A Fórmula 1 segue o projeto de expansão do calendário tentando angariar mais circuitos, em outros países para formar uma temporada com mais provas. O calendário de 2022 foi planejado com 23 provas, uma marca recorde até agora.
Mesmo com o cancelamento e quebra de contrato com os promotores do GP da Rússia, a categoria está buscando uma pista que receberá o evento em 2022, preenchendo a vaga para que 23 provas possam ser disputadas neste ano.
O CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali acredita que a é possível a categoria trabalhar com 30 corridas. Atualmente através das regras impostas pelos regulamentos, o limite é de 25 GPs.
Após uma entrevista conduzida por Martin Brundle da Sky Sports, Domenicali revelou: “Acho que há potencial para chegar aos 24 GPs. Eu diria que há potencial para chegar aos 30! Em termos de interesse que vemos em todo o mundo.”
Obviamente quando uma nova etapa é confirmada, ela acaba gerando mais empregos, mudando a economia local. É como receber um evento da Copa do Mundo todos os anos, mas sempre que falam sobre a expansão do calendário, começam a tocar em uma parte mais obscura. O desgaste físico e mental de todos os envolvidos, indivíduos que trabalham sobre pressão por ser um ambiente extremamente competitivo. Cada vez surgem mais relatos de funcionários que estão abandonando as pistas e retornando às fábricas ou até deixando o esporte pelo nível de desgaste que enfrentam diariamente.
“Cabe a nós tentar encontrar o equilíbrio certo, considerando quais são os locais que gostariam de estar na F1, quais são os valores históricos que precisamos manter no calendário.”
Atualmente já falaram em um possível sistema de revezamento entre as pistas, pois existem muitos circuitos que podem ser utilizados ao longo dos anos, sem ter a necessidade de expandir cada vez mais o calendário.
“Existem alguns promotores que têm contratos para vencer e provavelmente alguns dos GPs atuais não farão mais parte do calendário”, disse Domenicali.
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A categoria está mirando na possibilidade de ter um terceiro GP nos Estados Unidos, onde Las Vegas é vista como uma prioridade. Sempre que os pilotos são abordados sobre onde gostariam de correr, a África é sempre citada. Marrocos recebeu a categoria em 1958, enquanto a categoria disputou 23 provas na África do Sul, usando o circuito de Prince George e Kyalami.
“Precisamos ser ponderados, ver quais são as outras oportunidades. E muito em breve vamos dizer a todos qual é a nossa estratégia para desenvolver esse mercado. No topo está América e China, também podemos estar na África em breve, há muito interesse lá”, seguiu Domenicali.
“É algo que estamos entendendo agora sobre qual é o melhor GP que queremos manter, ou podemos pensar em certos lugares que podem realizar um revezamento”, disse Domenicalli ao The Race em janeiro.
Algumas pistas se tornaram históricas no calendário da Fórmula 1, mas será necessário avaliar individualmente cada um dos contratos. Nos últimos anos as pistas que passaram a compor o calendário foram pensadas em acordos comerciais lucrativos. Até mesmo o Brasil esteve ameaçado de deixar o calendário, mesmo sempre oferecendo provas competitivas.
Ainda é possível discutir as questões de sustentabilidade, a categoria está mirando neste lado mais sustentável, mas segue adicionando provas ao calendário e aumentando o número de deslocamentos necessários para realizar as provas.
Isso é algo que todos vão precisar pensar, principalmente entender qual é o rumo que a categoria está tomando. Ter mais visibilidade para o esporte é fundamental para a sua manutenção, mas estressar as engrenagens até a exaustão não parece ser o melhor caminho a seguir, principalmente se o sistema foi colapsado.
Os times atualmente já reclamam da introdução das rodadas triplas, pois aumenta o seu tempo longe das famílias, além disso sabendo que para algumas pessoas o trabalho começa muito antes e se encerra muito depois. Com um calendário formado por 30 provas ou mais, seria necessário introduzir mais rodadas triplas, alongar a duração da temporada e começar as atividades mais cedo. É algo que precisa ser avaliado por toda a comunidade.