ColunistasFórmula 1Post

Com menos público que a Pré-Temporada a F1 desembarca em Barcelona

O primeiro Grande Prêmio da Espanha disputado pela Fórmula 1 foi realizado em 1951 no circuito de Pedralbes. Outras competições automotivas também eram feitas no país, mas a Fórmula 1 não foi constante no seu início, resultando em alguns períodos sem a competição, como de 1952 e 1953, retornando em 1954 e depois de 1955 a 1967.

Esse longo tempo sem nenhum tipo prova é explicado por um gravíssimo acidente que aconteceu nas 24 Horas de Le Mans, uma colisão acabou matando o piloto Pierre Levegh e 82 espectadores que estavam presentes no evento. O acidente trouxe algumas medidas preventivas para a proteção tanto para o público como aos competidores, seus capacetes passaram a proteger toda a cabeça e o uso do cinto de segurança também foi implementado.

Os autódromos para o GP da Espanha também mudaram ao longo dos anos, as provas foram disputadas em Pedralbes, Jarama, Montjuic e Jerez onde alguns testes da pré-temporada foram realizados. Atualmente a corrida é realizada no circuito da Catalunha em Barcelona.

O período entre as Guerras também foi decisivo para que as competições automobilísticas não acontecessem. Em 1946, as corridas voltaram com peso na forma de Grande Prêmio Penya Rhin, disputado no circuito de Pedralbes, em Barcelona.

Recomendamos o episódio do Preview com a História do GP da Espanha

https://open.spotify.com/episode/4DqOjvjGUDwt1kLUVjAI6l

Pedralbes

O circuito de Pedralbes foi palco do acidente em 1955 e logo depois perdeu todo o incentivo para outras corridas serem sediadas no local. A Fórmula 1 teve apenas os eventos de 1951 que contou com vitória de Juan Manuel Fangio, que faturou o campeonato naquele ano, justamente nesta pista, que fora a última corrida a ser disputada no calendário. A prova de 1953 foi vencida por Mike Hawthorn, com uma Ferrari, quebrando o domínio da Mercedes.

Jarama e Montjuïc

Na década de 1960 quando a Espanha tentava retornar às competições automobilísticas internacionais, o Royal Automobile Club of Spain encomendou um novo circuito ao norte de Madri, em Jarama e o governo da época reformou o circuito de Montjuïc em Barcelona com as especificações de segurança necessárias. Com isso foi possível trazer novamente a Fórmula 1 ao país, mas com dois autódromos disponíveis, a necessidade das competições se alternarem entre eles passou a existir e dessa forma Jarama recebia as corridas nos anos pares e Montjuïc nos ímpares.

Jarama possuía um traçado sinuoso e lento enquanto Montjuïc era rápido e arrebatador.

O circuito de Barcelona também chegou ao fim da sua história marcado por um acidente em 1975, quando na corrida o aerofólio traseiro de Rolf Stommelen se soltou e o seu carro voou para a arquibancada, matando cinco espectadores. A corrida foi interrompida antes de ser completada e virou uma forma dos pilotos protestarem contra a insegurança e não retornarem mais ao local. Fato interessante é que nessa mesma corrida Lella Lombardi, uma mulher, terminou a prova no sexto lugar, recebendo 0.5 pontos e se tornando a primeira mulher a pontuar no mundial. Depois da tragédia, Jarama continuou recebendo as competições até 1981, quando teve uma queda drástica no público que acompanhava as corridas.

Jerez

Na tentativa de mais uma vez reviver as competições no país, o prefeito de Jerez foi o responsável por encomendar um circuito para a cidade e promover o turismo para o local. O autódromo permanente foi entregue a tempo da competição de 1986 e foi palco da disputa intensa entre Ayrton Senna e Nigel Mansell, com os carros terminando lado a lado.

A localização do circuito não ajudou a movimentar grandes multidões para o autódromo, mas depois que as competições da Fórmula 1 deixaram de ser realizadas nele, sua serventia permaneceu e muitas vezes ele ainda recebe os testes de pré-temporada.

Catalunha

O circuito da Catalunha teve a sua construção graças ao apoio do governo espanhol. Em 1991 a competição mudou-se para o autódromo e no ano seguinte passou a figurar no começo do calendário.

Pista

A pista é composta por 16 curvas e apenas 3 são feitas em velocidade baixa. Ela possui apenas uma reta extremamente longa, mas as mais curtas, exploram bem a downforce dos carros, não é atoa que é utilizada para testes de pré-temporada.

