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Com estratégia de duas paradas, Verstappen vence o GP do Canadá

Pirelli aposta novamente em seleção de pneus mais macios da gama, mas com a atuação do SC, times conseguem trabalhar com duas paradas

O retorno do Canadá ao calendário da F1 rendeu um fim de semana bem cheio e diversificado: pista seca na sexta-feira, uma classificação bagunçada pela chuva no sábado e um domingo movimentado pelas estratégias de pit-stop.

Assim como no Azerbaijão, o Virtual Safety Car e o Safety Car contribuíram para ditar algumas mudanças no andamento da prova. Max Verstappen venceu a corrida, mas Carlos Sainz encontrou fôlego para brigar com o piloto holandês até a última volta – a estratégia da Ferrari nesse quesito foi boa, mas o carro do espanhol ficou limitado a configuração utilizada pelo time italiano.

Os três primeiros colocados terminaram a corrida realizando uma estratégia de duas paradas. A passagem pelos boxes no Canadá é rápida, mas várias equipes cometeram erros nesse fim de semana. A corrida realizada pela McLaren foi um verdadeiro caos e os dois pilotos terminaram fora da zona de pontuação.

No primeiro Virtual Safety Car provocado pelo abandono de Sergio Pérez, Verstappen e Hamilton seguiram para os boxes, substituindo os pneus médios pelos compostos duros. Era muito cedo para uma parada, Verstappen forçou o carro para realizar boas voltas, ultrapassar Alonso e tentar se aproximar de Sainz – quando a Red Bull fez essa escolha já sabia que o holandês precisaria parar mais à frente.

Pneus reservados pelas equipes para o uso durante o GP do Canadá – Foto: Pirelli

O VSC provocado pelo abandono de Mick Schumacher não era ideal para uma segunda parada de Verstappen, pois aconteceu na volta 20 e 21, com uma duração curta. A Red Bull ficou esperando outro momento para realizar uma troca, como a oportunidade não apareceu e Verstappen estava reclamando bastante dos seus pneus, a Red Bull realizou uma nova troca de pneus na volta 43, instalando mais uma vez os pneus duros no carro do holandês.

A Ferrari foi deixando Carlos Sainz na pista, esperando a aproximação de Verstappen, até que apareceu o Safety Car provocado pela batida de Yuki Tsunoda. O espanhol se dirigiu rapidamente para os boxes, mas a Ferrari não fez uma troca descente e devolveu o piloto atrás do holandês.

A relargada da corrida aconteceu após o encerramento da volta 54, Sainz foi pressionando Verstappen, se aproveitando a aproximação gerada pelo carro de segurança. Sainz tentou trabalhar com as zonas de DRS, mas não tinha como realizar a ultrapassagem em Verstappen. Como o piloto da Red Bull não cometeu erros, o holandês recebeu a bandeira quadriculada na liderança, seguido então pelo piloto da Ferrari. Lewis Hamilton se concentrou em conservar a terceira posição, para conquistar o seu segundo pódio da temporada, com George Russell ficando com o quarto lugar.

Charles Leclerc que começou a corrida da décima nona posição, completou a corrida em quinto lugar. O monegasco teve que largar do final do pelotão por conta das trocas de motor. A estratégia escolhida pela Ferrari consistia em realizar a corrida com uma parada. Leclerc começou a prova com os pneus duros para tentar o máximo de ultrapassagens com os pneus mais duros do fim de semana – o início foi promissor até encontrar Valtteri Bottas e Esteban Ocon – pilotos que o monegasco teve muita dificuldade para realizar a ultrapassagem.

Para o GP do Canadá, Leclerc precisou trabalhar com aquela estratégia já conhecida por pilotos que estão realizando uma prova de recuperação, mas Leclerc começou a enfrentar dificuldade com os pneus duros que estavam mais degradados. A sua parada foi bem ruim, ele deveria ter retornado para a pista atrás de Lance Stroll, mas ficou atrás de Ricciardo na volta 42, precisando recuperar as posições que já tinha ganhado em pista.

Sebastian Vettel chegou bem perto de marcar pontos no GP do Canadá, mas infelizmente foi prejudicado pela Aston Martin, a equipe não chamou o piloto alemão para os boxes durante o Safety Car de Tsunoda e com reaproximação dos carros e com pneus mais gastos, Vettel foi ultrapassado, terminando a prova na décima segunda posição.

Fernando Alonso também teve problemas com as escolhas feitas pela a Alpine, a briga do piloto espanhol era com Lewis Hamilton mas a equipe francesa não parou no primeiro VS e não realizou a troca dos pneus do espanhol no VSC provocado por Schumacher. Como a parada de Alonso foi realizada apenas na volta 28, ele ainda perdeu a posição para Esteban Ocon, terminando a corrida atrás do seu companheiro de equipe. Alonso ainda foi punido por ter feito um zigue-zague para se defender dos ataques de Valtteri Bottas.

Os pneus da rodada

Estratégias adotadas durante o GP do Canadá – Foto: reprodução Pirelli

C3 (faixa branca – duro): os pneus duros apresentaram uma boa durabilidade, mesmo com a ‘pista verde’ encontrada no domingo, após a chuva que caiu no sábado. Apenas Leclerc, Bottas, Stroll, Norris e Pérez escolheram os pneus duros para começar a corrida.

Os compostos mais duros foram essenciais na estratégia dos pilotos que trabalharam na estratégia de apenas uma parada, como Leclerc, Bottas e Stroll, mas também foram eficientes para os competidores que reservaram dois desses pneus para trabalhar com eles no trecho final da prova.

Magnussen teve a sua corrida prejudicada após um incidente com Lewis Hamilton no começo da prova, mas foram os competidores que mais completou voltas com os pneus duros – foram 63. O dinamarquês largou com os pneus médios, mas foi chamado aos boxes na sétima volta após receber uma bandeira preta e laranja indicando que era necessário passar pelos boxes para realizar um reparo no carro (a substituição da sua asa dianteira).

C4 (faixa amarela – médios): os pneus médios também trabalharam bastante nesse fim de semana, grande parte do grid escolheu esses pneus para começar a prova, eles ofereciam mais aderência e tinham uma durabilidade maior. Os pneus médios substituíram a necessidade de trabalhar com os pneus macios na corrida.

Leclerc, Ocon, Alonso, Bottas e Latifi, também usaram os pneus médios para encerrar a prova. Algumas equipes conseguiram reservar dois jogos de pneus médios para trabalhar durante a prova, fornecendo um pouco mais de aderência e desempenho para os carros que estavam mais leves com a aproximação do encerramento da prova.

O GP do Canadá contou com estratégias bem parecidas, mas ainda foi uma corrida bem interessante, principalmente após a relargada que aconteceu depois da volta 54, proporcionando uma corrida sprint e com mais chances de disputa nas últimas voltas.

“Foi bom ver nossos novos pneus de 18 polegadas proporcionando uma competição acirrada no Canadá até o final do grid, entregando algumas batalhas duras. A mesma estratégia, mas tempos ligeiramente diferentes para Max Verstappen e Carlos Sainz prepararam uma luta emocionante até o final, na qual eles conseguiram seguir um ao outro até a bandeirada. Os pneus médios e duros permitiram que todos os pilotos se esforçassem ao máximo do início ao fim, permitindo um duelo pela vitória e uma brilhante recuperação para Charles Leclerc”, disse Mario Isola.

Escute o nosso Podcast sobre o GP do Canadá com o piloto da Stock Car Gustavo Frigotto!

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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