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Retrospectiva Ferrari – Sem surpresas na diferença entre Vettel e Raikkonen

Falar sobre a temporada da Ferrari é também fazer um comparativo com a Mercedes, que teve um campeonato mais solido que o da Scuderia italiana e praticamente sem falhas. A campanha do início do ano foi ótima, primeira vitória já era de Sebastian Vettel que se tornou o líder do campeonato. Com o passar das provas o alemão seguia abocanhando um pódio ou ficando próximo de chegar até os três lugares mais altos e se manteve na ponta até o Grande Prêmio da Itália quando Hamilton conseguiu ultrapassa-lo e ficando com três pontos na sua frente.

Um dos grandes problemas da Ferrari foi não conseguir manter o seu pacote de atualizações com a mesma consistência dos primeiros, quando ela ainda conseguia se manter a frente da Mercedes e conforme a equipe alemã conseguiu fazer os seus updates a Ferrari foi facilmente deixada para trás.

Os problemas no motor enfrentados pela equipe também foram estranhos, como no Japão o caso da vela que custou a corrida de Vettel, foi um evento sem muita explicação. O time italiano trabalhou duro para conseguir uma equipe que funcionasse bem junta e com uma troca de experiência mutua, já demostrando ser uma equipe completamente diferente dos tempos de Fernando Alonso e Felipe Massa, na questão do companheirismo.

O bom é que mesmo com os erros o time não perdeu a garra e a vontade de vencer e fizeram o que foi possível para que Sebastian Vettel não perdesse o segundo lugar no campeonato e mesmo ficando em segundo no de construtores eles podem sair com o sentimento de trabalho bem feito, mas para a próxima temporada eles precisam pensar em uma forma melhor de lidar com os imprevistos.

lll Sebastian Vettel Vs. Kimi Raikkonen

Sem dúvidas o ano de Vettel foi melhor que o do companheiro de equipe, conquistou mais pódios que o finlandês, terminou 16 vezes na sua frente e somou 317 pontos contra os 205 conquistados por Raikkonen. Tanto Vettel como Hamilton mereciam este título, o alemão teria a chance de mostrar para quem ainda acha que ele conquistou os outros títulos só pelos carros que teve posse, deu a demonstração de uma temporada medida por cada movimento dos dois protagonistas. O alemão se manteve até a última corrida com esperança. Por outro lado, Hamilton teve uma temporada muito expressiva, com quebra de recordes e uma performance incrível aliado com uma boa coordenação por parte da Mercedes. Não acho que quem levou o título para casa tenha sido o mais merecedor, mas com certeza elevou o seu diferencial.

O finlandês fez mais uma temporada como o típico companheiro, participando dos jogos de equipe elaborados pela Ferrari, no entanto parece que ele fez bem menos que a sua obrigação e cada ano que passa demostra menos força de vontade e o que importa mesmo é correr, mas em que posição ele está, dá sempre o ar de não fazer muita diferença. Os resultados dele deveriam ser melhores, aliás poderia ter feito algo semelhante ao trabalho de Bottas, o outro finlandês da Fórmula 1; além de cumprir o papel de escudeiro as vezes abocanhou algumas vitórias e deu muito trabalho para Sebastian Vettel, ajudando Hamilton a caminhar para a vitória do título e consequentemente sustentar o campeonato de construtores para a Mercedes, Raikkonen deveria ter procurado fazer o mesmo com Hamilton ou pelo menos ter tentado ser superior a Bottas.

De certa forma é cômodo para a Ferrari ter Raikkonen, experiente, mas mesmo assim aceita ser o segundo piloto e participar dos jogos de equipe ”sutis” para favorecer Vettel, talvez isso seja mais difícil de conseguir com um piloto mais jovem, que provavelmente vai querer mostrar o seu potencial ao chegar em uma equipe de tradição e nome como a Ferrari e controlar os conflitos internos seja mais difícil para administrar. Porém todo ano esperamos uma temporada melhor do finlandês e sabemos que dificilmente o time vai optar por colocar um jovem piloto, já que eles preferem um time com mais consistência aliado com um trabalho que eles já tem algum parâmetro de comparação.

lll Temporada de 2018

Os jovens engenheiro da Scuderia italiana já tem um modelo pronto para trabalhar para a próxima temporada, seguindo os moldes do que foi realizado no carro de 2017 que acabou surpreendendo muito e sua origem vem de um modelo desenvolvido ainda em 2016. Apesar do Halo e dos pneus com goma mais macia para a próxima temporada o conceito podem ser aproveitados.

O time além de lidar com o design um pouco diferente como um carro sem barbatana e o próprio Halo como já citado, tema questão da unidade motriz para aprimorar, já que vão poder utilizar apenas três sem sofrer punição no próximo ano, além disso sua eficiência precisa ser mantida, mas também existe a questão do consumo que deve aumentar consideravelmente. O caminho inverso pode acontecer, com uma Mercedes a frente da Ferrari e o time italiano dando a volta por cima no final do ano.

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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