ColunistasDestaquesFórmula 1

Preview do GP de Cingapura de 2018 e a mão esquerda da escuridão

O primeiro evento de corridas em Cingapura aconteceu em 1961 sendo inicialmente chamado de Grande Prêmio do Ano do Oriente e no ano seguinte foi nomeado Grande Prêmio da Malásia, permanecendo assim até Cingapura adquirir a independência em 1965. As corridas foram extintas ,em 1973, do circuito de Thomson Road, pela mesma razão que diversos autódromos acabaram sofrendo no mundo: a falta de segurança em suas pistas e os inúmeros acidentes que marcaram esses templos da velocidade.

 

lll Fórmula 1 em 2008

O anúncio para a corrida de 2008 ocorreu depois das negociações feitas entre Bernie Ecclestone e o Singapore Tourism Board, empresas de telecomunicações entraram no acordo, bem como o Governo de Cingapura que detém 60% da conta total do investimento do evento.

Em questão de inovação, Cingapura proporcionou que o Amber Lounge Fashion Show fosse o segundo lugar a sediar o evento. Além disso foi a primeira corrida noturna da Fórmula 1, já que ela precisava se adequar ao horário Europeu de transmissão. O circuito precisou então ser cercado por refletores, 1600 segundo dados do globoesporte.com.

Em 2008 no primeiro evento, foram colocados 110 mil ingressos a disposição do público e conseguiram vender todos. Esse Grande Prêmio costuma ter um grande público em todos os anos em que fora realizado.

 

O circuito ganhou o nome de Circuito da Marina Bay Street e teve como primeiro vencedor, Fernando Alonso com a Renault. Em 2009 ele acabou passando por algumas mudanças no traçado, as curvas 1, 2 e 3 foram modificadas para gerar mais ultrapassagens, principalmente na largada, já curva 10, para evitar os acidentes.

A primeira corrida em Cingapura foi marcada por uma fraude e acarretou um grande problema para Felipe Massa, que perdeu o seu título no GP do Brasil tempos depois – a vitória de Alonso na corrida de estreia do circuito foi armada por Flávio Briatore e Pat Symonds. Fora o pit-stop de Massa que acabou com a mangueira de combustível presa ao carro, quando havia recebido o sinal de liberação dos boxes.

Em 2013 a mesma curva 10 ou mais conhecida como chicane Singapura Sling, fora reconfigurada para que os carros pudessem passar pelo lado esquerdo e manter um fluxo de aceleração com direção a Ponte Anderson.

Embora o circuito tenha passado por algumas alterações o seu layout básico não foi alterado, continua sendo tortuoso e o mais lento da Fórmula 1, valorizando as equipes com chassis mais desenvolvidos e downforce, exigindo técnica dos competidores, já que mudanças de direção rápidas. É uma prova longa e chega a beirar as duas horas. Conta com poucas ultrapassagens e elas acabam sendo realizadas mais no final do primeiro setor, onde a velocidade tende a ser mais alta.

lll Pneus

Os compostos que vão ser usados neste ano são os hipermacios (faixa rosa), ultramacios (faixa roxa) e macios (faixa amarela). Escolha do ano passado não foi mantida, já que os hipermacios entraram para a família Pirelli nesta temporada, além disso eles tem uma boa durabilidade. Esta é a primeira vez que a configuração vai ser utilizada, optando por ”pular” o supermacio (faixa vermelha).

O desafio é traçar uma estratégia que se adeque à temperatura que varia conforme a corrida invade a noite. São 23 curvas e os pneus acabam trabalhando muito. Mesmo à noite a temperatura do asfalto ainda é alta e os compostos além de sofrerem com a degradação que uma pista de rua já acarreta, também sofre com a degradação térmica e o pneu traseiro esquerdo acaba ditando os pit-stops ao longo da corrida.

Saltar um composto, é fornecer uma gama maior de possibilidades. Cingapura tende a ter a entrada do carro de segurança em suas provas e por ser um circuito de rua, ele é muito ”verde” e qualquer discuido pode levar a colisões.

O circuito está comemorando 10 anos de aniversário no calendário da Fórmula 1.

lll Corrida 2017

Em meio a uma largada caótica, com a primeira aparição da chuva em uma corrida em Cingapura, Hamilton conseguia a liderança da prova, que ele nem esperava poder alcançar. Sem dúvidas a pauta após a prova era a busca da culpa de quem causou o acidente, no entanto no campeonato era a certeza de Hamilton disparar na frente de Sebastian Vettel, após a colisão dos carros da Ferrari, com Max Verstappen participando do bolo.

O alemão havia ficado com o carro muito danificado, perdendo pressão aerodinâmica e sendo obrigado a abandonar a corrida. O Safety Car foi obrigado a entrar na primeira volta. O spray prejudicava a visibilidade da pista e quando a relargada ocorreu era difícil observar os competidores.

Alonso foi mais um dos competidores que ficou com o carro avariado, mas permaneceu na pista até a nona volta, quando apresentou perda de potência no motor. A McLaren também havia perdido os dados do seu carro e o piloto ficava por conta no circuito, até retornar aos boxes da equipe.

Três voltas depois o Safety Car retornava a pista, após Daniil Kvyat bater na curva 7, quando freou forte e perdeu o controle do seu carro. Alguns pilotos aproveitaram para realizar as suas trocas de pneus e ainda sob o regime de bandeira amarela, Vandoorne ao deixar os boxes era tocado por Felipe Massa da Williams que acreditava que a posição era dele.

 

A ”nova” relargada aconteceu na décima volta, com Hamilton na ponta seguido por Ricciardo e Bottas. Novas disputas por ganho de posição ocorreram e Massa pressionava Magnussen no muro de contenção para se tornar o décimo primeiro colocado.

Conforme a corrida foi dando segmento, começou a formar-se um trilho seco, mas as equipes e pilotos não sabiam se ainda era o momento de realizar a troca. Desta forma os carros começaram a se encaminhar para as suas paradas e optarem por compostos de pista seca apenas na 26ª volta. Hamilton colocou os ultramacios na trigésima volta, para rodar com eles até o final.

Oito voltas depois o terceiro Safety Car era acionado após Ericsson da Sauber bater na curva 13, quando perdeu a traseira do seu carro. A corrida que já tem duração de duas horas colocava o tempo limite em cheque e na sua meia hora final já se sabia que o número de voltas não poderia ser cumprido.

 

O carro de segurança deixou a pista na volta 43 e na quadragésima quinta volta Hamilton cometia um erro, onde Daniel Ricciardo pode se aproximar do inglês, assim como Bottas ficava mais perto do australiano.

Hamilton venceu a corrida com 58 voltas, seguido por Daniel Ricciardo e Valtteri Bottas.

 

The Killers e Liam Gallagher vão tocar no Grande Prêmio de Cingapura • BP • Boletim do Paddock

 

 

boletimdopaddock.com.br/preview-do-gp-de-cingapura-de-2017-ao-cair-da-noite/11134

Mostrar mais

Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo