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Com estratégia de uma parada e desempenho superior, Lando Norris vence em Singapura

Sem a presença do Safety Car em pista, além de uma performance superior, Norris lidera todas as voltas da corrida e vence com folga em Marina Bay

Lando Norris conquistou a sua terceira vitória da temporada 2024 em Singapura. No ano passado o piloto da McLaren já tinha realizado uma prova excepcional no circuito, conquistando o segundo lugar, depois de um trabalho em conjunto com Carlos Sainz para afastar Lewis Hamilton.

Na prova deste ano, a vitória dependeu inteiramente de Norris, o piloto conseguiu acertar a largada, algo que não estava acontecendo nas últimas provas. Manteve a dianteira de forma segura, em uma performance dominante, cruzando a linha de chegada com mais de 20 segundos de diferença para Max Verstappen, embora em alguns momentos desta prova a distância entre eles figurou em mais de 27 segundos.

Foi um ano que os pilotos estiveram muito mais comportados no circuito. Basicamente os treinos livres foram aproveitados em sua totalidade, o único problema maior foi quando um lagarto entrou na pista durante o TL3 e provocou uma breve bandeira vermelha.

Mesmo na corrida, tivemos a primeira prova sem Safety Car em Singapura, o que impressionou a todos. Sem essa interferência e com um desempenho sólido, Lando Norris liderou todas as voltas da corrida, mesmo no momento que foi aos boxes cumprir a parada obrigatória, se manteve na ponta.

Ao observar a tabela de utilização dos pneus e das trocas que foram realizadas na corrida, novamente a estratégia de apenas uma parada foi a melhor escolha da corrida. A previsão da Pirelli era que as paradas seriam iniciadas por volta do giro 21, para quem começasse a corrida com os pneus médios, finalizando a corrida com os pneus duros.

Estratégias de pneus usados para o GP de Singapura – Foto: reprodução Pirelli

Norris fez a sua substituição de pneus na volta 30, enquanto Verstappen tinha parado no giro 29. A troca de pneus do piloto da McLaren foi sustentada em construir uma boa distância para o adversário e fazer a troca dos pneus assim que Verstappen parasse. Tudo correu do jeito que a McLaren esperava e eles conseguiram manter a ponta e não lidar em nenhum momento com uma pressão direta da Red Bull.

No caso de Oscar Piastri, o piloto chegou ao pódio por conta de uma boa escolha estratégica da McLaren. O australiano estendeu a sua permanência em pista até a volta 38, abandonou os pneus médios para trabalhar com os compostos duros. Aproveitando o refresco dos pneus, buscou Lewis Hamilton e George Russell, superando os competidores em pista para celebrar mais um pódio com a McLaren e contribuir para a equipe ampliar a diferença para a Red Bull no Mundial de Construtores.

A Ferrari, por sua vez, tentou uma estratégia semelhante a de Oscar Piastri para Charles Leclerc. Depois de uma classificação difícil, largando da 9ª posição, monegasco fez o trabalho de avançar no grid e garantiu a sua permanência em pista até o giro 36, quando fez a ocorreu a troca dos pneus. No entanto, mesmo com pneus duros mais novos, Leclerc conseguiu apenas superar Hamilton em pista. A batalha do monegasco com Russell perdurou até a linha de chegada, mas a ultrapassagem não foi realizada.

Performance dos pneus no GP de Singapura – Foto: reprodução Pirelli

O time italiano apostava em um melhor resultado em Singapura, tendo em vista que desde Monza estavam apresentando uma evolução. No entanto, a classificação ruim no sábado, comprometeu a corrida. Era esperado que a Ferrari disputasse um pódio neste evento, mas eles estavam definitivamente mirando uma vitória.

