Pelo terceiro ano consecutivo, a Ferrari cruzou a linha de chegada na liderança das 24 Horas de Le Mans. Desta vez, a vitória ficou com o carro #83 da AF Corse, pilotado por Robert Kubica, Yifei Ye e Philip Hanson. Coube ao polonês Kubica conduzir o protótipo na fase final da prova, encerrando uma disputa emocionante que contou com comentários especiais de Fernando Alonso e George Russell.
A performance de Kubica marcou o evento de 2025, além disso, o resultado é ainda mais simbólico, com o polonês guiando o equipamento por 43% da corrida.
Apesar de não ter alcançado o auge esperado na Fórmula 1 — especialmente após o grave acidente de rali em 2011 que interrompeu sua ascensão — Robert Kubica agora colhe uma das maiores recompensas do automobilismo: a vitória em Le Mans. Reconhecido por seu talento natural, ele chegou a ser descrito por Fernando Alonso como “o melhor” piloto que já enfrentou.
A conquista de Kubica nas 24 Horas de Le Mans segue os passos do próprio Alonso, que venceu a clássica prova em 2018 e 2019 durante seu hiato na F1. E o espanhol não deixou a ocasião passar em branco, parabenizando calorosamente o antigo rival nas redes sociais.
“Bravo, Robert”, publicou o bicampeão de Fórmula 1, Fernando Alonso.
“Estou muito feliz por ele. Falamos sobre isso algumas vezes, sobre o quão especial essa corrida é, e ele mereceu. Vivenciar isso. Ele é uma lenda do nosso esporte, e agora ainda mais, após vencer Le Mans e com toda sua carreira, com as dores que ele enfrentou após o acidente e coisas assim”, seguiu o espanhol.
“Hoje é um dia feliz para o automobilismo. Ele provavelmente deveria ter vencido há alguns anos, quando teve aquela quebra na LMP2. Então estou muito feliz por ele. Vou ligar para ele amanhã. Não queria atrapalhar hoje. Ele deve estar celebrando. Mas estou muito feliz, estou orgulhoso”.
“Parabéns, amigo, por vencer Le Mans, estou muito feliz por você!!”, escreveu Russell nas redes sociais. O britânico foi companheiro de equipe de Kubica na Williams quando o polonês retornou à Fórmula 1 em 2019, após o acidente de rali, que lesionou gravemente o braço direito do competidor.
A trajetória de Robert Kubica no automobilismo é marcada por momentos intensos. Em 2007, ele sobreviveu a um violento acidente no GP do Canadá, enquanto corria pela BMW. No ano seguinte, voltou ao mesmo circuito para conquistar sua única vitória na Fórmula 1 — um símbolo da sua resiliência.
Curiosamente, sua tão sonhada vitória em Le Mans veio no mesmo fim de semana do GP canadense, onde seu ex-companheiro de equipe também subiu ao lugar mais alto do pódio, como essas coincidências da vida.
A conquista em Sarthe, guiando uma Ferrari, tem um gosto ainda mais especial. Kubica esteve muito próximo de integrar a Ferrari em 2012, mas o grave acidente de rali frustrou os planos e adiou um capítulo que, de certa forma, agora se realiza — mesmo que com anos de atraso e em outro palco.
Frédéric Vasseur, atual chefe da Ferrari, tem uma longa história ao lado de Robert Kubica. Os dois trabalharam juntos tanto na Fórmula Renault quanto na Alfa Romeo, onde Kubica atuou como piloto reserva. Por isso, a vitória em Le Mans teve um peso especial também para o dirigente francês.
“Tenho uma relação próxima com Robert, ele ficou comigo alguns anos na Alfa Romeo e antes na Fórmula Renault de F3”, explicou Vasseur após o Grande Prêmio do Canadá.
“Para mim, ele é de outro mundo. O que ele está fazendo é incrível, e vencer em Le Mans nessa situação e ser o líder do carro, [liderar] a equipe, é algo que eu não consigo imaginar.”
“Estou muito, muito feliz por Robert. Ele teve uma carreira caótica no automobilismo, e quando você vê o nível de esforço que ele dedicou à sua carreira, fico muito, muito feliz por alcançar esse tipo de resultado hoje.”
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