Com o encerramento da temporada 2021/22, Alexander Sims focará nas corridas de longa duração, por ter uma identificação melhor com os GTs
O piloto da Mahindra, Alexander Sims deixará a Fórmula E ao final da temporada 2021/22, por meio das suas redes sociais o piloto informou que tinha tomada a sua decisão há algumas semanas.
Sims passou por um período de reflexão para determinar se esse era o momento adequado para deixar a categoria elétrica, o piloto até mesmo evitou fechar um acordo com outra equipe do grid antes de tomar a sua decisão. Ao menos um dos times realizou uma oferta ao britânico.
Analisando a sua carreira, Sims deixou a proposta de lado e dará atenção exclusiva em sua carreira para as corridas de longa duração a partir de 2023.
O britânico concedeu uma entrevista ao site The Race durante o ePrix de Marrakesh, onde comentou um pouco sobre essa mudança.
“Tem sido difícil às vezes e honestamente isso começa a afetar meu horizonte, o que eu quero fazer, onde eu quero estar no futuro. Porque ninguém gosta de ser menos competitivo do que espera e não ter as respostas reais sobre o motivo. Essa é realmente a grande questão para mim”, disse Sims.
“Tomei a decisão de não correr na Fórmula E depois de 2022. Naturalmente eu queria explorar quais as outras opções que haveria na Fórmula E. Havia algumas e eu me decidi.”
O piloto correu contra os melhores nesse ano ao participar das 24 Horas de Nürburgring e Le Mans. Ele tinha chances de ter vencido a prova se não fosse o acidente na barreira ao lado da Mulsanne, após um toque com o LMP2 da AF Corse.
“Os campeonatos de monopostos, me transportam aos dias que competi na F3, GP3 e dos quais não gostava muito. Fui para as corridas de GT depois disso e foi como ‘UAU’, uma nova vida e adorei correr novamente. Acho que é apenas um formato do monoposto, e especialmente na Fórmula E a pilotagem é muito curta, alta pressão, um ambiente competitivo. O que é ótimo porque quando você se sai bem, sente que venceu alguns dos melhores do mundo, só não sou 100% eu. Endurance é um lugar melhor para mim, pessoalmente”, afirmou Sims após a sua avaliação.
Nestes anos competindo na Fórmula E, o britânico conquistou três poles, três pódios e uma vitória. Sims chegou à Fórmula E depois de representar a BMW em corridas de GT, onde tinha Antonio Felix da Costa como companheiro. Ao longo de sua carreira, Sims tentava conciliar as corridas nos monopostos com os GT, fazendo provas de longa duração.
Sua estreia na Fórmula E aconteceu na temporada 2018/19, correndo com a BMW i Andretti Motorsport. A categoria elétrica se mostrou um grande desafio, principalmente por ser uma categoria tão competitiva e ter mecanismos que embaralhem ainda mais o grid.
Os resultados na Mahindra não foram muito satisfatórios nessas últimas duas temporadas com o time, principalmente com erros da equipe. Nesta temporada, durante o ePrix de Berlim Alexander Sims foi uma surpresa ao realizar uma boa classificação e dividir a primeira fila com Mortara durante a largada.
A falta de ritmo durante o ePrix de Berlim fez o piloto da Mahindra perder posições preciosas e por não compreender o que estava acontecendo, se sentiu frustrado com o resultado.
“O carro foi bom para mim naquele dia, mas não conseguimos entender o motivo. Esse é o meu maior problema, não sei o que tentar, porque mesmo quando estamos rápidos não conseguimos ver muita diferença nos dados, então não podemos entender o que está me dando essa sensação”, disse Sims ao comentar o resultado em Berlim.
O britânico sempre gostou dos carros elétricos, mas não consegue se identificar com o formato adotado pela categoria elétrica, e agora ele vê uma oportunidade de mudar e retornar ao tipo de competição que mais se identifica.
“Apenas mais um ponto de vista esportivo, tenho a tendência de pensar demais nas coisas e há muitas incógnitas na Fórmula E que não estou confiante o suficiente para simplesmente ignorar e seguir em frente.”
“Eu penso demais nas coisas e isso provavelmente funciona mais ao meu favor nas corridas de resistência, porque você tem muito mais tempo com o carro e pode ajustar as coisas, mas esta será minha última temporada na Fórmula E. Eu tomei essa decisão”, afirmou Sims na conversa sincera com o The Race.
E nós temos a tendência de acreditar que as categorias de monopostos são melhores, além disso, muitos acreditam que seguir para uma carreira em GTs é praticamente uma derrota, mas na realidade cada piloto tem uma personalidade diferente. O processo de adaptação e identificação também é diferente no automobilismo.
“Eu me sinto muito estranho falando sobre isso, o fato de que talvez correr na Fórmula E não seja algo que eu goste muito agora. E para terminar, agora em um nível de campeonato mundial, por que você não gostaria de correr lá? Mas no final do dia é o trabalho diário, é trabalho que você faz no dia a dia e o sentimento, e o prazer que você obtém com isso.”
Quando Sims foi para a Mahindra, o foco esteve sempre voltado para fazer mais trabalhos no simulador e com esse processo se desenvolver mais.
“Como eu disse, eu me dou bem com todos os membros da equipe. Não tenho problemas com isso, é mais o formato da corrida que não funciona muito para mim. A Mahindra estar mais próxima de casa foi definitivamente um fator, acabamos fazendo muito mais dias no simulador do que fiz na BMW.”
“Queria ir e fazer o meu trabalho para tentar melhorar e tornar as coisas um pouco mais competitivas, particularmente do meu lado dos boxes, mas infelizmente não se traduziu em muitas melhorias ou resultados.”
Deixando a Fórmula E ele poderá focar exclusivamente na sua carreira nas corridas de longa duração. Como a temporada da categoria elétrica encerra no meio de agosto, ele terá algum tempo para traçar as suas metas para 2023. A expectativa é que ele consiga mais pontos na temporada, encerrando a sua fase com a categoria elétrica em alta.