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Análise: a 100ª vitória de Hamilton

O que temos de concreto com o GP da Rússia é a 100ª vitória da carreira de Lewis Hamilton. O heptacampeão mundial está buscando o 8º título, aos poucos o piloto vai adicionando capítulos a sua história na categoria. Depois desta etapa reassumiu a liderança do campeonato de pilotos.

A história da categoria é feita por coisas concretas, os números mostram a nossa realidade, como a 8ª vitória da Mercedes no circuito, ou Hamilton sendo o primeiro piloto que conquistou uma vitória na Rússia fora do Top-3.

No entanto, sempre fica o questionamento do que poderia ser diferente. Lando Norris resistiu bravamente na liderança da corrida, sofreu ataques de Carlos Sainz no início da prova, mas também foi pressionado por Lewis Hamilton.

Aqui temos uma variação: após a parada do piloto da Mercedes, ele foi realizando ultrapassagens e apresentou um rendimento melhor. Temos que lembrar que Hamilton bateu durante a classificação e colocou uma nova asa dianteira. Depois da parada, quando ele instala os pneus duros, a equipe aproveitou para fazer um ajuste na asa. Hamilton ganhou ritmo e melhorou a performance.

O embate entre Hamilton e Norris não era evitável, o piloto da McLaren teria que resistir aos ataques se quisesse vencer a corrida. Em pista seca, mesmo com o desempenho que Hamilton estava imprimindo seria mais complicado de ultrapassar, os dois pilotos têm a unidade de potência da Mercedes instaladas em seus carros. Na volta 44 Hamilton começou a abrir o DRS, diminuiu a distância para o rival, mas não encontrou uma brecha para fazer a ultrapassagem.

Se a prova tivesse terminado em pista seca, a experiência de Hamilton contaria certamente, talvez tentando induzir Norris a um erro para vencer, mas acredito que a disputa seria mais complicada. Explico: o piloto da McLaren estava sendo um reloginho, além disso, temos que levar em consideração que eles estavam na mesma estratégia de pneus.

Para a chuva, Norris teve uma parcela de chance de vencer a corrida também. A chuva começou a cair na volta 46, como líder da prova, o piloto da McLaren podia ditar a parada, tendo em vista que outros pilotos começaram a servir de teste. Alguns pilotos como Bottas (5º), Raikkonen (8º) e Russell (10º) abandonaram os pneus de pista seca, para os intermediários. A sua performance já podia revelar algumas coisas.

A McLaren fez a parada de Ricciardo na volta 48, Hamilton trocou os pneus na volta 49. Giro a giro a pista foi piorando, pois, a chuva começou a apertar. Na volta 47 Norris já tinha dado uma sambada na frente de Hamilton, onde extravasou os limites de pista e esteve perto de perder a liderança da corrida.

Norris perde o carro, mas Hamilton também reduz a velocidade por conta do piso molhado – Foto: reprodução F1

Hamilton também foi resistente quando a realizar a sua parada, mas a Mercedes informou que a chuva pioraria. Lando tinha no rádio as orientações da McLaren para parar, mas pelas informações da equipe, a chuva não ficaria tão intensa até o final, de acordo com o piloto da McLaren foi isso que fez ele não acatar a decisão de realizar a parada e instalar os pneus de chuva.

“Eles me chamaram e eu pensei: ‘Ele está bem! Eu só tenho três voltas ou mais para recuperar 24 segundos. ‘ Eu estava tipo, ‘De jeito nenhum!’” disse Hamilton.

“Então, eu não estava convencido na primeira volta. Na volta seguinte a chuva aumentou e eu estava definitivamente mais convencido, então entrei, apenas acreditei. Eu coloquei toda a minha fé na equipe e eles me chamaram e eu acreditei neles. Isso faz parte da nossa jornada juntos. E poderia ter acontecido de qualquer maneira, mas acho que nossa equipe fez um ótimo trabalho em termos de entender quando a chuva estava chegando e se ia piorar. E eles estavam 100% certos…”, disse ele.

Se Norris tivesse parado na volta 49 ou até mesmo na 50, possivelmente teria chances para brigar pela vitória, mas certamente estaria no pódio.

Norris perde desempenho, fica quase impossível guiar o carro – Foto: reprodução F1

Foram escolhas, Hamilton também poderia ter errado, mas o inglês sabe com quem está brigando pelo campeonato. No ‘e se’, caso a chuva não tivesse apertado e Norris tivesse levado o carro até o final, vencendo ou ficando com o pódio ele seria um herói. Hoje o piloto da McLaren foi um humano, apostou no que acreditava e seguiu. Certamente aprendeu uma lição depois do resultado obtido, mas a vitória de Norris, não deve estar tão longe de ocorrer.

Quando questionado se sentia a perda da vitória de Norris, Hamilton disse: “Sim, com certeza. Olha, ele é tão jovem, ele tem muito mais vitórias pela frente. Ele tem feito um trabalho fantástico, ele fez um trabalho fantástico ontem em pista molhada, ele está fazendo um ótimo trabalho liderando que a equipe e a McLaren venceram a última corrida, eles foram muito difíceis de derrotar”.

Norris ainda tem a liberdade de cometer erros, já que a McLaren se firma na terceira posição do Campeonato de Construtores, mas seria brilhante conquistar uma segunda vitória em seguida, principalmente na pista onde a Mercedes domina.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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