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Análise Haas – Mas um ano de problema com os freios

A Haas voltou a ocupar o oitavo lugar no grid nesta temporada, a mesma posição que obteve na temporada de 2016, somando 47 pontos este ano. A equipe norte-americana voltou a usar os motores fornecidos pela Ferrari e desta vez pode apostar na confiabilidade, eles tinham tudo para ter construído uma temporada sólida: o carro parecia tem um bom projeto aerodinâmico e tinham nas mãos um motor competitivo, diferente da unidade motriz utilizada pela Sauber. No entanto, os problemas com os freios reapareceram e o ”arrojo” dos pilotos também foi uma questão importante.

A equipe seguiu o seu dilema com os freios adotados nesta temporada, mais precisamente com o carro de Romain Grosjean de onde as críticas vinham com mais força. Foram diversas travadas de roda tanto nos treinos quanto nas corridas, alguns erros que custaram jogos de pneus. O francês não conseguia se encontrar e várias de suas reclamações foram passadas durante a transmissão, para ajudar no acentuar de suas críticas.

O chefe de equipe da Haas, Gunther Steiner, chegou a abandonar o uso dos freios da Brembo no Grande Prêmio da Inglaterra e trocar pelos da Carbon Industrie, que eram usados na temporada passada, para tentar medir a diferença de utilização entre eles, mesmo assim, as reclamações seguiram e Steiner passou a dizer que o uso dos freios também estava ligado a como o piloto fazia o uso deles.

A equipe norte-americana também lidou com a inconsistência do material que os freios eram construídos, nem sempre se deparavam com a mesma qualidade e alguns apresentavam defeito mais rápido que os outros, mas mesmo assim optaram em voltar a usar o da marca Brembo a ficar com a os da Carbon Industrie.

O equipamento poderia não ser bom, mas as tocadas de Grosjean e Magnussen sempre foram agressivas na pista, colocavam os equipamentos no limite, disputavam posições e não tinham problema para sinalizar que estavam presentes na briga, dessa forma, esse mesmo comportamento acabou retirando-os das corridas algumas vezes e também rendeu algumas punições durante as provas.

Não dá para colocar a culpa do ”não crescimento” da Haas em apenas um fator, foram tantos que puseram a equipe na posição que ocuparam este ano. A Haas ainda está trabalhando em um projeto de evolução do seu carro, então vários acertos ainda são necessários, no entanto os erros já são conhecidos e podem ser trabalhados para ocorrer uma melhora na próxima temporada.

Manter os pilotos atuais para o ano que vem pode ser uma boa opção, já que eles conhecem o jeito como cada um trabalha, mas também pode ser um grande risco não inovar. Grosjean não parece nada satisfeito dentro da equipe, foram tantos rádios malcriados durante treinos e provas, que os próprios telespectadores não aguentavam mais, e sempre pelos mesmos motivos.

Será que vale a pena a equipe seguir trabalhando com todos esses atritos? Uma pessoa quando não está satisfeita no ambiente em que se encontra tende a render menos, fora que a atitude de mandar Grosjean calar a boca não foi a mais saudável que o seu engenheiro poderia ter tido.

A grande questão para a nova temporada é buscar substitutos para as ”vagas”, no caso da Haas ela acabava caindo na mesma sombra da Sauber, tinha Antonio Giovinazzi e Charles Leclerc para colocar no seu time, já que a Ferrari tem um como piloto de testes e o outro que estava competindo na Fórmula 2. Giovinazzi ainda fez sete testes para a Haas neste final de temporada, mas o time estava irredutível quanto a troca dos seus pilotos. Sendo assim, a equipe prefere apostar em Grosjean e em sua experiência, já que o piloto vai para a sua nona temporada no próximo ano.

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Grosjean Vs. Kevin Magnussen – Fonte: HAAS

O francês terminou a temporada com 28 pontos contra 19 do companheiro de equipe, dentro do campeonato de pilotos, foram 10 corridas à frente do companheiro que ficou bem próximo nessa disputa, já que terminou 9 provas na frente de Grosjean.

A grande aposta dentro da Haas estava realmente nas mãos de Grosjean, o piloto atuou no projeto de construção do carro da temporada passada e, por mais que as vezes demonstre a sua insatisfação, tem um grande conhecimento sobre o carro e capacidade de apontar os erros.

Kevin Magnussen teve uma grande oportunidade na McLaren, principalmente com o seu bom desempenho na primeira prova que disputou pela equipe ainda em 2014, obtendo um segundo lugar, no entanto a sua qualidade decaiu muito, por fim, retornou em 2016 para a Renault depois de se tornar piloto reserva quando Fernando Alonso foi para a equipe inglesa. Não é o piloto milagroso e às vezes os seus destaques são mais voltados para as barbeiragens que acaba fazendo. Ganhar a chance de atuar em uma outra equipe apenas porque foi melhor que Jolyon Palmer na temporada passada não fazem um piloto ser excepcional e ainda precisa melhorar muito.

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Fonte: HAAS

A Haas segue utilizando os motores fornecidos pela Ferrari e na busca por aprimorar o projeto do seu carro, tenta lidar com essas questões do freio e também na tentativa de corrigir os erros, tanto em questão de estratégia e em saber aproveitar as oportunidades. Não podem mais trabalhar esperando as quebras dos seus adversários e a ideia passar a brigar com as equipes que ficaram na sua frente este ano.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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