O GP da Rússia não foi tão movimentado quanto a etapa anterior em Shanghai mas ainda sim proporcionou alguns momentos emocionantes e uma batalha intensa pela vitória.
Bottas pulou para a liderança e teve tudo sob controle na primeira parte da prova, até receber o ataque feroz de Sebastian Vettel nas últimas voltas.
Mesmo com a Ferrari crescendo em seus retrovisores, o finlandês manteve a liderança e cruzou a linha de chegada em primeiro, garantindo sua primeira vitória da carreira. O tetracampeão terminou em 2º e Kimi fechou o pódio.
O desgaste baixo de pneus proporcionado pelo asfalto de Sochi limitou as escolhas estratégicas, mesmo assim, temos alguns pontos estratégicos interessantes para serem discutidos.
Largada meteórica
Mercedes e Ferrari pareciam praticamente empatadas em performance, o que tornou a largada ainda mais crucial para o resultado da prova. Bottas saltou perfeitamente e se aproveitou do vácuo de Sebastian Vettel para assumir a liderança antes da curva 2, dando um grande passo em direção ao primeiro degrau do pódio.
Ferrari tenta algo diferente
Completar menos voltas no Q2 deu uma pequena vantagem para a Ferrari no primeiro stint da prova. Além disso, o SF70H parece ser mais gentil com seus pneus, o que permitiu que a Ferrari tentasse algo diferente para saltar Bottas nos boxes.
Evidentemente não funcionou, mas ainda sim valeu arriscar. Vettel permaneceu na pista por mais 7 voltas após a parada de Bottas e ainda estava rodando de forma competitiva antes de mergulhar nos pits. O alemão perdeu 2.1 segundos em relação ao piloto da Mercedes durante as paradas mas ainda conseguiu voltar à frente de Raikkonen.
Permanecer na pista foi uma aposta da escuderia, mas os treinos de sexta já indicavam uma vantagem para os italianos em ritmo de corrida. Dito isso, com pneus 7 voltas mais novos, o alemão cortou a diferença de Bottas, além de contar com um erro do finlandês na curva 13.
Isso o colocou na briga pela vitória na parte final da prova, entretanto, os retardatários foram decisivos para o resultado do GP da Rússia, mesmo com Vettel grudado na asa traseira de Bottas. Na última volta, o finlandês ultrapassou Massa facilmente na reta principal, mas Vettel teve que esperar até a curva 4 para fazer a manobra, perdendo segundos preciosos.
Bottas provavelmente seguraria a liderança mesmo que Massa não segurasse Vettel, mas o brasileiro certamente serviu como alívio para o finlandês.
Hamilton enfrenta dificuldades
Foi um final de semana totalmente incaracterístico de Lewis Hamilton, em uma pista em que a Mercedes era cotada como clara favorita. O inglês teve uma performance interessante na sexta mas perdeu ritmo no sábado antes de enfrentar problemas de superaquecimento no começo da prova de domingo.
O tricampeão parou na volta 30, uma depois de Raikkonen e quatro antes de Vettel, no entanto, não conseguiu aproveitar os pneus novos devido ao superaquecimento. Lewis também acredita que o set-up não foi preciso, o que não colaborou com seu GP. Isso deixa a Mercedes com muitos problemas para serem resolvidos antes de Barcelona.
Massa perde posições
Um furo no pneu de Felipe Massa custou uma ótima sexta posição na prova. O brasileiro estava na estratégia de uma parada, mas um segundo pit-stop na volta 41, passando dos super macios para ultra macios, o fez cair para fim do Top 10. Mesmo com borracha nova, Massa não conseguiu progredir pelo grid e terminou o GP em nono.
Hulkenberg busca uma alternativa
Uma das estratégias mais interessantes do último domingo foi a de Nico Hulkenberg. O piloto da Renault ficou bastante tempo na pista, concluindo um stint de 40 voltas com ultra macios, até calçar os pneus vermelhos para as últimas 12 voltas da corrida.
Uma largada ruim custou posições para o alemão e essa estratégia alternativa pareceu uma tentativa de recuperar o tempo perdido. Nico terminou em 8º, logo atrás de Esteban Ocon. Seu ritmo de prova foi animador, provando que o resultado poderia ter sido muito melhor sem a volta um.
Duas paradas
Apenas quatro pilotos pararam duas vezes, sendo que Massa não tinha programado a segunda passada pelos pits. Stoffel Vandoorne, Marcus Ericsson e Pascal Wehrlein fizeram seu primeiro pit-stop na 1ª volta, após a entrada do Safety Car para a retirada dos carros de Jolyon Palmer e Romain Grosjean.
A ideia parecia ser se livrar dos super macios logo no começo da prova e ir até o final com os pneus roxos, entretanto, nenhum deles conseguiu concluir a estratégia. Todos pararam entre as voltas 20 e 24 e foram até o final.
A estratégia foi agressiva e buscava catapultar os pilotos para os pontos caso a oportunidade aparecesse, contudo, nenhum dos três teve performance suficiente para alcançar o Top 10, sendo os três últimos a cruzar a linha de chegada, Vandoorne em 14º, seguido por Ericsson e Wehrlein.
Baixo desgaste
A macia superfície da pista de Sochi proporcionou um desgaste baixíssimo de pneus, fez com que a estratégia de apenas uma parada fosse a indicada. Hulkenberg foi o piloto com mais voltas com os super macios, com 40, enquanto Magnussen e Kvyat fecharam 30 voltas com os ultra macios.
Os macios mal foram usados no final de semana devido ao baixo desgaste e níveis de aderência, por isso, os super e ultra macios dominaram Sochi. O composto mais duro sequer foi usado durante a corrida e não viu muita ação durante a sexta-feira.
Stints mais longos
- Ultra macios: Hulkenberg (40 voltas)
- Super macios: (30 voltas)
Fonte
- Agradecimentos a Pirelli Motorsport pelos infográficos detalhados