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Café com Deborah: Aquele papo sobre o Bahrein

Depois de contar um pouco sobre a quase vitória de Charles Leclerc, podemos conversar sobre mais algumas coisas.

As dúvidas que o primeiro Grande Prêmio da Austrália trouxeram parecem se dissipar quinze dias depois. A Ferrari mostrou um bom potencial para derrotar a Mercedes, assim que todas as peças estiverem encaixadas. Ficou claro que eles têm dois pilotos dispostos a brigar por um título, além de um carro veloz, mas o que me traz aqui hoje são outros motivos.

A Ferrari está na fase de atestar a confiabilidade dos seus componentes. Veloz em Barcelona, enfrentou problemas elétricos durante os testes da pré-temporada, que voltaram a aparecer neste domingo e fizeram a vantagem de Leclerc cair rapidamente. A sua origem começou a ser investigada e passada para Maranello, por isso quando tudo se estabelecer, é possível que a competição fique mais acirrada entre os dois times da cabeça do campeonato.

lll Sorte

Certa vez redigi um texto aqui no Boletim do Paddock falando sobre a sorte e o azar. É inevitável dizer que Lewis Hamilton estava com sorte nesta prova. Pode não ter sido o melhor do final de semana, a diferença dele para a dupla da Ferrari, era grande já que os milésimos são os fatores determinantes de uma aproximação ou nesta categoria. Com um pelotão intermediário próximo, isso fica ainda mais claro.

O atual campeão mundial fez o seu trabalho, não conseguiu aproveitar os compostos supermacios tão bem quanto deveria, mas esteve disposto a desafiar Vettel para tira-lo do páreo. Não contando com a derrocada de Leclerc, assumiu a primeira posição, mas o mais surpreendente foi a facilidade com que a Mercedes, mesmo sem Leclerc, conseguiu levar os dois carros até o pódio.

Além disso Hamilton não viu o Bottas da Austrália, pois o piloto logo se distanciou do companheiro de equipe, mesmo tendo uma estratégia mais favorável (pneus macios instalados logo depois do primeiro pit-stop no carro do finlandês), ficou a mais de 25 segundos de distância do inglês. Agora eles estão separados por apenas um ponto no campeonato de pilotos.

Outro golpe, mas agora de azar, foi o que Sebastian Vettel sofreu após rodar em disputa com Hamilton. Nos primeiros instantes me pareceu uma tentativa muito precipitada do alemão, até porque o carro da Ferrari se mostrava superior ao da Mercedes. Com três zonas de DRS no circuito, aquele não seria o único ponto a oferecer uma chance de ultrapassagem. Por conta da tentativa o alemão rodou, dechapou os pneus levemente, o suficiente para causar boas vibrações no carro e fazer com que ele perdesse a asa dianteira, precisando realizar uma terceira parada nos boxes.

lll Raio da Morte na Renault

Com um ritmo forte, a equipe francesa dá a impressão de estar se perdendo nas suas diversas configurações e isso parece se confirmar principalmente na classificação, pois o ritmo de corrida ainda é bom para se garantir no meio do pelotão apertado.

A corrida se desenhava para bons resultados, até que os dois carros apagaram. A questão de Hulkenberg é um pouco mais complexa, mas a de Ricciardo foi ligada ao MGU-K. Equipes diferentes com problemas nos mesmos lugares, já que a McLaren precisou fazer a troca dessa peça no seu motor para essa corrida.

O problema na Renault é crônico e está na unidade motriz, também utilizada pela McLaren. O motor é um alto trabalho, com vários testes e verificações, mas assim como qualquer coisa é passível de falhas. Agora é correr contra o tempo para tentar colocar as coisas em ordem em menos de quinze dias com dois dias de testes no Bahrein neste intervalo sendo realizados.

Foi um começo bem conturbado para a equipe que apostava na disputa pelo quarto lugar e agora é a sétima nos construtores.

lll McLaren cresce

Difícil falar em crescimento, quando as equipes parecem dar as mãos para obter resultados próximos, mas certamente a McLaren trouxe o momento ‘coração quentinho’ para quem via a classificação e corrida.

Ao chegar ao Q3 com os dois carros, a equipe já conquistavam um feito que a muito tempo não se via. No domingo, Lando Norris protagonizou belas disputas com Kevin Magnussen da Haas pelo sexto lugar.

Carlos Sainz teve contato com Verstappen, algo tratado no BPCast mais a fundo. O ritmo do piloto parecia muito bom, com chances de terminar entre os dez. O carro estava com o segundo MGU-K para esta prova, depois de terem enfrentado problemas na Austrália com o carro do espanhol. Se não fosse a sua saída, certamente a McLaren teria uma melhor performance na pista.

lll Primeiros Pontos

Tanto Lando Norris quanto Alexander Albon, terminaram dentro da zona de pontuação, com apenas uma segunda corrida na categoria. A situação do tailandês me lembra muito o que está acontecendo com Leclerc. Ainda não tem todo o peso do mundo de ser o grande representante da equipe e por mais que seja a Toro Rosso é famosa por trazer jovens pilotos a Fórmula 1.

Albon realizou uma corrida sensata, com bom ritmo e tendo um bom aproveitamento, exitante para uma segunda batalha.

lll Aproximação

E por último mas não menos importante, ressalto que as mudanças adotadas no carro andam surtindo efeitos nas ultrapassagens. Além dos componentes a terceira zona de DRS, proporcionou mais uma oportunidade para os pilotos ousarem em suas ultrapassagens e terem a certeza de investirem nelas.

Veremos o que será feito em Xangai. Com estas trocas e todo esse novo pacote Fórmula 1 2019, as equipes demonstram estar mais emboladas e dificultando nas apostas de qualquer tipo.

Não deixem de participar da liga do Fórmula 1 Fantasy e Predictor do Boletim do Paddock.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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