AutomobilismoColunistasDestaquesFórmula 1Post

Chuva e cautela ditam o ritmo em Spa. Oscar Piastri vence

GP da Bélgica 2025: Estratégia conservadora e chuva marcam vitória de Oscar Piastri

Neste fim de semana a Fórmula 1 disputou o GP da Bélgica, como o evento foi Sprint, contou com vitórias de Max Verstappen e Oscar Piastri.

A Pirelli optou por fazer uma alteração na gama de pneus deste evento, fornecendo o composto C1 (duro), combinado com o C3 (médio) e C4 (macio) em busca de uma prova mais dinâmica. No entanto, no domingo, depois de um breve período de pista molhada, a corrida se desenvolveu para uma prova de apenas uma parada.

A seleção alternativa da Pirelli, foi pensada pela corrida da Bélgica ser uma prova muito estratégica, mas eles não contavam com o conservadorismo das equipes, tornando a corrida travada.

O Sábado na Bélgica

A Fórmula 1 optou por fazer um novo evento Sprint no Circuito de Spa-Francorchamps, mas por conta de a definição do grid acontecer pouco tempo depois da prova de 100 km, limita um pouco a ação em pista.

A corrida de 15 voltas foi disputada com o uso dos pneus médios pela maior parte do grid, a exceção se deu por Franco Colapinto – que largando do pit-lane foi liberado com um jogo de pneus macios novos.

Sprint e classificação do GP da Bélgica – Foto: Pirelli F1

Metros depois da largada, Max Verstappen atacou Oscar Piastri e conseguiu tomar a dianteira. Lando Norris também sofreu a ultrapassagem de Charles Leclerc, mas conseguiu recuperar o terceiro lugar depois de um embate com o monegasco no quarto giro.

Piastri também tentou recuperar a dianteira, se mantendo na distância necessária para fazer o uso do DRS, mas não conseguiu concluir a manobra.

Com Pierre Gasly não conseguindo participar da prova, Isack Hadjar da Racing Bulls herdou a oitava posição, assim como Gabriel Bortoleto que foi promovido para a nona posição.

Lewis Hamilton, que não tinha feito uma boa classificação, não conseguiu fazer um bom jogo de recuperação, depois de largar da décima oitava posição, concluiu o evento em décimo quinto – extremamente distante da zona de pontuação.

Domingo

Uma nova classificação foi realizada na tarde de sábado, onde Lando Norris conseguiu faturar a pole e o direito de iniciar a corrida da posição e honra.

Existia a expectativa de chuva para o domingo e a previsão realmente se concluiu. No horário que a Fórmula 1 esperava realizar a largada, os competidores foram comboiados pelo Safety Car para uma volta de verificação, mas optaram por abortar a largada por conta da baixa visibilidade.

Uma janela de chuva mais intensa atingiu o circuito, adiando o começo da prova em mais de uma hora. Quando a corrida de fato foi iniciada, os competidores precisaram fazer quatro voltas atrás do Safety Car, antes da corrida ser liberada para o seu ritmo normal.

Foi neste momento de pista livre que Piastri atacou o seu companheiro de equipe e conseguiu assumir a ponta. A McLaren então optou por uma estratégia diferente para os seus dois pilotos, Piastri seguiu o restante do pelotão usando os compostos médios – no momento que a pista estava mais seca. Por outro lado, Norris foi liberado com os pneus duros, pensando em uma corrida de apenas uma parada e ganhando um pouco mais de performance no final da corrida.

A escolha foi interessante, mas Norris cometeu uma série de erros, prejudicando a sua performance e deixando ele mais distante de Piastri. Em um momento da corrida o engenheiro precisou pedir para o britânico se conter em pista, evitar uma abordagem tão agressiva, para não ter mais erros. Norris conseguiu reduzir a diferença para Piastri que foi de nove segundos, para cerca de quatro segundos no final do evento.

