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Fórmula 2 trabalha para tornar seus carros mais acessíveis para as pilotas

A Fórmula 2 está pensando em forma de tornar os carros mais inclusivos para as mulheres, mas tudo isso, também observando os custos que serão gerados para a categoria e suas equipes, além dos gastos que serão revertidos para os pilotos

A Fórmula 2 está se preparando para uma melhor integração das mulheres no esporte. A categoria de base introduzirá novos chassis em 2024 e está pensando em formas para que eles sejam projetados de uma maneira que possam atender melhor as pilotas.

No próximo ano a Fórmula 1 contará com uma categoria de base, a F1 Academy, um campeonato dedicado apenas para as mulheres. Pensando na sua evolução no esporte e como elas devem avançar nas categorias de base, é necessário repensar a estrutura e também na possibilidade de melhorar os carros da categoria para que elas possam se adaptar de uma forma mais rápida.

O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem disse à mídia que no futuro os monopostos precisam se adaptar as diferenças físicas entre homens e mulheres. Bruno Michel, que gerencia a Fórmula 2 e Fórmula 3 e estará à frente da F1 Academy, informa que está em andamento, contando com números técnicos da FIA para que seja possível atingir esse objetivo.

“Estamos levando isso muito a sério, é claro, especialmente porque vem do Ben Sulayem”, afirma Michel.

É importante ressaltar que os carros de campeonatos de base, são bem distantes do que são usados na Fórmula 1, ainda que a Fórmula 2 seja uma categoria preparatória. Tatiana Calderón ressaltou a dificuldade que é manusear um carro de F2, enquanto carros de categorias maiores contam com a direção hidráulica. A colombiana tem experiência na F2, passou pela Indy e também trabalhou com a Sauber na F1.

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Jamie Chadwick que foi tricampeã na W Series, comentou sobre o esforço que era necessário para guiar o carro da Fórmula Regional, com um padrão diferenciado na direção quando comparado com o carro da W Series que é mais leve.

Além disso, é necessário levar em consideração o próprio trabalho dos pneus, que nas categorias de base precisam duram mais voltas e costumam “agarrar” ainda mais o carro no chão (um pensamento da jornalista que escreve este texto).

O trabalho em estreita colaboração com a FIA pode auxiliar nessa chegada das mulheres e seu progresso nas categorias de base, como Fórmula 2 e Fórmula 3 da FIA que são degraus da escada que leva para à Fórmula 1.

Michel informou que eles estão estudando a possibilidade da introdução de uma direção hidráulica: “é claro, é algo que estamos avaliando”. Poderia ser um complemento, enquanto também pensam na alteração do design do carro.

Foram promovidos alguns testes, justamente para avaliar pilotas e compreender quais são as necessidades delas para tornar a sua adaptação melhor.

“Vamos ver o que temos que realizar em relação as conclusões que faremos sobre este novo carro. Sabemos que precisamos ter certeza de que isso não será um problema para as mulheres, com certeza. Essa é a ideia do que estamos fazendo”, disse Michel.

“Mas, por outro lado, não queremos complicar o carro se não for necessário. Então, é sempre algo, é complicado. Mas vamos tomar as decisões certas e, como disse, tomaremos a decisão com a FIA”, seguiu.

A Fórmula 2 está trabalhando para a mudança dos carros e uma das suas preocupações é tornara-los mais acessíveis para as pilotas – Foto: reprodução F2

Os custos com essas alterações precisam ser levados em consideração, desta forma a categoria avalia as possibilidades para inserir a direção hidráulica. A Fórmula 2 passou muito tempo usando o mesmo equipamento, desta forma ele está defasado, por isso uma análise completa está sendo realizada.

“Um carro que atenta a todos os padrões de segurança que a FIA está desenvolvendo. Isso é algo que será diferente no carro, porque os dispositivos de segurança que a FIA pedia há seis anos, não são os mesmos que temos agora. Estão isso seria, primeiramente, uma grande mudança”, afirma Michel.

“Você quer um carro que prepare os pilotos para a F1. Portanto, se há coisas novas que a F1 está contando em seu carro e que está proporcionando uma mudança, é claro que você precisa tentar ver se podemos adaptá-las aos carros de F2 também.”

“E você quer um carro que proporcione grandes corridas, porque esse também é o DNA de nossas categorias. E devo dizer que nisso estamos indo muito bem, mas sempre podemos melhorar. Temos trabalhado para o carro de 2024 com a aerodinâmicas da FIA, que têm trabalhado no carro de F1 para ver se há coisas que podemos aceitar nas descobertas que eles fizeram. Especialmente quanto downforce você perde quando persegue outro carro. É esse tipo de coisa que temos trabalhado bastante.”

Os carros da Fórmula 2 precisam ficar mais próximos das tendências adotadas pela Fórmula 1, justamente por ser uma categoria preparatória, desta forma, eles estão trabalhando para que essa mudança possa ser observada nos carros da próxima geração. É a premissa semelhante de quando introduziram o DRS ou os carros aderiram a barbatana de tubarão.

A F2 também está avaliando as mudanças, mas também pensa nos custos que serão gerados para os times e pilotos – Foto: reprodução F2

“Por último, que provavelmente é o mais importante, temos que fazer o carro que não vai custar uma fortuna. E essa é a grande dificuldade que temos, porque tudo o que eu disse antes são custos adicionais, e precisamos do outro lado ter certeza de que não vamos matar as equipes de repente porque elas terão que comprar um carro que custa muito, muito mais dinheiro do que faziam no passado”, informa Michel.

A categoria tem toda uma cadeia para pensar, por ser voltada para a formação dos pilotos, não apenas o custo dos carros precisa ser levado em consideração, mas também a manutenção do equipamento, com o valor que será gasto em peças de reposição.

“É por isso que quando se fala em direção hidráulica, quando se fala em outras coisas, precisamos ter certeza de que podemos continuar fazendo isso com o mesmo nível de gastos que temos agora, porque no final quem vai para pagar por isso, são os pilotos. E isso é algo que precisamos ter muito cuidado.”

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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