A Mercedes errou feio com Lewis Hamilton, apenas o inglês e Daniel Ricciardo começaram a corrida usando os pneus macios. Para Hamilton a escolha da equipe foi ainda pior, Hamilton não conseguiu ultrapassar Verstappen ou Norris na largada. O piloto até contou com mais aderência no início da prova, mas precisou parar antes por conta do desempenho dos pneus que já tinha caído em decorrência da durabilidade. Lewis seguiu aos boxes na volta 17, para fazer a instalação dos pneus duros. Toda essa questão dos pneus, fez com que Russell superasse o companheiro de equipe, para terminar a prova na 4ª posição, seguindo a estratégia escolhida para Norris e Verstappen.

Novamente os pneus médios e duros foram os protagonistas da prova. Sem um Safety Car ou período de neutralização da corrida, as equipes definiram qual momento elas acreditavam ser o ideal para fazer as suas trocas de pneus. O Safety Car até flertou com a possibilidade de participar da prova, até mesmo com Norris que cometeu três erros ao longo da corrida, mas a ameaça não foi concluída.

Quando a largada aconteceu, 14 pilotos iniciaram a corrida usando o pneu médios, da gama mais macia de pneus selecionada para o evento. Apenas quatro pilotos começaram a corrida com os pneus duros, foram eles: Lance Stroll, Valtteri Bottas, Zhou Guanyu e Kevin Magnussen – todos começando a prova do final do pelotão. Hamilton e Ricciardo foram os únicos de pneus macios.

O composto macio apareceu em outro momento da prova, em uma escolha esquisita para Yuki Tsunoda: o piloto japonês terminou a prova com esses pneus, mesmo brigando claramente para obter mais um ponto para a equipe. A Racing Bulls preteriu esse composto na volta 33, quando o piloto tinha um pneu duro novo e essa era a escolha melhor para o final da prova.

Todos os pneus disponíveis para cada um dos pilotos ao longo do GP de Singapura – Foto: reprodução Pirelli

Com um desempenho bem ruim, Daniel Ricciardo trabalhou com a estratégia de duas paradas e também teve os pneus macios instalados na reta final da prova (volta 46), o piloto parou mais uma vez, na volta 58 para instalar outro jogo de pneus macios, com o objetivo de roubar a volta rápida de Norris.

Pierre Gasly viveu uma estratégia semelhante à de Tsunoda, usando os pneus macios no final da corrida. Kevin Magnussen foi forçado a parar uma segunda vez, pois danificou os seus pneus médios e precisou instalar um jogo novo de macios; porém, o dinamarquês não terminou a prova.

O pneu médio possibilitou que as equipes tivessem a oportunidade de alongar os seus stints, principalmente para aqueles que apostaram neste pneu na largada. Dependendo da posição em pista ou do tráfego que o piloto enfrentaria no seu retorno para a pista, forçou alguns competidores a pararem mais cedo, mesmo com os pneus médios como foi o caso de Carlos Sainz que foi aos boxes na volta 13. A troca antecipada do espanhol, fez com que ele realizasse o stint mais longo, com 49 voltas no pneu duro.

Neste ano ficou ainda mais evidente a escolha de apenas uma parada nos boxes, pois a velocidade no pit-lane, tornou a passagem por ele ainda mais lenta, então as equipes não queriam se comprometer com uma segunda troca, se não tivessem o auxílio do Safety Car. Até mesmo na parada obrigatória, os times estavam atentos a possíveis neutralizações, por erros dos competidores.

Partes da pista foram recapeadas para 2024, ao longo dos treinos livres os pilotos avaliaram essas condições de pista. Foi notada a rápida evolução da pista, principalmente no sábado quando foi necessário fazer mais uma vez o processe de emborrachamento do traçado, por conta da chuva que caiu no circuito depois das atividades de sexta-feira.

Algumas reclamações por conta da baixa aderência foram observadas ao longo das sessões, mas os pilotos tentaram contornar essa situação. Os pilotos ainda lideram com uma quarta ativação de DRS, tornando a prova mais fluida.


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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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