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Bottas vence corrida em Abu Dhabi, deixando uma ponta de esperança para a próxima temporada

Valtteri Bottas venceu a última corrida do ano e a terceira da sua carreira, criando aquela sensação de que no próximo ano poderemos ver o finlandês levar o título – se levarmos em consideração que Nico Rosberg venceu a última prova de 2015 e começou o ano seguinte de forma competitiva e com a confiança lá no alto, para levar o título em 2016 – talvez a história se repita em 2018.

Esta sensação de vitória ou erros é levada até que a próxima temporada comece de forma efetiva, com carros disputando posições na Austrália, até lá tudo é suposição.

Lewis Hamilton deu mais um show de pilotagem, pode não ter sido como no Brasil, em que o inglês largou dos boxes e foi conquistando posições até obter o quarto lugar, mas nesta última prova fez de tudo para conseguir ultrapassar o companheiro de equipe e conquistar mais uma vitória no ano. Estendeu a sua parada nos boxes para conseguir uma vantagem, no entanto não foi possível ganhar o primeiro lugar desta forma. Seguiu a sua aproximação, mas acabou se encontrando com os retardatários na pista que conseguiram adiar a sua ultrapassagem.

Bom, no fim da corrida o inglês acabou desistindo da disputa, mas foi legal ver esta briga. Abu Dhabi foi aquela prova em que muita coisa já estava definida e os pilotos só estavam correndo pelo simples prazer de correr. Me trouxe a lembrança da temporada de 2005, depois que Fernando Alonso já havia levado o campeonato e ele e Kimi Raikkonen, sem o peso nas costas de uma disputa, só estavam na pista para correr mesmo.

Bottas, além de vencer, também foi considerado o melhor piloto da corrida. Justo, largou na primeira posição, não repetiu o erro do Brasil de ser ultrapassado na primeira volta e teve carro para se manter na frente, defendendo a sua posição dos ataques do companheiro de equipe. Levando o sentimento bom de vitória para uma temporada que ainda não começou, mas já está sendo muito comentada.

A prova foi meio apática, algumas disputas esporádicas na pista, uma largada sem maiores incidentes e mais de 10 posições mantidas da mesma forma após a conclusão da primeira volta. Os shows ”a parte” ficaram por conta de Magnussemn que acabou rodando sozinho, e pouco tempo depois da primeira volta, Hulkenberg fora investigado por ganhar vantagem na pista para se manter na frente de Sergio Pérez. O piloto da Renault foi punido.

Uma corrida com dois abandonos: Daniel Ricciardo, com problemas hidráulicos, e Calos Sainz que foi liberado da sua parada com a roda dianteira esquerda solta.

Massa

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A última corrida do ano de Felipe Massa, dava a sensação de dever cumprido, o brasileiro apresentou melhores resultados que o companheiro de equipe, mesmo que Stroll tenha chegado ao pódio uma vez nesta temporada. Felipe fez o que foi possível com o carro que tinha nas mãos. Disputou nesta prova, pista e posição com Fernando Alonso e ainda teve que se defender do espanhol sem conseguir usar a asa móvel, enquanto o Alonso atacava o brasileiro e era atacado por Carlos Sainz.

Massa só perdeu a posição para Alonso, pois retornou para a pista após a troca de pneus em cima do espanhol e foi impossível defender a posição, fato que não tira o prestígio do brasileiro.

Foi muito cedo para Massa anunciar a sua aposentadoria, precipitado se esta for a palavra certa, até que um substituto não esteja definido, o brasileiro ainda corre o risco de defender a Williams por mais um ano. Os motivos? Kubica ainda vai treinar com o carro da equipe em testes que serão realizados em Abu Dhabi. Paul di Resta até pode ser um possível substituto por ser o piloto de testes da equipe, mas Massa está mais engajado no desenvolvimento do carro da próxima temporada. Até que um posicionamento oficial da equipe não seja divulgado não podemos dar certeza de nada.

Com certeza a despedida de Massa nesta temporada foi mais bonita que a do ano passado, por mais que no Brasil em 2016 o apelo emocional tenha falado mais alto, este ano ele teve a oportunidade de finalizar a corrida. Em Abu Dhabi fez a festa com Bottas e Hamilton, comemorando com zerinhos. Ele mereceu mais esta oportunidade.

lll Saiba como foi a corrida

As primeiras posições se mantiveram e não tivemos maiores incidentes na largada. Massa perdia a posição para Fernando Alonso. Magnussen perdia o controle do carro e acabou rodando na pista. Poucos metros depois, Hulkenberg ganhava vantagem ao ultrapassar Pérez.

Quase no final da primeira volta, Massa recuperava a posição que Fernando Alonso havia tomado dele, já que o espanhol estava disputando posição com Ocon da Force India.

Na quarta volta, Pérez pedia para Hulkenberg devolver a sétima posição. Com a investigação do incidente entre eles, pouco tempo depois Hulkenberg recebia uma penalidade de 5 segundos, por ter extravasado os limites da pista e conquistado a posição de Pérez. O piloto da Renault cumpriria a punição assim que entrasse nos boxes.

