerc e uma por George Russell para se consolidar na terceira posição. O espanhol ainda tentou buscar Sergio Pérez que era o segundo colocado, mas não aconteceu.
A dupla da McLaren até travou uma disputa com Lewis Hamilton, mas conforme a corrida foi avançando, as distâncias entre os oponentes chamaram mais a atenção.
Lance Stroll realizou uma prova mais interessante, depois de ter rodado no começo da prova e buscar a sua recuperação. O canadense terminou corrida ocupando o décimo lugar, levando mais um pontinho para a Aston Martin. No entanto, essa escalada foi pouco explorada pela transmissão.
O fato de o time britânico ter perdido terreno ao longo de 2023 e não ter se recuperado em 2024, também deixam as coisas um pouco complicadas no meio do pelotão e contribuiu para tirar um pouco do brilho da prova.
Essa falta de agito no pelotão realmente pode ser algo de primeira prova. O Bahrein não é uma pista que tem longas retas, a temperatura atrapalha os competidores, assim como os fortes ventos. É uma prova que tem vários fatores para determinar quem foi bem ou não. Veremos o que Jeddah tem para oferecer.
