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O Retorno do Inferno Verde

07 de Outubro, O Retorno do Inferno Verde – Dia 139 De 365 Dias Dos Mais Importantes Da História Do Automobilismo

Nürburgring recebera o GP da Europa de 1984, após o cancelamento da etapa de Nova York, que nunca saiu do papel. O Inferno Verde passou por extensas reformas no início da década de 1980, e retornava como uma das pistas mais modernas e seguras do mundo, porém, o traçado divide opiniões até hoje (este escriba não gosta, até o novo Hockenheimring é bem melhor).

Meses antes, na cerimônia de inauguração do novo circuito, um jovem estreante, Ayrton Senna da Silva, deixou o mundo da F1 boquiaberto com uma exibição de gala contra campeões tarimbados, conquistando uma vitória impressionante contra carros iguais. Puro talento.

O prefácio da criação de um mito.

O talentoso brasileiro pegou um gancho da equipe na corrida anterior, o GP da Itália, por quebrar o contrato que possuía para 1985 com a Toleman, ao assinar com a Lotus. Depois de assistir de casa Stefan Johansson levar seu carro ao quarto lugar em Monza, estava com sangue nos olhos para mostrar que os resultados obtidos no ano não eram culpa do chassi desenvolvido por Ross Brawn.

A briga pelo título estava ferrenha, com Niki Lauda podendo se sagrar campeão no mesmo local em que quase perdeu a vida oito anos antes, porém o tempo instável da região o prejudicou nos treinos, ficando apenas com o 15º lugar na grelha de partida.

Piquet, com o canhão de treinos da Brabham-BMW foi pole mais uma vez, seguido do postulante ao título Alan Prost e Keke Rosberg. Senna era o décimo segundo. Antes da largada, os mecânicos da McLaren suaram a camisa e justificaram os salários, ao consertar o carro danificado de Prost, que se acidentou no warm up.

A calmaria antes da tempestade de fibra de carbono.

Luz verde. Piquet é engolido por Prost e Tambay, Senna pula muitíssimo bem e já se encontra entre os ponteiros… quando erra no ponto de freada e acerta a traseira de Riccardo Patrese, roda e ainda acerta Rosberg. O brasileiro fica por ali mesmo, e o caos se instaura, com vários pilotos contornando por fora da pista, na grama ainda molhada pelas chuvas dos dias anteriores.

Berger comete o mesmo erro de Senna, e tira Marc Surer da prova e, como coisas boas vem em três, Piercarlo Ghinzani também erra a primeira curva batendo em Teo Fabi.

Depois da luta pela sobrevivência da largada, Niki Lauda já era o nono, torcendo pelo abandono de Prost, que liderava, em poucas voltas Niki já figurava em sexto, sobrepujando Eddie Cheever e Patrese – que sobreviveu à batida de Senna – e Arnoux, tendo na sua alça de mira a Renault de Derek Warwick.

Despojos de guerra.

Como em toda a temporada de 1984, a corrida no meio do pelotão era quente, com Mansell, de Angelis e Lauda galgando posições enquanto Prost nada de braçadas à frente.

No 39º giro, Mansell parte ao ataque de Lauda, mas estoura o motor Renault da sua Lotus no último terço da prova, dando o sexto lugar para Arnoux, que desde o começo da corrida se via às voltas com problemas de freios. Lauda chega ao quarto lugar, sobrepujando Warwick, e Alboreto parte pra cima de Piquet pelo segundo lugar.

O francês Alain Prost não teve adversários, vendendo com facilidade. Logo atrás dele, uma cena digna de comédia pastelão: Piquet fica sem combustível na última curva, e Alboreto o supera, para ficar sem combustível metros à frente. Uma corrida “na banguela” até a linha de chegada entre a Ferrari e a Brabham termina com o último à frente.

Niki Lauda foi quarto colocado, conquistando pontos preciosos para a disputa do título, que seria definido na etapa seguinte, no novo circuito do Estoril, em Portugal.

Essa prova reservou mais uma efeméride: Nelson Piquet e Michele Alboreto, na volta 62, marcaram ambos a volta mais rápida da prova, com o tempo de 1:23.146.

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In other News….

No dia 07 de outubro de 1934 ocorreu a Revoada dos galinhas-verdes, um violento confronto entre integralistas e militantes da Frente Única Antifascista, na Praça da Sé, em São Paulo (com esse nome, não dá pra levar a sério). Nasceram o físico Niels Bohr, em 1885, Heinrich Himmler, comandante da SS, em 1900 e o vilão de filmes do James Bond Vladimir Putin, em 1952, além dos pilotos italianos Marco Apicella, em 1965 e Vincenzo Sospiri, em 1966.

Até a próxima senhores!

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Joshué Fusinato

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