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Preview do GP da Malásia de 2017, prepare-se para a despedida

O Grande Prêmio da Malásia passou a fazer parte do calendário de Fórmula 1 em 1999 no circuito de Sepang, embora as corridas de Fórmula 2 que aconteceram em Cingapura no circuito Thomson Road, já fossem reconhecidas pela FIA desde os anos 60. Malásia e Cingapura só passaram a ter corridas com nome independente em 1965, quando houve a separação, portanto cada local pode dar o seu nome a prova.

| Sepang

A construção do Circuito de Sepang se deu no governo de Mahathir Mohamad, já que fazia parte de obras ligadas a infraestrutura e o projeto tomou forma entre os anos de 1997 e 1999. O que chamava a atenção do lugar, era o clima que não podia ser previsto, típico de um país tropical, indo de altas temperaturas, até chuvas torrenciais.

A primeira corrida aconteceu em 1999, acabou trazendo Michael Schumacher as pistas, depois de quebrar a perna no GP da Inglaterra e ficar por mais de 90 dias afastado da competição. A Ferrari, no entanto, queria a volta do seu piloto, mas para ter o seu carro disputando e com chances de vencer o campeonato daquele ano, do que por ser Schumacher que estava no comando do carro. No entanto a corrida foi vencida por Eddie Irvine, companheiro de Schumi, que fez a ultrapassagem no alemão na quarta volta. Os carros da Ferrari se encontravam perfeitos naquele final de semana.

Logo depois que a prova acabou, a equipe foi desclassificada, por ter uma irregularidade, pois os defletores estavam 10 milímetros mais curtos. A equipe acabou recorrendo e na terça-feira o veredito final era dado. O apelo da escuderia Italiana acabou sendo atendido e a vitória voltava a ser reconhecida.

Em 2001 a corrida que antes acontecia na segunda parte da temporada, passou a ser a segunda corrida do campeonato, mas tempos depois quando o GP de Cingapura passou a fazer parte do calendário da Fórmula 1, a Malásia voltou a ocupar a segunda parte do campeonato.

Ouve um desejo de tornar o GP uma prova noturna e a ideia era comprar os refletores, para que fosse parecido com a corrida de Cingapura, mas a ideia não foi aceita e a única proposta que o circuito de Sepang recebeu, foi realizar a corrida um pouco mais tarde em 2009. A prova foi iniciada às 17h do horário local, no entanto não foi uma boa ideia, pois uma forte tempestade tomou conta do circuito e a corrida ficou sob bandeira vermelha, terminando com 33 voltas e somente com a metade da pontuação.

| Despedida da Malásia

Após 19 anos no calendário o Grande Prémio da Malásia, a corrida esta se despedindo em 2017 do calendário da Fórmula 1. O contrato era válido até o próximo ano, mas a decisão veio devido a diminuição do público e consequentemente a queda da venda de ingressos.

O site da Fórmula 1 decidiu presentear os fãs do automobilismo, com a opção de uma votação sobre a corrida que nós fãs, gostaríamos de rever e que vai ficará disponível por 19 dias no Youtube da própria Fórmula 1. O público podia escolher entre a vitória de Michael Schumacher em 2001 em uma corrida com muita água; a primeira vitória de Kimi Raikkonen com Fernando Alonso no pódio de 2003 ou a vitória do espanhol em Pérez em 2012, por meio de enquete realizada no Twitter.

A corrida escolhida foi a de Michael Schumacher em 2001, você pode conferir neste link:

https://twitter.com/FimDoGrid/status/911205499059683328

boletimdopaddock.com.br/malaysiagp-de-2001-ate-quando-da-tudo-errado-a-ferrari-ganha/7588

| Pista e Pneus – Sepang

O GP da Malásia é um misto de extremos contando com altíssima umidade, um calor praticamente infernal, onde algumas equipes chegam a comparar a pista com uma sauna. O asfalto que até 2015 causava um desgaste excessivo dos pneus, passou por um recapeamento no ano seguinte, para melhorar a aderência e a competição. Os pneus escolhidos são os médios (faixa branca), macios (faixa amarela) e supermacios (faixa vermelha), acreditasse que este ano os compostos utilizados vão ter uma boa durabilidade e não foi necessário optar pelos pneus duros (faixa laranja), já que estes, esse ano, levavam muito tempo para a goma desgastar e também eram muito mais lentos.