A Pirelli está trazendo para a sexta disputa do campeonato, a gama mais dura de sua linha, utilizada pela segunda vez na temporada, depois do GP da Grã-Bretanha, são eles: C1 composto duro (faixa branca), C2 médio (faixa amarela) e C3 macio (faixa vermelha).

Esta configuração é a mesma do ano passado e é aquela que melhor se adapta ao circuito. Lembramos que neste ano a prova será realizada em agosto, onde as temperaturas vão estar mais elevadas. Normalmente a corrida é realizada em maio.

Os times vão encontrar uma pista completamente diferente daquela que utilizaram durante os testes de pré-temporada. Infelizmente a prova vai ser realizada sem público, enquanto nos testes ainda existia a presença de algumas pessoas nas arquibancadas vendo os carros pela primeira vez.

Confira como foram as estratégias em 2019

 

Números e Estatísticas para o GP da Espanha de Fórmula 1

Este será o 1024ª GP já realizado, sendo o 50ª GP da Espanha e 29ª em Barcelona;

Primeiro GP foi em 1991, vitória de Nigel Mansell, Williams-Renault;

Com 66 Voltas, o circuito tem 4.655m de extensão, sendo percorrida uma distância 307.104km;

1:18.441 foi a volta recorde de Daniel Ricciardo em 2018 pela Red Bull;

GPs Decisivos:

Em 1951, Juan Manuel Fangio a bordo de uma Alfa Romeo conquistava o seu primeiro título de pilotos no Circuito de Pedrales em 28/10/1951;

Em 1987 a Williams conquistava o título de Construtores no GP realizado em Jerez de la Frontera em 27/09/1987;

Vamos aos dados e estatísticas de Barcelona:

Vitórias | Pilotos

  1. M. Schumacher – 6
  2. L. Hamilton – 4
  3. M. Hakkinen – 3

Única vitória brasileira foi de Felipe Massa em 2007 na Ferrari;

Vitórias | Construtores

  1. Ferrari – 8
  2. Williams – 6
  3. Mercedes – 5

Vitórias | Motores

  1. Renault – 10
  2. Mercedes – 10
  3. Ferrari – 8

Poles | Pilotos

  1. M. Schumacher -7
  2. L. Hamilton – 4
  3. M. Hakkinen – 2

Única pole brasileira foi de Felipe Massa em 2007 na Ferrari;

Poles | Construtores

  1. Ferrari – 7
  2. Mercedes – 7
  3. Williams – 5

Poles | Motores

  1. Mercedes – 11
  2. Renault – 9
  3. Ferrari – 7

Melhores Voltas | Pilotos

  1. M.Schumacher – 7
  2. L.Hamilton – 5
  3. M.Hakkinen – 2

Rubens Barrichello em 2009 de BrawnGP e 2003 de Ferrari;

Felipe Massa em 2006 e 2007 de Ferrari;

Melhores Voltas | Construtores

  1. Ferrari – 9
  2. Mclaren – 4
  3. Williams – 3

Melhores Voltas | Motores

  1. Ferrari – 11
  2. Mercedes – 8
  3. Renault – 6

Pódios | Pilotos

  1. M. Schumacher – 12
  2. L. Hamilton – 8
  3. F. Alonso – 7
[…]
  1. R. Barrichello – 4
[…]
  1. F. Massa – 3
[…]
  1. A. Senna – 1

Pódios | Construtores

  1. Ferrari – 25
  2. Mclaren – 14
  3. Williams – 10

Pódios | Motores

  1. Ferrari – 25
  2. Renault – 24
  3. Mercedes – 24

Voltas Na Liderança | Pilotos

  1. M. Schumacher – 411
  2. L. Hamilton – 239
  3. M. Hakkinen – 185
[…]
  1. F. Massa – 56
[…]
  1. R. Barrichello – 41
[…]
  1. A. Senna – 1

Voltas Na Liderança | Construtores

  1. Ferrari – 577
  2. Williams – 317
  3. Mercedes – 299

Voltas Na Liderança | Motores

  1. Mercedes – 632
  2. Ferrari – 579
  3. Renault – 562

Voltas Percorridas | Pilotos

  1. M. Schumacher – 1.165
  2. R. Barrichello – 1.043
  3. J. Button – 1.032
[…]
  1. F. Massa – 972

Voltas Percorridas | Construtores

  1. Williams – 3.346
  2. Ferrari – 3.262
  3. Mclaren – 3.135

Voltas Percorridas | Motores

  1. Ferrari – 6.444
  2. Renault – 5.760
  3. Mercedes – 5.596
Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo