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O inglês que poderia ter sido maior!

Benetton, Tyrrell, Lotus, Ligier, Sauber, Stewart, Jaguar, Arrows. Equipes competitivas nos anos 90, nomes conhecidos para o cabeça de gasolina. Assim como um cara legal que passou por todas elas.

Não esse, o outro! Fonte: @EGO

John Paul Herbert nasceu em Brentwood, na Inglaterra, em 25 de junho de 1964, e desconfio que seus pais eram fãs dos Beatles. Johnny foi piloto de Fórmula 1 de 1989 até 2000, além de ser vencedor de Le Mans em 1991, conforme nos contou o mestre Cristiano Seixas no dia 33.

Agora, sim. Johnny Herbert. Fonte: @Catho

Mas sua carreira começou muito antes, aos 10 anos, em campeonatos de kart. Foi campeão inglês em 78 e 82 e em 1983 começou a participar da F-Ford 1600, ganhando o Festival de Brands Hatch de 1985, aos 21 anos. O pessoal começava a notá-lo.

Em 1986 subiu de potência e correu a F-Ford 2000 e, no ano seguinte, foi campeão inglês da F3. Neste momento já era considerado pela imprensa britânica o sucessor de Nigel Mansell e comparado a Jim Clark, e era questão de pouco tempo até chegar a F1. Neste mesmo 1987 a Benetton lhe ofereceu a chance de testar seu carro turbo em Brands Hatch. “Eu lembro de sair dos boxes, passar pela Druids e decidir pisar fundo para ver o que acontecia. Senti o barulho do vento passando por mim, e depois ouvi um “sssssss” – era o turbo dando sinal de vida – e daí kazam!!! Foi como uma bala sendo disparada”, disse Herbert sobre sua “estréia” em uma entrevista.

Aos 23 anos Johnny bateu fácil os tempos de Thierry Boutsen, que já conhecia o carro. O próprio Mansell, que estava por lá, chamou um repórter e perguntou, sem acreditar: “Quem diabos está dirigindo aquela coisa?”

Em 1988 Eddie Jordan o chamou para correr na F-3000 em sua equipe, para preparar o inglês para a F1. Em agosto a Lotus o chamou para tomar o lugar de seus pilotos titulares durante os testes em Monza. Herbert fez um tempo menor do que o do então campeão da categoria, um tal de Nelson Piquet. Infelizmente, no final daquele mês um acidente ainda na mesma Brands Hatch que tinha sido palco de seu grande triunfo quase acabou com a carreira de Herbert.

Fonte: @Tumblr

Em 21 de agosto de 1988 Johnny se envolveu em um dos piores acidentes da história da F-3000. Não só fraturou ambas as pernas, seus tornozelos ficaram em frangalhos e a possibilidade de amputação do pé esquerdo foi seriamente cogitada. Os médicos diziam que, na melhor dos prognósticos ele nunca mais andaria sem auxílio de bengalas.

Menos de seis meses depois Johnny Herbert alinhava uma Benetton no GP do Brasil de Fórmula 1, em Jacarepaguá. “Eu devo muito a Peter Collins”, ele disse. “Ele me deu a chance do primeiro teste e me levou um contrato com a equipe enquanto eu ainda estava em uma cadeira de rodas. Eu não teria tido uma carreira se não fosse por Collins.” E, já naquela primeira corrida, Herbert mostrou que a aposta ainda valia. Terminou seu primeiro GP em um ótimo quarto lugar, atrás apenas de Mansell, Prost e Maurício Gugelmin. Mas ele sentia muitas dores no pé esquerdo, mesmo em um circuito onde o pedal do freio não era exatamente muito exigente. A corrida seguinte foi em Mônaco, e num circuito travado o acidente cobrava suas seqüelas. México também foi ruim, mas então veio Phoenix, outra pista rápida, e Herbert beliscou um quinto lugar. A inconstância continuou e, após não conseguir tempo para classificação no Canadá, em junho, a equipe decidiu dar um tempo para ele se recuperar melhor. Ele não retornaria por um bom tempo.

Em 1990, a convite da Lotus, foi correr no Japão, tanto na F-3000 quanto no campeonato nacional de protótipos. O contrato previa que ele participasse de duas corridas da F1 naquele ano, porém o inglês abandonou tanto no Japão quanto na Austrália.