Stroll e Grosjean disputavam a décima terceira posição e começavam a alterna-la na pista. Grosjean conseguia a ultrapassagem, mas pouco tempo depois Stroll retomava a posição, era a sétima volta.

A corrida estava mais tranquila, Raikkonen tentava investir na aproximação de Daniel Ricciardo, quarto colocado. Grosjean tentava de várias formas conseguir a ultrapassagem em Lance Stroll e estávamos na décima primeira volta.

As posições eram: Bottas, Hamilton, Vettel, Ricciardo, Raikkonen, Verstappen, Hulkenberg, Pérez, Ocon e Massa.

Stroll era o primeiro a se encaminhar para os boxes na volta 12 e retornava com os pneus supermacios, abandonando a disputa com Grosjean pouco depois de ser ultrapassado pelo francês. Na volta seguinte era a vez de Stoffel Vandoorne realizar a sua parada e também utilizava os compostos supermacios.

Verstappen se encaminhava para os boxes na volta 15, também retornando com os pneus supermacios. Os únicos pilotos a retornar para a pista com os ultramacios quando realizaram as suas paradas foram: Wehrlein, Hartley e Ericsson.

Raikkonen realizava a sua parada na volta seguinte e de quinto retornava na sétima posição, Verstappen era o nono colocado, mas pouco tempo depois o holandês ultrapassava Ocon. Pérez era o próximo a realizar a parada retornando em décimo terceiro.

Gasly rodou sozinho na pista na curva 18.

Na volta 18, foi a vez de Hulkenberg realizar a sua parada e cumprir a sua punição, no entanto o alemão conseguiu retornar para a pista na frente de Pérez.

A nova briga na pista era entre Sainz, Alonso e Massa. O piloto da Renault e o da McLaren conseguiam abrir a asa móvel e Felipe precisava se defender dos ataques sem esse auxílio.

Ricciardo também realizava a sua parada, mas tinha tempo suficiente para voltar na quarta posição e se manter na frente de Kimi Raikkonen.

Na volta 21 foi a vez de Sebastian Vettel se encaminhar para os boxes, também conseguindo retornar na terceira posição.

Ricciardo deu um toque no muro de contenção da curva 5 e, por causa de um problema hidráulico no carro, abandonou a prova na volta 21.

Bottas aproveitava para realizar a sua parada e Hamilton se tornava o líder da prova se mantinha na pista para tentar ganhar vantagem com a parada do companheiro de equipe e talvez garantir a primeira posição.

Massa, que havia realizado a sua parada, retornou na frente de Fernando Alonso e os dois retomavam a sua briga na pista, novamente o espanhol conseguia a posição do brasileiro.

Hamilton acabou parando na volta 25, no entanto não tinha tempo suficiente para voltar na frente do companheiro de equipe, eles estavam separados por menos de 2 segundos.

Dentre os que estavam entre as dez primeiras posições, apenas, Ocon, Sainz e Grosjean, que estava em décimo, ainda não haviam realizado as suas paradas.

Hamilton seguia tentando aproximar-se de Bottas, almejando mais uma vitória no ano. A briga entre eles era adiada conforme os dois encontravam os retardatários na pista e o inglês também errou na execução do traçado, o que impediu que ele conseguisse conquistar a posição.

Ocon e Sainz realizaram as suas paradas na volta 32, o piloto da Force India retorou em nono, Sainz era o décimo segundo colocado. Apenas Grosjean, que estava em oitavo, não havia se encaminhado para os boxes. Sainz foi liberado com o pneu dianteiro esquerdo solto e abandonou a prova assim que saiu dos boxes, já tendo dificuldade de guiar o carro ainda no pit-lane. Uma bandeira amarela foi ativada no setor 2, mas ainda na volta 34 a pista foi liberada.

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Depois das paradas realizadas ainda na volta 37 as posições eram: Bottas, Hamilton, Vettel, Raikkonen, Verstappen, Hulkenberg, Pérez, Ocon, Alonso e Massa.

Na volta 40, Verstappen já havia se aproximado de Raikkonen e os dois estavam separados por menos de dois segundos, mas o finlandês se aproveitava para usar os retardatários e ampliar a diferença entre eles. Duas voltas depois, Raikkonen conseguia 3 segundos de vantagem para cima do holandês.

Bottas, que estava na ponta, aproveitava para fazer a volta rápida da pista registrando 1:41:406.

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Restando sete voltas para o final, Hamilton ainda tentava aproximar-se de Bottas, mas sofria com os retardatários na pista.

Com menos de três voltas para o final, a distância entre Hamilton e Bottas era ampliada para 3 segundos, diminuindo todas as chances do inglês conseguir vencer a última corrida do ano.

Bottas concluía a corrida na ponta, marcando a sua terceira vitória da carreira, seguido por Hamilton que acabou deixando a disputa pela ponta a três voltas antes da conclusão da corrida. Vettel vinha em terceiro para completar o pódio.

O finlandês comemorava com um zerinho, assim como Felipe Massa que marcava a sua última corrida na Fórmula 1.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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