Estratégias de Pneus do GP da Bélgica – Foto: Pirelli F1

Ao término da prova, Norris admitiu que talvez fosse melhor ter parado com Piastri e aguardado dentro dos boxes para a sua substituição de pneus – pois dessa forma talvez a distância entre ele e o companheiro de equipe fossem menores do que permanecer por mais um giro na pista, até seu pit-stop acontecer. Uma alternativa seria parar antes, mas as trocas só começaram no giro 11.

Essa não foi uma corrida movimentada, como era esperado pela Pirelli. Ao definir os compostos do fim de semana, eles esperavam uma corrida de duas paradas, mas a chuva e o evento sprint, fez com que os times mudassem o rumo. Após largar com os pneus intermediários – de faixa verde – eles permaneceram cerca de 11 voltas com os compostos, antes de saltar para os pneus slicks.

Os primeiros pilotos que saltaram aos boxes para a troca, foram Lewis Hamilton, Pierre Gasly, Nico Hülkenberg e Fernando Alonso. Com essa movimentação, combinada com as ultrapassagens que Hamilton já tinha realizado sem o auxílio do DRS, o piloto conseguiu avançar no grid e ganhar boas posições. O heptacampeão mundial faturou o sétimo lugar, depois de uma classificação ruim e a necessidade de começar o evento dos boxes – após alterações realizadas pela Ferrari.

Grande parte do pelotão se apegou na estratégia de apenas uma parada, mesmo reclamando da performance dos pneus. Porém, seis pilotos optaram por fazer uma segunda parada, foram eles: Hülkenberg, Andrea Kimi Antonelli, Fernando Alonso, Carlos Sainz, Franco Colapinto e Isack Hadjar. A decisão da Sauber para o piloto alemão chamou a atenção, pois ele era o décimo colocado quando a troca de pneus aconteceu no giro 32.

Performance dos Pneus usados no GP da Bélgica – Foto: Pirelli F1

Mais de cinco segundos separavam Hülk de Pierre Gasly, quando a Sauber chamou o piloto para os boxes, para instalar um novo jogo de pneus médios, ele retornou na décima terceira posição. Hülk que conseguiu um pódio na corrida passada e tinha chances de pontuar nesta, ficou apenas com o décimo segundo lugar na conclusão da corrida.

Por outro lado, se a Sauber estava errando tanto nas escolhas das corridas de Gabriel Bortoleto, conseguiram mais dois pontos com o piloto brasileiro. Bortoleto conseguiu fazer duas boas classificações no fim de semana, para largar dentro do top-10 e ainda faturar novamente a nona posição no domingo – mas dessa vez, dentro da zona de pontuação.

Além de Norris, Sainz e Hadjar usaram os pneus duros para a conclusão da corrida.

Para a corrida do domingo, uma parte dos competidores não tinha dois pneus médios novos e para evitar usar os compostos duros, ficaram presos na estratégia de apenas uma parada.

Os pneus de chuva extrema não fizeram parte do evento. Mesmo com a chuva mais pesada e algumas equipes apostando que eles correriam nessas condições, a FIA esperou por uma janela melhor para iniciar o evento. Os compostos de faixa azul não foram usados em nenhum momento, na realidade, basicamente a categoria não tem se arriscado em condições assim, algo que inviabiliza colocar esses compostos em ação. Além disso, o spray levantado e a falta de visibilidade para os pilotos que estão logo atrás, eliminam as chances de uma prova em condições de chuva.

Conheça nossa página na Amazon com produtos de automobilismo!

O Boletim do Paddock é um projeto totalmente independente. É por isso que precisamos do seu apoio para continuar com as nossas publicações em todas as mídias que estamos presentes!

Conheça a nossa campanha de financiamento coletivo do Apoia.se, você pode começar a contribuir com apenas R$ 1, ajude o projeto. Faça a diferença para podermos manter as nossas publicações. Conheça também programa de membros no nosso canal do Youtube.


Descubra mais sobre Boletim do Paddock

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo

Descubra mais sobre Boletim do Paddock

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading