A Maserati na Fórmula E parece que está ruindo. Enquanto Venturi a equipe até disputou título, terminando a temporada 2021/22 como vice-campeã, atrás apenas da Mercedes, mas agora a equipe voltou a cair no pelotão.
Por conta da mudança para o Gen3, a Maserati aproveitou a oportunidade e retornou para as competições de monopostos após 65 anos. A Maserati anunciou em abril do ano passado uma parceria de múltiplos anos com a Venturi, para operar na estrutura base da equipe em Mônaco.
Atualmente a Maserati ocupa a 10ª posição do Campeonato e após seis rodadas a equipe soma apenas três pontos. A equipe ficou fora da zona de pontuação em quatro dos seis eventos e mesmo na rodada de São Paulo que contou com uma porção de abandonos não foi favorável para a dupla de pilotos chegar aos pontos.
“Sabemos que temos velocidade, isso não é uma preocupação. Nesta fase, só precisamos executar um fim de semana de corrida sem erros, se pudermos fazer isso, estou confiante de que podemos estar brigando para marcar alguns pontos e talvez até um pódio”, comentou o chefe de equipe da Maserati, James Rossiter, no e-Prix de São Paulo.
Quando mencionamos a sensação da equipe estar ruindo, tem relação com a saída de Susie Wolff anunciada em agosto do ano passado. Jérôme d’Ambrosio assumiu a função de chefe de equipe para a temporada 2021/22 depois que Wolff foi promovida para o cargo de CEO, mas em setembro de 2022 ele deixou o cargo antes da transição da Maserati acontecer. O ex-chefe de equipe da Venturi seguiu para trabalhar de perto com a Mercedes na F1 para atuar na área de desenvolvimento de pilotos.
Essa obviamente não é a única mudança, com a saída da Mercedes da categoria, a Venturi que era impulsionada pelo powertrain da empresa alemã, precisou buscar alternativas para a 9ª temporada.
A Maserati faz parte do grupo Stellantis, que inclui a DS Automobiles. Atualmente a DS está junto com a Penske na Fórmula E e a Maserati trabalha com o hardware da DS, então eles contam com o mesmo pacote técnico que o utilizado pela DS. A Penske é a quarta colocada no campeonato de equipes, somando 82 pontos e diferente da Maserati, ficou apenas fora da zona de pontuação na segunda corrida realizada em Diriyah.
Rossiter seguiu para a Maserati depois de trabalhar na DS Techeetah, um time que foi extremamente vencedor na Fórmula E. Em questão de pilotos, Edoardo Mortara tem muita experiência e era piloto da Venturi, enquanto Maximilian Günther foi escolhido para substituir Lucas di Grassi. O piloto alemão passou por Dragon, Andretti e Nissan antes de ser contratado pela Maserati, o piloto conta com 3 vitórias na categoria elétrica.
São um conjunto de fatores que não permitiram a Maserati conseguir uma pontuação adequada neste início de temporada, os pilotos obviamente também são responsáveis, já que erros custaram resultados melhores para a equipe.
Também é possível depositar uma parcela de culpa ao equipamento, afinal ele tem se mostrado bem complicado em gerenciamento para os pilotos. Recentemente Stoffel Vandoorne mencionou que tem sido difícil dominar completamente o equipamento.
A equipe precisa se estruturar de uma forma melhor e conseguir colocar as peças no lugar para finalmente ter desempenho e resultados mais constantes. Olhando para a DS, a Maserati tem salvação, mas não existe muito como progredir se tudo parece estar ruindo. E como ressalta o site The Race, Thomas Chevaucher como chefe da Stellantis, também tem sua parcela de responsabilidade na formação e manutenção nesse programa completo.
A próxima etapa da Fórmula E acontece em Berlim, pista conhecida não apenas pelas equipes, mas também pelos seus dois pilotos, competidores que já venceram nesse circuito.