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29 de março de 2009, A Brawn Choca o Mundo – Dia 312 de 365 dias mais importantes da história do automobilismo

Fonte: PitPass

Após o espetacular GP Brasil fechar 2008 com chave de ouro, a F1 recebeu o ano seguinte com um regulamento completamente novo. Após anos de batalhas entre Ferrari e McLaren na ponta, os novos ares prometiam uma mudança no equilíbrio de forças da categoria, entretanto, poucos esperavam uma alteração tão dramática na hierarquia dos times. Albert Park era o palco da abertura do calendário e no 29 de Março de 2009, tivemos o primeiro aperitivo da nova Fórmula 1.

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Entre as mudanças técnicas, os slicks fizeram seu retorno ao grid, as asas dianteiras foram rebaixadas e alargadas enquanto as traseiras foram erguidas em estreitadas, apêndices, aletas, micro-asas e penduricalhos foram proibidos e o Kers fez sua primeira aparição na categoria. Todas essas alterações pretendiam tornar brigas por posições mais fáceis, consequentemente aumentando o número de ultrapassagens nos GPs. Mesmo com todas essas mudanças, um outro tópico geraria a maior polêmica ainda na pré-temporada, o difusor duplo. Toyota, Williams e Brawn implementaram o equipamento em seus bólidos e geraram a fúria das outras 7 equipes. Mesmo diante de inúmeras reclamações oficiais, o elemento foi permitido pela FIA e os três times alinharam seus monopostos inalterados para o GP da Austrália.

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Ainda no sábado, reviravolta completa no grid. As Mclarens ficaram no caminho no Q2, Felipe Massa conseguiu colocar sua Ferrari apenas na 7ª posição e os dois pilotos da novata Brawn fechavam a primeira fila, com Jenson Button na pole. A dupla foi seguida pela Red Bull de Sebastian Vettel e a BMW Sauber de Robert Kubica. Devido à irregularidades com a asa traseira, as duas Toyotas foram forçadas a largar dos boxes. Assim que as luzes se apagaram, Jenson Button partiu para se estabelecer na ponta ao passo que Rubens Barrichello ficava pelo caminho após um péssimo salto. No final da primeira volta, o britânico já tinha 4 segundos de diferença para o 2º colocado, Sebastian Vettel, que via a Ferrari de Felipe Massa cada vez maior em seus retrovisores. Para as McLarens, um começo de prova antagônico, Hamilton já brigava pela 11ª posição no segundo giro enquanto Kovalainen abandonava com problemas de suspensão.

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Com 7 voltas de prova, Button sumia cada vez mais na ponta e o protagonismo ficava por conta das corridas de recuperação de Hamilton, Barrichello, Trulli e Glock. A performance das Ferraris logo começou a cair e Kimi foi superado por Rosberg e Barrichello na batalha pelo 5º lugar. Com o pit-stop dos dois cavalos rampantes, a briga ferrenha pelo terceiro lugar agora era entre Kubica, Rosberg e Barrichello. O polonês eventualmente parou, deixando a pista livre para o jovem alemão se estabelecer na 3ª posição, já Rubens começava a se sentir ameaçado pela Williams de Nakajima, todavia, o final de semana da equipe britânica foi do céu ao inferno em poucas voltas. Na volta 16, todo o progresso de Nico foi comprometido por um problema em sua passagem pelos pits, acabando com seu potencial de pódio no GP. Já na 18, Nakajima colidiu com o muro e foi forçado a abandonar a prova, além de provocar a entrada do carro de segurança no processo.

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Os dois pilotos da Brawn aproveitaram o Safety Car para trocar seus pneus, Fisichella fez o mesmo mas quase atropelou seus mecânicos ao errar a curva de entrada no pit da Force India. O pelotão demorou mais de 3 voltas para conseguir se juntar, até que o carro de segurança finalmente deixou a pista na volta 24. Logo na relargada, Kubica e Piquet Jr. colidiram na briga por posição, pior para a Renault, que ficou atolada na área de escape da curva 1. Com a corrida retomada, Button liderava, seguido por Vettel, Massa, Kubica, Kimi e Trulli. O brasileiro abriu a 2ª janela de pit-stops na volta 31, Trulli entrou dois giros depois e na 39 foi a vez de Kubica e Kimi. Aos poucos os líderes faziam suas últimas passagens pelos pits e a vitória dominante de Button parecia cada vez mais iminente na medida em que as Brawns e Toyotas cresciam na prova.

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No último terço da prova foi a vez da Ferrari ter seu final de semana encerrado antes da bandeirada. Raikkonen rodou e danificou a asa dianteira, voltando para os pits para uma 3ª parada não programada na volta 45. No giro seguinte, Massa abandonou a prova com problemas de suspensão. Apesar de um pit-stop turbulento, Button voltou ainda na liderança do GP. 10 voltas restavam, Jenson liderava seguido por Vettel, Barrichello, Kubica, Alonso e Glock. No giro 51, Barrichello fez sua última parada e voltou em 5º, entregando pista limpa para o polonês buscar a Red Bull na 2ª posição. Menos de três segundos separavam os três líderes e a briga pela ponta agora parecia questão de tempo. Um pouco mais atrás, Rubens superou a Williams de Rosberg e partiu para caça ao pódio. O alemão ainda seria superado por Trulli e Hamilton na volta seguinte.

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Button voltou a ampliar sua vantagem, transformando a briga em um mano a mano entre Vettel e Kubica pelo 2º lugar. Com 3 voltas para o final, a batalha chegou às vias de fato. Sebastian e Robert colidiram, perdendo as asas dianteira. Sem pressão aerodinâmica, os dois bateram no muro logo na curva seguinte. Com o safety car na pista, o acidente promoveu Rubens para a 2ª posição, Trulli para 3º e Timo Glock para 4º. Sem qualquer possibilidade de ser desafiado, o britânico venceu a prova, sendo o primeiro piloto a conquistar a pole e vencer a corrida de estreia de uma equipe desde Fangio em 1954 com a Mercedes.

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A dobradinha da Brawn foi o primeiro indicativo do potencial da equipe em 2009, em especial no 1º semestre arrasador, todavia, muitas batalhas, corridas emocionantes e recordes nos aguardavam nas outras 16 corridas de uma temporada espetacular.

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