A pista é a composição de curvas rápidas, de média velocidade e outras lentas, com duas retas longas e dois pontos ideias para as ultrapassagens, nessa “brincadeira” fica difícil equilibrar o carro que precisa de um alto nível de downforce que não prejudique o carro no desempenho para as duas retas.

| Corrida de 2016

Se fosse para escolher uma imagem para representar a corrida de 2016, seria a de Hamilton agachado ao lado do seu carro, logo após o motor abrir o bico e deixar o inglês indignado, pois ele já sabia que a partir daquela corrida o campeonato que já estava na sua reta final, tomava outra direção.

Não precisou de chuva, pois desde o começo da corrida as emoções já eram fortes. Fórmula 1 é realmente resolvida volta a volta, milésimo a milésimo. Rosberg acabou se tocando com Vettel na largada e despencou para décimo sétimo e a vitória que havia caído no colo de Lewis, traria o Inglês para o topo da tabela novamente.

Nico acabou partindo para uma corrida baseada em estratégias e realizou as suas paradas na 9, 31 e 41, retornando para a pista no seu último pit com pneus macios. Na volta 38 Rosberg acabou se encontrando com Kimi Raikkonen, o outro piloto da Ferrari e um toque entre eles ocorreu, rendendo uma punição de 10 segundos para o alemão. Nico Rosberg acabou sendo esperto e abriu a distância necessária para voltar na frente de Kimi quando fosse cumprir a punição, para garantir o terceiro lugar. Por fim o piloto da Mercedes acabou retornando para o quarto lugar, mas não contava que receberia a bandeirada em terceiro. A verdade é que Nico correu para vencer está corrida.

O outro alemão ou melhor Sebastian Vettel saiu da Malásia praticamente sendo apedrejado. Acabou com a suspensão quebrada no toque que teve com o compatriota na largada. O pior é que o piloto da Ferrari ficou sem área de escape e não tinha como evitar o toque com a Red Bull, no fim das contas a punição foi ter ficado fora da corrida, já que ele não tinha como dar uma volta com o carro e chegar nos boxes da equipe e a Ferrari não teria como reparar uma suspensão quebrada em um tempo de pit-stop.

O Safety Car virtual foi ativo e permaneceu assim por três voltas, até que na relargada Grosjean acabou rodando ao perder o controle dos freios e mais um SC virtual voltou a se instalar na pista. Na nona volta Verstappen era o primeiro a parar e de terceiro, acabava retornando em quarto, já Hamilton que era o líder da prova naquele momento só faria a sua troca de pneus na vigésima volta, junto com Raikkonen e Ricciardo na volta seguinte.

Quando Lewis parou Verstappen que tinha aquele pit-stop no bolso, passava a assumir a liderança da prova. A medida que as voltas eram concluídas os pneus de Verstappen que estavam mais desgastados, começavam a sofrer e Hamilton se aproveitava para se aproximar e na volta 27 o holandês necessitou recorrer a uma segunda ida aos boxes, conseguindo retornar na terceira posição.

A estratégia adotada por Verstappen era boa, se todo mundo também tivesse seguido ela e ao contrário do que o holandês pensava, o companheiro de equipe visava fazer uma corrida com apenas dois pit-stops.

Hamilton que também partia para três paradas precisava ficar a 20 segundos de distância para não perder a ponta para o holandês na terceira vez que partisse para os boxes e Ricciardo acabou sendo fundamental nesta hora. Verstappen chegou em Ricciardo e apenas 19s8 separavam o companheiro de equipe do inglês. O australiano não tinha a intenção de deixar o segundo lugar barato e os dois travaram uma disputa, com Ricciardo segurando a posição com maestria.

A briga dos pilotos da Red Bull acabou deixando o caminho livre para Hamilton parar e ainda voltar na frente. Mas o destino pregava uma peça no inglês e uma fumaça, seguida por uma labareda tomava conta do motor do seu carro e inglês era forçado a parar.

A quebra de Lewis acabou rendendo a terceira aparição do Safety Car virtual do dia e a oportunidade das paradas serem realizadas sem maiores prejuízos. Ricciardo partia para a sua segunda troca, depois de conseguir administrar muito bem o desgaste dos seus compostos e o companheiro de equipe partia então para a terceira troca do dia.

Os dois acabaram retornando com pneus macios e Ricciardo administrou o final da corrida com sangue frio. Verstappen parava de ameaçar o australiano, com isso conseguiam garantir a dobradinha para a Red Bull, que não comemorava assim desde 2013 com Vettel e Webber. O terceiro lugar de Rosberg garantiu que a diferença ampliasse e passasse a ser de 8 para 23 pontos, com apenas 3 corridas para o final.

Fonte: @F1naGlobo
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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.

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