O ano seguinte foi trabalhoso: além dos compromissos no Japão, Herbert correu em 8 provas da F1 com a Lotus, com uma sétima colocação em Spa como melhor resultado. E ainda foi vencedor da prova em Le Mans, onde saiu direto do carro para o hospital, exausto.

Fonte: @Twitter

Feliz em receber o convite para participar de toda a temporada de 1992, Herbert não conseguiu se adaptar ao carro. Entre 92 e 94, três quartos lugares foram o máximo que ele conseguiu – além de 24 abandonos em 43 provas. A Lotus também não estava bem das pernas (desculpem, humor negro) e foi à falência antes do final da temporada de 94. O contrato do britânico foi comprado pela Ligier (Herbert correu pela equipe francesa em Jerez, no GP da Europa daquele ano), e depois repassado à Benetton.

Herbert estava de volta onde começou. Um assento rápido, numa equipe de ponta, sim. Porém era uma equipe voltada exclusivamente para um único piloto, Michael Schumacher. Além disso, Briatore não confiava em Herbert. Apesar disso, 1995 foi seu melhor ano na Fórmula 1. Em julho, em casa, após um entreveiro entre Schumacher e Damon Hill que o deixou de cara para o vento, Johnny Herbert acelerou como um maníaco e venceu o GP de Silverstone com mais de 16 segundos de vantagem para todo mundo. Sua primeira vitória. Mais duas viriam, uma em Monza ainda naquele ano. Com mais dois pódios e constantes aparições bem na pontuação conquistou sua melhor posição no mundial de pilotos, um quarto lugar apenas a 4 pontos de David Coulthard, terceiro.

Entre 96 e 98, pilotou pela Sauber, porém sem muito sucesso além de dois lugares mais baixos do pódio. No ano seguinte, foi ser companheiro de Barrichello na Stewart Ford e, embora tenha finalizado com menos pontos que o companheiro de equipe conseguiu aquela que considera sua maior vitória, em Nürburgring. Foi também esta a última vez que tomou champagne, pois em 2000 a Stewart virou Jaguar e Herbert abandonou 8 das 17 corridas, decidindo então que seu tempo na Fórmula 1 havia chegado ao fim.

Atravessando o Atlântico, Johnny foi correr a Le Mans Series americana, ganhando várias corridas e sendo campeão da categoria em 2004. De volta às 24h de Le Mans em 2007, uma nona colocação injusta, uma vez que ele estava correndo pela Aston Martin com um carro de número 007.

Hoje Johnny Herbert é um dos mais populares e respeitados profissionais de imprensa da Fórmula 1, atuando pela Sky Sports e bastante querido entre (quase todos) os pilotos. Sua carreira, mesmo sem título, foi vitoriosa, e sua perseverança é exemplar. Por isso, ao comentário de “você virou comentarista porque não foi campeão” que Alonso jogou após o inglês perguntar se ele pensava em se aposentar em 2016, faço coro com a resposta de Herbert

Fonte: Autosport

| FORA DAS PISTAS

Além de ser aniversário do Frosa, o maníaco do megafone de Interlagos, 25 de junho também é importantíssimo na história da música. Em 1965 Bob Dylan deu uma banana para o título de Rei do Folk e assombrou a platéia do Newport Folk Festival tocando com uma banda e instrumentos ligados a amplificadores. “Eu eletrizei metade da platéia e eletrocutei a outra metade”, disse o tio Zimmerman. Esse ato, apesar de ser muito vaiado no momento e criticado logo após, foi um ponto de inflexão na história do rock que inspirou muitos dos artistas que ouvimos até hoje.

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Carlos Eduardo Valesi

Velho demais para ter a pretensão de ser levado a sério, Valesi segue a Fórmula 1 desde 1987, mas sabe que isso não significa p* nenhuma pois desde meados da década de 90 vê as corridas acompanhado pelo seu amigo Jack Daniels. Ferrarista fanático, jura (embora não acredite) que isto não influencia na sua opinião de que Schumacher foi o melhor de todos, o que obviamente já o colocou em confusão. Encontrado facilmente no Setor A de Interlagos e na sua conta no Tweeter @cevalesi, mas não vai aceitar sua solicitação nas outras redes sociais porque também não é assim tão fácil. Paga no máximo 40 mangos numa foto do Button cometendo um crime.
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