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Preview do GP da Bélgica de 2017, a Fórmula 1 volta das férias e entra em sua reta curva final!

O GP da Bélgica é um dos mais queridos pelos cabeças de gasolina e algumas piadas como essa é a minha spa e esse é o seu spa, vira e mexe vão sendo compartilhadas nos grupos de automobilismo. Assim como alguns países da Europa a Bélgica também fazia parte do campeonato de automobilismo europeu e algumas provas foram disputadas no seu território desde 1925. Spa-Francorchamps teve dois traçados diferentes até chegar ao que conhecemos hoje, suas alterações giravam em torno de mais velocidade e depois em segurança e adaptações que foram necessárias para que o circuito pudesse receber a Fórmula 1, mas a competição ainda foi executada em dois outros lugares, em Nivelles em 1972 e 1974, e também em Zolder 1973 e 1975 à 1982 e novamente em 1984.

Juan Manuel Fangio na liderança subindo a Eau Rouge. Fonte: Statsf1.com

A Fórmula 1 colocou a Bélgica no calendário em 1950, mais em 1957 a competição não teve como ser executada devido aos preços autos dos combustíveis nos Países Baixos pela crise de Suez. Para o ano seguinte o circuito ganhou uma reforma onde a pista foi recapeada e os boxes ampliados.

Cartaz do primeiro GP de F1 da Bélgica Fonte: Statsf1.com

O GP da Bélgica voltou a não acontecer em 1969, logo depois de Jackie Stewart visitar o circuito pela GPDA (Grand Prix Drivers’ Association) e verificar que a pista e o circuito precisavam de algumas adaptações. A sensação de passar por um desafio e sobreviver a ele entre os pilotos começava a diminuir e eles queriam mais segurança para que as provas pudessem ser disputadas. Spa era a pista mais veloz da Europa e também a mais perigosa. Quando os proprietários da pista se negaram para fazer as mudanças necessárias nos muros de contensão entre outras coisas as equipes francesas, italianas e britânicas simplesmente se retiraram do evento e ele acabou sendo cancelado em abril.

Em 1970 uma prova ainda foi realizada, onde colocaram umas barreiras na chicane, mas ela não foi suficiente para conter a velocidade dos carros e em 1971 a prova precisou ser mudada de lugar.

l Duas outras pistas e a chance de haver corrida no país novamente

Depois do veredito final sobre as condições de Spa, o país que não queria deixar as competições automobilísticas tinha ainda outras duas opções Nivelles e Zolder, na competição de 1972 que foi vencida por Emerson Fittipaldi e no ano seguinte por Jackie Stewart.

Nivelles recebeu as provas de 1972 e 1974. Fonte: Statsf1.com

A Fórmula 1 acabou voltando ainda em 1974 para Nivelles e novamente o brasileiro voltou a vencer, porém manter a pista no calendário foi outra história, ela não agradava os pilotos e acabou sendo o mais impopular e por fim, foi riscada da competição de vez. Zolder ainda sediou o Grande Prêmio da Bélgica por mais 9 vezes, mas em 1981 ele também entrou para a lista negra de pistas para receber uma corrida, logo após o acidente que levou a morte o mecânico de Osella (Giovanni Amadeo), ao ser atropelado por Carlos Reutemann devido ao Pit-lane muito estreito. Mais coisas ainda aconteceriam na corrida de 81, logo na largada após Riccardo Patrese, ficar parado com o seu Arrows, David Luchett que era o seu mecânico acabou indo para a pista para tentar ligar o carro do piloto, o grande problema foi que Siegfried Stohr bateu na traseira do carro de Patrese e o mecânico ficou estirado no chão com as duas pernas quebradas. A corrida seguia, mas ao perceberem o que estava acontecendo os pilotos pararam para forçar a paralização da prova até que Luchett fosse removido da pista.

Zolder recebeu as provas de 1973, 1975 até 1984. Fonte: Statsf1.com

Zolder também ficou conhecida pela morte de Gilles Villeneuve no ano seguinte, após uma colisão com Jochen Mass e ter o seu carro girando várias vezes e o carro ficar completamente destruindo, morrendo a noite no hospital por não conseguir resistir aos graves ferimentos.

l Spa está de volta

Spa acabou passando por diversas mudanças no traçado, a pista ficou um pouco mais curta e todas as alterações que foram feitas fizeram o público voltar a se apaixonar e os pilotos passaram a amar a pista também. Em 1985 ele ainda ganhou um asfalto novo por causa das chuvas que acabavam ocorrendo no local, para que uma melhor drenagem fosse feita. Em 1995 o circuito perdeu uma chicane depois do acidente em Imola de 1994.

https://twitter.com/F1/status/900696408365432833

O local ainda seria palco de um grande acidente em 1998, quando 13 dos 20 carros que disputavam a corrida acabaram batendo por causa da chuva torrencial na corrida, tudo começou pela baixa visibilidade e pela pancada de Michael Schumacher na parte traseira do carro de David Coulthard, mas ao final da corrida o alemão acabou admitindo a culpa.

A Bélgica ainda foi excluída do calendário em 2003 por problemas políticos e sociais, já que na época a União Europeia criou uma proibição onde proibia a associação dos esportes com a venda de tabaco. Novamente em 2006 não tivemos corrida, mas dessa vez a pista passava por mudanças para que pudesse comportar a Fórmula 1 de forma melhor e depois disso ela nunca mais ficou de fora da competição.

l Pneus 2017

Pela primeira vem Spa-Francorchamps vai contar com o uso dos pneus ultra macios, já que os compostos desse ano se mostrando mais duráveis e com tempos próximos e praticamente colocando fim a utilização dos pneus duros (faixa-laranja) no ano, que foram usados apenas uma vez para o Grande Prêmio da Espanha.

l Características da Pista

Depois das férias a Fórmula 1 retorna em um dos circuitos mais emblemáticos como vocês conseguiram conferir no texto. O circuito é composto por retas que dominam o início e o fim da volta, ainda é composto por curvas rápidas e a lendária Eau Rouge. As corridas costumam ser animadas porque o clima é instável e pode acontecer de ela fica dividida com sol e chuva.

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O desafio é acertar o carro para os três diferentes setores, onde o primeiro e o terceiro são de alta velocidade e o segundo é onde as curvas e a longa descida estão situadas.

l Corrida de 2016

A tão esperada volta das férias da Fórmula 1 teve uma corrida agitada. Rosberg voltou a fazer o seu papel e venceu a corrida, mas não contava com o amplo desempenho de Lewis Hamilton.

A largada não foi boa para o Max Verstappen, o holandês que havia se classificado bem, com um segundo lugar, acabou se deparando com as duas Ferraris passando de cada lado da sua Red Bull. Quando o seu carro retomou o ritmo, Verstappen tentou conquistar a posição perdida e na Source e uma verdadeira lambança aconteceu, Vettel por fora e à esquerda, tocou no companheiro de equipe e rodou, o alemão da Ferrari acabou despencando para o fim do grid e Raikkonen e Verstappen com as asas quebradas.

Com a confusão o grid acabou se misturando e Hulkenberg aparecia na segunda posição. Mas ainda tinha muita coisa para acontecer e bagunçar as posições de largada ainda mais, Pascal Wehrlein encheu a traseira do carro de Jenson Button e o pneu de Carlos Sainz explodiu, espalhando pedaços do aerofólio pela pista e o safety-car virtual precisou ser acionado. Com isso Alonso já era décimo e Hamilton já estava em décimo segundo.

Na sexta volta Magnussen batia forte na Eau Rouge, o carro ficava completamente destroçado e a barreira de proteção também danificada, portanto o carro de segurança teve que entrar na pista, para que a limpeza, remoção do carro e a reorganização da barreira pudesse ser feita, mas os pilotos só chegaram até a décima volta, pois a direção de prova optava por acionar uma bandeira vermelha.

Quem tinha feito a parada antes da bandeira vermelha acabou perdendo vantagem, já que os outros pilotos conseguiram fazer as trocar enquanto voltaram para os boxes e esses não perderam tempo. Quem havia se dado bem? Hamilton que era quinto e Alonso que estava em quarto.

A corrida retomou com o Safety Car na pista e quando a pista foi realmente liberada, Hamilton já realizava a ultrapassagem em Alonso, para Nico a sorte que havia se desenhado no sábado de ver o companheiro de equipe largando da última fileira, acabava ali, era praticamente certo que o inglês marcaria pontos, mas não era esperado que ele chegasse ao pódio.

Ainda tivemos novas disputas entre Raikkonen e Verstappen, mas aquele não era o final de semana para o piloto holandês, que acabou sofrendo com o desgaste dos pneus, se engalfinhando com os pilotos que apareciam no seu caminho e terminando a corrida em um fatídico décimo primeiro lugar.

Hamilton que já havia se dado bem com todos os acontecimentos iniciais da prova, sabia que o primeiro lugar era um pouco demais, mas porque não correr atrás do terceiro? E foi isso que o inglês fez, parou na volta 21, retornando com pneus macios e esperou que os outros fizessem suas paradas nas voltas seguintes. Rosberg ainda estava na pista e ficaria lá até a volta 26, retornando de médios para a pista o segundo jogo usado no dia e Hamilton já era terceiro.

Os compostos do inglês precisaram ser trocados na volta 32 já que o calor infernal na pista fazia a goma acabar muito rápido e dessa vez optou pelos médios, acabou voltando em quarto, atrás de Hulkenberg, mas a ultrapassagem não demorou para acontecer.

Rosberg cruzou a linha de chegada em primeiro, sem muito esforço, mas essencial para quebrar a sequência de vitórias do companheiro de equipe e mostrar que ele estava ainda na briga pelo campeonato e agora apenas 9 pontos separavam eles. Ricciardo acabou ficando com o segundo lugar.

Fonte: @F1naGlobo

https://twitter.com/F1/status/900745014036242433

https://twitter.com/F1/status/900361737181872131

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Debora Almeida

Jornalista, escrevo sobre automobilismo desde 2012. Como fotógrafa gosto de fazer fotos de corridas e explorar os detalhes deste mundo, dando uma outra abordagem nas minhas fotografias. Livros são a minha grande paixão, sempre estou com uma leitura em andamento. Devoro séries seja relacionada a velocidade ou ficção cientifica.
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